Katleen Mendonza era apenas uma estudante de pedagogia em busca de um alívio após horas de estudo. Sua noite seria resumida a som alto, danças, bebidas e risos com suas amigas, mas toda a sua diversão foi atrapalhada por Yure.
Após ser presa por qua...
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KATLEEN
Eu quase me engasgo com minhas próprias palavras quando vejo Gabriela, a irmã de Yure, entrando na sala de visita.
É uma criança. Uma criança triste, com o olhar perdido, olheiras enormes, as maçãs do seu rosto evidentes... É uma criança sofrida.
— Oi. — ela fala comigo, mas não olha na minha direção.
— Gabriela, não é? — tento sorrir e deixar minha tristeza de lado. — Eu sou a Katleen, mas pode me chamar de Leen.
— Você prendeu meu irmão, não foi?
— Quantos anos você tem?
— Doze.
Uau, eu daria sete anos a essa menina.
— Posso te chamar de Gabi? — ela apenas dá de ombros. — Seu irmão é um cara bem ruim, não?
Gabriela parece bem incerta, ela começa a coçar o braço.
— Não prenda o meu irmão, ele é muito bom.
Não é que ela seja uma péssima atriz, é porque é difícil falar esse texto decorado sem sentir dor.
— Eu sinto muito, Gabi. Sinto muito que passe por isso.
— Passe pelo que? — ela levanta a cabeça lentamente para me olhar, seus olhos começam a encher de lágrimas. — Eu não...
— Quando sua mãe agiu como uma cretina de merda, eu pensei ''essa mulher só pode passar a mão na cabeça do filho, todos são errados, menos seu filho''. Então eu pensei ''e a filha dessa mulher?''. Como uma mãe deixa uma menina perto de um cara como Yure?
— Ela não acredita em mim. — meu coração quebra quando ela começa a choramingar. — Nunca acredita em mim, eu desisti.
— E seu pai?
— Ele não se importa. Ninguém se importa desde que Yure continue trabalhando e dando dinheiro a eles. Eles amam Yure porque ele negocia na empresa, é bom de lábia...
— Todo psicopata é bom de lábia. Ele diz o que querem escutar.
— Sim, e minha mãe não quer acreditar que o filho amado dela faz mal a pessoas. — agora ela abraça o próprio corpo. — Ela não me ama porque sou burra e feia, sou retardada...
— Mas você não é nada disso...
— Eu não andava e nem falava até meus cinco anos, minha disse que fui um fardo a ser carregado. Eu demorei a me desenvolver, aos sete anos eu agia como uma criança de dois anos. — ela está desabafando. Atropela as palavras. Deus, é uma menina que sofre por anos e agora tem a chance de falar algo, e ela desabafa falando tudo de uma única vez. — Então depois que eu me desenvolvi mesmo, eu contei o que Yure faz e ela diz que tudo é fruto da minha imaginação, ela nem me deixa ir ao médico. Ela odiou saber que eu sei como provar algo contra Yure.