Capítulo 5

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O telefone chamou umas três vezes, e quando eu ia desligar, ele atendeu.

— Alô? — Ele atendeu e eu fiquei calada, travei. — Alô?? — Ele perguntou outra vez. — Que po...

— Oi! — Falei desesperada com medo dele desligar.

— A-Ally? — Ele gagujou.

— Sim, você ainda lembra da minha voz? — Falei de brincadeira já com um sorrisinho.

— Impossível esquecer. — Eu tinha certeza que ele estava sorrindo, assim como eu.

Meu coração acelorou como não fazia a um bom tempo e eu senti falta dessa sensação.

— Eu acabei de ouvir sua música e do Johnson...

— E ai? Você gostou? Acha que tô maluco em querer virar cantor? — Ele estava tão animado.

— Estou mega feliz por você, de verdade. Eu estava lembra daquele... — parei de falar, isso era estranho, a gente não estava mais junto, e nada a ver eu tocar nesse assusto agora, com certeza essa música não foi escrita pra mim.

— O dia que voltamos de NY e eu cantei ela pra você? — Ele leu meus pensamentos arrancando um enorme sorriso mesmo de longe.

— Isso, quando você a escreveu? — Perguntei curiosa.

— Naquele dia, pra você.

Fiquei quieta e pensei, estava agora de olhos fechados desejando que sua boca estivesse na minha nesse exato momento.

— Ethaaaaaan! Gatinhooooo — Ouço uma voz fina e irritante do outro lado da linha e meus olhos são abertos no mesmo instante.

— Quem é? — Pergunto com medo da resposta.

— Ninguém, desculpa. — Ele parece nervoso e novamente a voz irritante fala algo — A água vai esfriar, tá falando com quem? — ela pergunta — Cala a boca, Juliette. — Ele manda então mais uma vez estou chorando.

— Desculpa incomodar, pode voltar pra sua namorada. — Falo rápido e desligo sem ouvir mais nada.

Onde eu estava com a cabeça quando liguei pra ele? Eu realmente achei que ele fosse ficar me esperando por um tempo que nem eu sabia a quantidade? Eu era ridícula.

Então meu celular começou a tocar, era ele. Mas ia ignorar, sai do quarto e fui até o final do corredor até o quarto do James, acho que peguei pessado. Quando entrei no quarto, ele estava fumando, me aproximei devagar e me sentei ao seu lado no chão. Ele me olhou surpreso eu dei um sorriso amarelo.

— Posso? — Perguntei se podia fumar um pouco, nunca tinha fumado maconha, só cigarro, em NY, mas sempre tive a curiosidade, e não existe momento melhor, quem sabe eu não esqueço que Ethan já tem outra namorada?

— Claro. — Ele me passou o cigarro e eu dei uma tragada, era bom, melhor que o cigarro.

— Vim te pedir desculpas, acho que peguei pesado. — Fui sincera e ele assentiu.

— Eu me arrependo por tudo, Brittany não merecia o final que teve, ela era uma menina incrível e eu estraguei isso. — Ele agora chorava de verdade.

— Eu acredito em você, todos nos erramos. — o abraçei e ele começou a soluçar de tanto chorar.

— Eu amava ela, amava de verdade. Nunca vou achar outra garota como ela, ela era única. — Ele realmente estava mal e eu fiz o meu máximo, enquanto eu também estava quebrada por dentro.

ETHAN

Eu sou um filho da puta mesmo, como eu pude deixar isso acontecer? Se tínhamos alguma chance de reatar nosso "relacionamento", ela foi por água a baixo agora mesmo. Liguei para seu celular umas 5 vezes, mas caia na caixa postal.

— Ethan! — Juliette me chamou novamente e eu não ia entrar mais naquela banheira nem que me pagassem.

— O quê? — Perguntei indo até o banheiro, ela estava lá, sem nenhuma roupa coberta de espuma com aquela cara de inocente. Se fosse a alguns minutos atrás, eu iria até ela sem pensar duas vezes. Mas eu na verdade, agora estou com raiva dela, por ter estragado minha chance com Ally.

— Entra, gatinho. — Seus olhos estavam concentrados no meu, isso costumava me abalar, pois eu achava que ela lembrava um pouco a Ally. Mas olhando melhor. Não chega nem perto.

— Toma seu banho, se troca e vai embora. — Seus olhos se arregalam e eu saio de perto antes que ela começe a chorar.

Imprevisível (Livro dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora