"Sempre que penso em você, você aparece de repente. Você faz meu coração palpitar e tremer." - Love story
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Tombei a cabeça para o lado analisando o desenho sobre a mesa, alguma coisa estava errada ou faltava algum detalhe, mas eu ainda não tinha notado. Peguei o papel e estiquei o braço a fim de ter uma visão mais ampla.
Nada.
Pousei-o de volta na mesa suspirando.
– Whoa Hyemi-ssi!
Virei o rosto me deparando com Ah-ri sorrindo em direção ao desenho.
– Técnica minimalista? Yah, você é muito boa.
– Foi só para passar o tempo.
– Oh, queria saber desenhar assim só 'pra passar o tempo também. - riu.
– Mas você é ótima desenhando! E nem está tão bom assim, tem algo de errado, eu sei que tem, mas já olhei várias vezes e não achei nada.
– É porque não tem, sua boba. Está ótimo, deixe de ser tão perfeccionista.
Retornei o olhar para o desenho, mas antes que eu pudesse examinar cada detalhe de novo, Ah-ri desferiu um tapa na minha cabeça.
– Yah!
– Wae? - levei minha mão até o local atingido, massageando. – Por que tão de repente?
– Pare de buscar erros onde não tem. Na arte, procurar não significa nada, o que importa é encontrar. Por isso, encontre a beleza e não o erro. Esse dançarino que você fez está maravilhoso, aliás, soube desenhar bem aquele garoto de Artes Cênicas. - sorriu travesso.
Direcionei-a um olhar incrédulo, Ah-ri não me deu a chance de protestar, se afastou rapidamente entre risos. Voltei a olhar o papel, os contornos e traços, lembraram-me exatamente a cena de Jimin dançando dias atrás, não em detalhes já que a técnica era simples, e juro que não tinha sido proposital, eu apenas quis desfrutar daquele intervalo de quinze minutos desenhando qualquer coisa que viesse a minha mente, e acabei que inconscientemente desenhei ele.
– Aigoo! - balancei a cabeça.
Não podia negar que depois de ver Jimin tomando uma queda feia onde provavelmente havia causado um deslocamento no osso e o avistar andando por aí como se nada tivesse acontecido, ainda por cima sem nenhuma proteção no braço, tinha me deixado intrigada e preocupada. Algumas vezes o vi no refeitório retorcendo o rosto resmungando algo enquanto fitava a área lesionada, isso me fez especular que ele não havia seguido o conselho da enfermeira a ir no hospital.
Prometi a mim mesma que não faria mais questão do garoto, visto que o mesmo demonstrava não querer minha ajuda, mas quando me dava conta, já estava o observando quando aparecia no refeitório, o que evidentemente não passou despercebido por meus amigos e eles não perderam as oportunidades de insinuar alguma coisa só para tirar sarro da minha cara, por isso Ah-ri agiu daquela forma.
Percebi que mesmo que eu não quisesse admitir em voz alta, era Jimin naquela folha em traços simplistas e delicados.
Não demorou muito para os minutos acabarem e a próxima aula iniciar. Nos foi passado um trabalho para produzir duas telas, ambas com técnicas distintas que seriam a critério de cada um, logo pensei que eu poderia tentar refazer a pintura estrelada ainda não superada, quem sabe até mais bonita.
Na hora do almoço Ah-ri precisou resolver uns assuntos na secretaria e Chae Joon na biblioteca, tive que seguir o caminho para o refeitório sozinha, sentei à primeira mesa que vi, combinei de aguardar os dois para comprarmos nossas refeições ao mesmo tempo. Tirei o celular do bolso e fiquei mexendo enquanto não chegavam, respondi algumas mensagens e li as que a operadora me mandava quase todos os dias com ofertas de promoções, por fim, engatei num joguinho de piano. Era uma fase difícil, a musiquinha seguia um ritmo rápido desde o início, fora as teclas que estavam ora muito próximas ora muito distantes, dificultando bastante na hora de mobilizar meus dedos. Meus olhos correram sem parar até eu perder o controle e perder pela terceira vez, bufei levemente irritada e guardei o aparelho, dessa vez percorrendo os olhos pelas pessoas ao redor.
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➳❥ Paint me {P.J}
FanfictionHyemi passou toda a vida trilhando seu caminho nas cores que pintavam seu coração pulsante pela arte. Jimin, desde muito jovem, teve uma vida conturbada e cinzenta devido as dificuldades que enfrentava no dia a dia, tendo como refúgio, a dança. Quan...