773: MEU ADEUS

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Meu adeus!

Com o passar do tempo minha visão quase cega
O vento quase me joga... me jogou
Quase não tenho forças para suportar
Olhar em minha volta, nada parece mudar
Se vai minhas forças, o silêncio me cerca
O destino em mim prega uma peça.
Destino que nada, tudo, em tudo também há um p'ra quê?
Nem tudo eu posso saber no decorrer da minha vida, nem sei mesmo se a vida eu posso chamar de minha.
Eu posso sonhar, ainda consigo correr
Eu posso nadar, ainda posso ver... o deserto... o oceano na minha frente!
Ah, quem me dera puder ver mais, muito mais além.
Algo dentro de mim se me derrama, é minha alma que clama
Onde está me pergunto:
O Deus que me ama?
E essa dor no meu peito?
Ouço ruídos ao lado da minha casa
Ah, que casa, já nem sei se tenho uma casa
As dúvidas começam a rondar, já não sei onde eu vou parar.
Ah, que vida! Ah, que sorte!
Escorre em minha pele o suor
Já pareço estar distante de tudo
Escuridão! Escuridão! Escuridão!
Ah, quanto suportará meu coração?
E a dor toma conta de mim
Já não sei se é o fim ou o início
À beira do abismo, ou dentro do abismo?
Forças e o que eu peço, tudo isso?
Ah, já nem sei o que dizer...

Pegar o meu eu e refazer
Ainda devo sonhar, quanto devo tentar?
Me percebo só perguntando
Eu ando! Eu ando! Eu ando!
Ah, a razão de sentir
Abro os olhos, é só um sonho...
Que não se realizou!

O profundo eu sente uma dor
Já não sei como explicar
Já não sei como me explicar
Minha mente escurece e apaga parte do que sou
Ah, mas àquela memória de 5 anos me faz relembrar
Um dia antes do meu aniversário
Ainda sorrio o necessário
Nem é preciso o diálogo
Tudo vem, tudo vai
Quase tudo escapa das nossas mãos
Adeus! Adeus pai e mãe, irmãos e irmãs.
Já é hora de me entregar
Nessas poucas linhas que deixo
Confesso escrever com uma grande dor no peito
Que feito!
Ah... Tem que ser desse jeito!
Fim ou recomeço?
Adeus! Tudo há um preço.
O quão valor eu tenho
Deixei uma parte do meu eu (aqui dentro)
Já nem sei se posso falar.

Ouvi muito se dizer
Pra quê?
Me pergunto, tantas coisas que não deveriam ser ditas, aqui mesmo (talvez) como:
"O Deus que me ama?"
Quem sou eu para questionar
Vivo por respirar, e quem me dá o suspiro?
O fôlego da vida, que vida sofrida, que sol ardente.
Dá um sorriso pra gente.
Fui, Adeus !

JR 1999

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