DAKOTA
Eu reconheceria aquelas tatuagens até mesmo no inferno. Principalmente aquela no abdômen, tão incomum.
As pessoas ao meu redor começam a gritar e bater palmas para ele que desfila com um olhar felino, como se ele fosse o melhor nisso, o pioneiro.
Quando ele sai, eu percebo que estou suando.
Meu Deus, será que ele lembra de mim?
Não, ele é/era um garoto de programa, nunca que lembraria das suas clientes.
As luzes são acessas pouco depois dos modelos desfilarem uma última vez. Nós ficamos em pé e aplaudimos.
- Amiga, esse ano a Chill veio com tudo. Arrasaram, e aqueles modelos? Fizeram jus ao zunzunzum que estava rolando.
Eu apenas sorrio ainda aérea. Entrego a minha filha para ela e falo com algumas pessoas, vou até o backstage agradecer meus modelos e depois vou ao encontro da Malu para irmos deixar a Analu em casa.
Não sei se vou conseguir me divertir assim tão tensa, estou nervosa. Não que eu esteja com medo, mas eu tenho noção de que ele é o pai da minha filha. Eu sei o quão errada eu fui e o quão fodida eu estou.
Entramos no quarto, coloco minha filha na enorme cama, faço uma barreira com os travesseiros para ela não cair. Ajeito tudo e aviso a Tônia que iria sair.
Resolvo me trocar, assim como Malu que já foi para seu quarto fazer o mesmo. Me visto com uma roupa chique mas confortável.
Depois do susto que levei, eu só quero me divertir. A quanto tempo não saio para rebolar? Hoje eu quero me acabar nessa after.
- Uou. - Malu bate palmas enquanto me encara - está muito gata amiga, hoje, com certeza você tira as teias de aranha
- Cala a boca, só estou indo para me distrair e comemorar que o desfile foi lindo e deu tudo certo.
Pego minha bolsa, dou um beijo no meu anjinho e saio junto com minha melhor amiga.
Dentro do carro eu vejo que estamos indo para o lugar oposto de onde ocorreria.
- Malu, estamos indo para onde? - questiono
- Para a After Party.
- Mas o caminho é para lá.
- Não vamos para a festa glam Dak. Os modelos se reuniram para fazer um After em uma boate.
- Você só pode está de sacanagem. - coloco as mãos no rosto
Era só o que me faltava.
- Não, você não queria rebolar essa raba? Naquela festa de granfino você não iria mesmo. Só ficaria rodando o salão com uma taça de champanhe para lá de quente.
Por um lado ela tinha razão, aquelas festas são sonolentas. Então eu respiro fundo e topo ir sem fazer birra, afinal a gente pode nem mesmo se encontrar e ele deve nem lembrar de mim.
- Certíssima.
- Eu sempre tenho ração, não é mesmo. - rolo os olhos
- Não pode dar asas a cobra.
Pego meu celular e abro a câmera frontal, retoco meu batom. Porque hoje à noite promete.
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Look da Dak.
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Xxlys