Capítulo V

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Os fins de semanas eram, em sua maioria, tranquilos para Hinata. Poderiam parecer entediantes ao vê-la da janela de seu quarto no primeiro andar da casa com um livro grosso nas mãos. Mas ela gostava dessa paz que sentia ao ler seus romances e ficções, porque naqueles mundos imaginários e fantásticos nos quais mergulhava por algumas horas, tudo dava certo no final. Ela tinha um pequeno sorriso nos lábios, combinando com sua face leve e calma, olhar para Hinata Hyuuga era ver na sua frente a personificação em carne e osso da frase "tudo vai ficar bem". Ainda que a própria não se sentisse tão segura quanto a isso.

Certa movimentação em frente a propriedade lhe chamou a atenção. Um carro preto tinha acabado de estacionar no meio-fio. A garota afastou o rosto do livro por um instante, prestando atenção na porta do veículo que era aberta. Um homem saiu, ele estava com roupas casuais, mas ainda assim bem vestido. Seus cabelos eram presos em um coque e Hiashi estava ao seu lado.

Hinata assim que pôs os olhos em seus cabelos negros e pele clara, de imediato o reconheceu. Ela então suspirou, fechando o livro, o deixando sobre suas pernas enquanto recostava suas costas na parede.

— E como está Hizashi?

Neji empurrou seus cabelos para trás, piscando os olhos incomodado com a claridade. Hiashi logo o convidou para entrar, os dois então seguiram para a entrada da residência.

— Está bem. A filial em Tokyo tem prosperado, como o senhor esperava — Respondeu polido. O mais velho expressou o que pareceu ser um sorriso.

— Excelente. Não esperava menos de seu pai. Ele é a pessoa que eu mais confio para liderar os negócios.

O secretário que estava sempre junto a Hiashi veio receber o convidado assim que passaram e deixaram seus sapatos na porta, se inclinando levemente em cumprimento.

— Bem-vindos.

Neji deu um aceno discreto, seguindo seu tio até a sala de estar, onde foi convidado por ele a sentar-se. Os dois tomavam seu chá em silêncio, como se nem estivessem na companhia um do outro. Toda a casa estava quieta e nem mesmo Hinata em seu quarto se atreveu a virar a página do livro, temendo fazer qualquer barulho.

Hiashi pousou a xícara sobre o pires, fechando os olhos.

— Toshio, onde está Hinata?

— Senhor, acredito que ela esteja em seu quarto. Quer que eu a solicite?

Ele acenou e logo o secretário sumiu escada acima, tendo antes a sensação de ter deixado algo passar despercebido, mas ignorou essa sensação. Fumi estava escondida atrás de uma parede observando a sala, pensando se seria uma boa ideia oferecer algo mais aos senhores dispostos na sala.

— Como está a minha prima? — Neji pergunta, educado. Era difícil de identificar se ele realmente estava interessado em saber como ela estava.

— Como sempre. — O homem se limitou a responder, no mesmo tom que usava sempre que se referia a filha. Vago.

O rapaz assentiu, pensativo, tomando mais um gole de seu chá. Fumi mordeu os lábios, apertando a parede que a mantinha escondida, até que uma mão pousa sobre o seu ombro. Ela reprimiu o grito preso em sua garganta assim que viu a face alarmada de Toshio fazendo um sinal desesperado de silêncio com os dedos.

— O que faz aqui, Fumi-san? — Indaga, nervoso, também se escondendo.

— Eu estava pensando em ir até lá e...

— O-o que vocês dois e-estão fazendo? — Os empregados pulam de susto, acelerando suas respirações e arregalando os olhos.

— Hinata-sama! — Fumi põe a mão sobre o peito respirando fundo, tentando se acalmar.

Platônico - NARUHINA -Onde histórias criam vida. Descubra agora