Capítulo 3

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KATLEEN

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KATLEEN

Eu quase me engasgo com minhas próprias palavras quando vejo Gabriela, a irmã de Yure, entrando na sala de visita.

É uma criança. Uma criança triste, com o olhar perdido, olheiras enormes, as maçãs do seu rosto evidentes... É uma criança sofrida.

— Oi. — ela fala comigo, mas não olha na minha direção.

— Gabriela, não é? — tento sorrir e deixar minha tristeza de lado. — Eu sou a Katleen, mas pode me chamar de Leen.

— Você prendeu meu irmão, não foi?

— Quantos anos você tem?

— Doze.

Uau, eu daria sete anos a essa menina.

— Posso te chamar de Gabi? — ela apenas dá de ombros. — Seu irmão é um cara bem ruim, não?

Gabriela parece bem incerta, ela começa a coçar o braço.

— Não prenda o meu irmão, ele é muito bom.

Não é que ela seja uma péssima atriz, é porque é difícil falar esse texto decorado sem sentir dor.

— Eu sinto muito, Gabi. Sinto muito que passe por isso.

— Passe pelo que? — ela levanta a cabeça lentamente para me olhar, seus olhos começam a encher de lágrimas. — Eu não...

— Quando sua mãe agiu como uma cretina de merda, eu pensei ''essa mulher só pode passar a mão na cabeça do filho, todos são errados, menos seu filho''. Então eu pensei ''e a filha dessa mulher?''. Como uma mãe deixa uma menina perto de um cara como Yure?

— Ela não acredita em mim. — meu coração quebra quando ela começa a choramingar. — Nunca acredita em mim, eu desisti.

— E seu pai?

— Ele não se importa. Ninguém se importa desde que Yure continue trabalhando e dando dinheiro a eles. Eles amam Yure porque ele negocia na empresa, é bom de lábia...

— Todo psicopata é bom de lábia. Ele diz o que querem escutar.

— Sim, e minha mãe não quer acreditar que o filho amado dela faz mal a pessoas. — agora ela abraça o próprio corpo. — Ela não me ama porque sou burra e feia, sou retardada...

— Mas você não é nada disso...

— Eu não andava e nem falava até meus cinco anos, minha disse que fui um fardo a ser carregado. Eu demorei a me desenvolver, aos sete anos eu agia como uma criança de dois anos. — ela está desabafando. Atropela as palavras. Deus, é uma menina que sofre por anos e agora tem a chance de falar algo, e ela desabafa falando tudo de uma única vez. — Então depois que eu me desenvolvi mesmo, eu contei o que Yure faz e ela diz que tudo é fruto da minha imaginação, ela nem me deixa ir ao médico. Ela odiou saber que eu sei como provar algo contra Yure.

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