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"Em todos os lugares que você tocou
É pintado por diferentes lembranças em diferentes cores." - Paint Me

[musica na mídia]

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Estar com Jimin era como entrar em um dos meus quadros estrelados e poder explorar o mais belo dos universos existentes. Vislumbrar as constelações que ele carregava em seus olhos e admirar o brilho do seu sorriso, era com toda a certa um privilégio que eu tinha. Não sabia o que havia feito nessa vida para ser tão abençoada em ter o encontrado.

Nossas cores fundiam-se a cada passar dos dias, com ela pintávamos a obra de arte mais bela de nossa existência. Jimin me proporcionava as melhores sensações do mundo, colorindo meu coração com todo seu amor em cada momento juntos. Amor este, que me inspirava a todo segundo e me estimulava a expressar os meus sentimentos das formas mais singelas possíveis. Aquele dançarino agitava meu espírito artístico e despertava ideias em mim que eu nunca imaginei um dia conseguir executar. Toda pintura que eu produzia, fazia questão de mostrá-lo, sempre recebendo seu apoio e até mesmo algumas críticas construtivas. Meu pai sentiu falta de ver minhas obras, de fato eu parei de lhe mostrar, mas não foi proposital, até perguntou se eu tinha parado de pintar, quando contei a ele o motivo, um ciúme bobo veio em reação, arrancando risadas minhas e de mamãe.

Permiti que Jimin visitasse meu cantinho da arte por pelo menos duas vezes na semana, já que nossos horários com um tempo se tornaram corridos (dois dias já eram considerados muito), passávamos horas juntos pintando e brincando com as tintas, desfrutando apaixonadamente cada segundo de nossas companhias. Ao final de todos esses momentos, eu descansava em seu peito, deitados sobre o colchão do meu minúsculo ateliê, e escutava como tinha sido seu dia, suas preocupações, seus desabafos, enquanto ouvia seu coração bater calmamente ao ritmo do meu.

Suas aflições foram diminuindo ao decorrer dos meses, em pouco tempo ele conseguiu dar entrada nos seus documentos para arranjar um lugar no dormitório da faculdade, precisou esperar por uns dias, até receber a resposta de que tinha uma vaga, tirando uma grande parte do peso que tinha em suas costas, pois não estava sendo tão saudável trabalhar arduamente e ter que estudar no contraturno para se manter. Esses tempos, sem dúvidas tinham sido um dos mais difíceis, eu estive ao seu lado em cada dia, e só aliviou mais quando ele finalmente cedeu aos meus pedidos para passar uns dias em casa, assim ele não teria que suar tanto para conseguir dinheiro 'pra pagar um lugar e ter onde ficar, tinha sido tempo suficiente para uma semana depois ele ser chamado pela instituição. Infelizmente, semanas depois teve que deixar o trabalho que havia adquirido, porque eu pedi, o motivo era que eu estava perto de ver mais uma vez ele chegar no seu limite e desmaiar de exaustão. Jimin ainda se desdobrou muito para se estabilizar, mesmo depois de tudo, e eu tive que intervir, senão, assistiria novamente ele se acabar aos poucos de tanto trabalhar. Em muitos momentos o encontrei desolado e cansado pelos cantos da faculdade, eu conhecia a maioria das razões que o levavam para aquele ponto. Quando precisou desmoronar, deixei-o chorar em meu ombro, quando precisou desabafar, deixe-o por para fora tudo que lhe preocupava, quando precisou de uma companhia no silêncio, fiquei por perto, e quando precisou ficar sozinho, respeitei seu espaço. Assim, ele também fazia comigo. Nenhum sufocava o outro.

Todo mês, ele me levava consigo para visitar sua avó, mas quando dizia que queria ir sozinho, eu não protestava.

Tínhamos amor, respeito e confiança um no outro. Pilares que nos mantinham fortemente juntos.

Eu sempre levava a arte para Jimin como uma forma de terapia, me sentia orgulhosa e tranquila ao vê-lo despejar todos seus sentimentos na tela e em qualquer outro lugar, a pintura era minha válvula de escape da realidade e minha maneira de me expressar, sendo muito importante para mim, através dela eu era capaz de descarregar tudo, por isso não pensei duas vezes em mostrar a ele. Do mesmo jeito que eu tinha minha arte terpia, ele também tinha a sua, a dança, que ele também levou até mim. O acompanhei muitas vezes na sala de ensaios da faculdade, assistindo-o movimentar seu corpo em harmonia com as músicas, onde eu jurava quase poder o ver se fundir com ela, ou então se tornar a própria, me dando a clara certeza de que a alma de Jimin havia nascido para dançar.

➳❥ Paint me {P.J}Onde histórias criam vida. Descubra agora