Capítulo III

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Era inverno

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Era inverno. Na noite anterior uma tempestade havia deixado as ruas completamente brancas pela neve macia. O sábado amanheceu ensolarado, contrastando perfeitamente com a estação fria. Hinata olhou pela janela o clima lá fora com um sorriso encantado brincando em seus lábios finos. O vidro estava levemente embaçado, mas não a impedia de ver o maravilhoso dia que a esperava do outro lado. 

Mas não poderia aproveita-lo.

Seu pai ainda não voltara para casa desde o dia anterior, o que lhe deixou preocupada, por mais que isso fosse algo bastante comum de acontecer em noites de nevasca. Além disso, ele ligou para Keiko antes da menina dormir, a proibindo de sair de casa, como sempre fazia quando não estava.

A jovem Hyuuga não era como as outras crianças lá fora que se divertiam construindo seus bonecos de neve. Ela era filha de alguém importante, ela tinha um sobrenome grande e pesado em suas costas. Hinata não possuía a liberdade, nem a vida dos outros de sua idade, ela deveria crescer antes de todos, esse era seu dever. Por mais que seu pai não visse isso com bons olhos e lhe desagradasse o infinito, a pequena menina era sua herdeira e sendo assim, deveria ser e agir como tal.

— Keiko...

A jovem sorriu, abrindo mais a porta para entrar no quarto.

— Está vendo a neve? Hoje o dia está bem frio, senhorita. Porque não está bem agasalhada?

O olhar de Hinata caiu lentamente e depois voltou a encarar a janela, perdido e triste.

Para que se agasalhar e colocar cachecol? Ela nem mesmo poderia sair daquela casa ainda que por um minuto. Não fazia sentido se empacotar toda para ficar trancada.

Keiko a analisou esperando uma resposta, que não veio. Então foi até a escrivaninha organizada, pegando a agenda em cima. Hiashi lhe deu ordens de manter a filha em casa estudando. Achou isso um desperdício a considerar as atividades possíveis num dia de neve para uma criança daquela idade. Se sentiu ainda pior ao ver a tristeza brilhando nos olhos da pequena, observando com admiração o lado de fora, apertando a mão contra o vidro.

Aquela cena era rotineira e Keiko já ficava cansada de presencia-la tantas vezes. Por isso, uma ideia já um pouco antiga que vagava seus pensamentos há algum tempo lhe pareceu ser a coisa mais certa a se fazer.

E ela iria se arrepender disso.

— Senhorita, sabe, eu preciso comprar umas coisas que Fumi-san pediu... Gostaria de vir comigo? 

E aquilo pareceu ter quebrado o encanto de Hinata. Ela virou o rosto rapidamente na direção da jovem e, após seus olhos pairarem sobre ela por alguns segundos, um grande sorriso começou a se formar em seu rosto. O sorriso que Keiko gostava de ver.

Após agasalhar bem a menina e avisar Fumi, a cozinheira, que as duas estariam deixando a casa por um momento — o que alarmou a mulher, que já temia o problema que acarretaria quando o Sr. Hyuuga descobrisse que suas ordens foram desobedecidas —, Elas saíram da propriedade, a pequena não conseguindo esconder sua felicidade. E nem queria. Já Keiko estava satisfeita em vê-la daquela forma, mesmo estando receosa em relação ao chefe. Ele não poderia descobrir.

Platônico - NARUHINA -Onde histórias criam vida. Descubra agora