Sempre penso em voar para longe, mas quando estou a realizar sinto um apego ao terreno que estou. Por isto sou incapaz de me libertar, mas quem se culparia? Ser capaz de se livrar do amor, quem faria? Mas acima do amor que eu sinto! Prevalece minha valorização à vida, pois sendo a coisa mais importante, valor que me mantém na poesia, por ter isso em minha vida jamais me encontrei com o desespero. E por isso me retirei de dentro de mim, fugi, me abandonei, me joguei para um novo mundo que chamam de poemas e rimas. Lá me encontro entre linhas chorando belas palavras que ninguém jamais entenderia. Penso demais e escrevo demais para tentar fugir do mundo real, pois meu sonho é me tornar uma poesia, ser e viver em função de palavras que todo ser recebe de maneira saudosa. Jamais tentei, ou pensei, em viver uma vida nessa terra, muito menos desejo existir, mas a poesia me salva, só posso coexistir se for com as palavras, por isso o meu amor pela vida se tornou a poesia. Sem a arte ou rima quem eu seria? Talvez fosse só mais um prisioneiro da vida. No mundo da escrita me liberto de toda jaula ou prisão humana, já não mais um pássaro, já não mais um alguém preso no enorme zoológico que se tornou o mundo. As belas palavras nos contos ou crônicas me libertaram dessa sociedade, planeta ou o que for. Tudo que me importa agora é isso... Isso que me traz, isso que me faz, a felicidade. A valorização da vida veio em mim quando aprendi e dominei poesia.
