➳❥ Paint me {P.J}

{Epílogo}; rainbow

Hyemi passou as últimas semanas focada em trabalhar nos quadros para sua exposição, ocupando-se por longas horas em seu ateliê. Toda tarde da noite me ligava contando que havia finalizado algumas pinturas e alegava estar cansada com dor nas costas, mas que isso se devia a toda sua dedicação, então poderia aguentar. Quando percebi a frequência de suas lamentações com a dor me ofereci para ajudá-la, mas ela disse seriamente não precisar, e eu não insisti, me restou lhe dar apoio moral e massagens todas as manhãs.

Em um certo momento não consegui resistir à pedir para ver suas obras, desde quando terminou a primeira pintura eu queria, ela estava trabalhando tão duro, que tive vontade de olhar os resultados, e bom, ela não deixou e eu fiquei indignado. Depois de muitas tentativas falhas, comecei a cogitar que ela preparava alguma coisa à mais ali, e isso atiçou minha curiosidade, mas tive de me conter por um mês inteiro. Confesso que tentei espiar escondido algumas vezes, mas ela se mostrou ser mais esperta que eu. A cada dia vivendo em sua companhia, ela me mostrava que era capaz de me surpreender em cada um.

Hyemi conseguiu um espaço cultural no centro de Seoul para a exposição, com salas separadas para os tipos diferentes de pintura, fiquei impressionado quando me contou que precisaria mais de uma, deixando-me cada vez mais ansioso pelo evento. Eu estava extremamente feliz com esse passo importante que ela dava na sua carreira.

O local era longe de nossas residências, tivemos que reservar quartos em um hotel nas proximidades, e na noite sexta-feira fomos de carro com seus pais, que também estariam presentes. A exposição tinha sido marcada para o sábado de manhã às noves horas, um horário considerado bom para quem não costuma acordar muito cedo nos finais de semana, tendo mais tempo para descansar. No entanto, a ansiedade de Hyemi quase não a permitiu ter uma boa noite de sono, embora ela só tivesse conseguido dormir comigo cantarolando calmamente no seu ouvido às três da manhã, às seis a vi levantando da cama para começar a se preparar, e eu acabei por levantar minutos depois.

Arrumava os fios rebeldes de meu cabelo em frente ao espelho, quando o reflexo de Hyemi apareceu atrás de mim saindo do banheiro, meus movimentos congelaram e virei para fita-la como um bobo apaixonado.

– Quando eu vi esse vestido e pensei em você, saberia que lhe cairia lindamente. Whoa!! Você está realmente maravilhosa. - ela sorriu toda feliz abaixando o olhar para o vestido de alcinha verde mar. A saia era composta de camadas, em que as cores branco, laranja e amarela mesclavam-se em tons suaves.

– Gomawo. Hoje eu tive mesmo que deixar meus sapatos de fora. - encarou os saltos prateados em seus pés. – Mas sabe, eles estão bem dentro deles. - deu uma risadinha.

– Está linda demais, sabia? - me aproximei e segurei suas mãos.

– Você também está. - me olhou da cabeça aos pés. – Eu já disse que adoro quando você veste essas roupas sociais? Senão, saiba que sim, te deixa tão mais charmoso. - desvencilhou nossas mãos, para deslizar carinhosamente seus dedos nos meus braços cobertos pela camisa.

– Sendo assim usarei sempre, para você não parar de me encarar com esse brilho nos olhos.

– Não importa o que esteja vestindo, eles sempre brilham ao te ter diante deles. - envolveu seus braços por meu pescoço, aproximando nossos rostos. – Sabe o que também brilha? Os seus olhos. Brilham as cores mais lindas que já vi.

Os seus me fitaram profundamente, pude enxergar meu reflexo em meio ao castanho que eu tanto amava contemplar, eram como um teletransporte para a galáxia que morava em Hyemi. Selei nossos lábios em um beijo calmo. Sua textura, seu gosto e seu cheiro sempre me faziam arrepiar.

Saímos do quarto e nos deparamos com seus pais à nossa espera no corredor, deixamos o prédio e seguimos no carro de seu pai para o local da exposição. Ao chegarmos, fomos recebidos com champanhe e vinho e um cartão personalizado - por Hyemi - explicando os temas de cada sala. O ambiente tinha um clima agradável e músicas calmas tocavam enquanto apreciávamos as pinturas.