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DIEGO

Eu sempre soube que o que eu fazia era errado mas ser garoto de luxo era o que colocava comida na minha mesa.

Nascido e criado no Rio de Janeiro. Aos 6 anos meu pai foi morto por agiotas, aí foi nosso fim. Minha mãe já era usuária de drogas e depois de ficar viúva, endoidou de vez, vendendo até as coisas de casa para saciar o próprio vício. Aos 17 vi minha mãe ter uma overdose e falecer.

No enterro da minha mãe, ali, ajoelhado no chão, sozinho em seu túmulo eu decidi que não era isso que eu queria para mim.

Juntei as poucas coisas que eu tinha e parti sem rumo, consegui algumas caronas. Não foi fácil, meses em bera de estrada pedindo. Foi quando eu conheci um casal que estavam viajando para São Paulo. Eles foram meus anjos da guarda. Eu acreditava que lá seria melhor que aqui então parti.

Ledo engano. Eles me deixaram e seguiram viagem. Eu não tinha um conhecido em São Paulo, lá eu passei fome, frio, dormi em abrigos.

Comi o que o diabo amassou.

Até que em uma noite, conheci uma moça por volta dos seus quarenta anos que me tirou de lá debaixo da ponte.

Ela me deu cama comida e roupa lavada. Vivia ela e mais três garotos. Eu via que todas as noites eles se arrumavam e saiam sem hora para chegar, eu perguntava porque e ela sempre me respondia que outro dia me explicaria. Ela me matriculou na escola e disse que era para mim ser um aluno aplicado, porque eu precisaria disso um dia.

Aos 19 anos, terminei os estudos. Foi quando ela me chamou para conversar. Explicou o que aqueles meninos faziam e falou que também deveria fazer para ajudar em casa.

Entre anos e anos, as coisas mudaram. Eu não era mais o menino magrelo e estranho. Eu era o "Diego Montenegro" o garoto de luxo mais caro de São Paulo.

Eu não gostava de ter relações sexuais com os clientes. A maioria me contratavam para festas de galas, encontros e afins. Saia com homens e mulheres, mas quando tinha que ter relação sexual era só com mulheres que rolava, e claro, meu trabalho saia mais caro. Não que eu tenha preconceito, acho que toda forma de amor é válida, mas essa não é a minha vibe.

Lembro quando cheguei ao local onde marcamos de nos encontrar, primeiro ela havia avisado que iríamos em um baile onde ela bebeu um pouco e ficou meio alta.

Ela era linda, morena, boca carnuda, corpo espetacular uma verdadeira boneca. Quando eu vi, já estávamos em um quarto de motel, e vocês me conhecem não sou de negar fogo. O clima estava tão bom que eu até mesmo me esqueci que as camisinhas estavam na minha carteira na minha calça em algum lugar pelo quarto, ela simplesmente tirou um preservativo dos seios.

Foi à noite mais louca que eu já tive. Não aconteceu apenas sexo, conversamos, ela era uma jovem em corpo de mulher. Ainda me lembro dela rindo da minha tatuagem no abdômen. Foi bom, estranho mas bom.

Nos despedimos normalmente e seguimos nossas vidas, como acontece com todas as outras.

Me lembro vagamente dela ainda, mas logo passa.

Passou um tempo e eu estava no shopping, passeando com um amigo quando fui parado por um cara, falou que tínhamos jeito para sermos modelos e essas coisas e nos deu o cartão.

A curiosidade falou mais alto e acabamos por ligarmos uns dias depois...

E foi assim que fui de garoto de luxo a modelo da Chill

E foi assim que fui de garoto de luxo a modelo da Chill

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Xxlys

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