Minha garganta tem gosto de dor
Meu peito, apertado e preso, clama por liberdade e amor
Meu coração deseja quem nunca terá
Por que diabos
Eu nunca consigo triunfar?
Enxergar a beleza no caos
O caos na beleza
Mais tudo que o meu eu mais deseja
É ordem e clareza
Eu lamento as perdas
A dor e a incerteza
Crescer dói o corpo
E depois dói a mente
Mas por que, cara dor, tem que ser tão Insistente?
A cabeça age
O coração dói
O corpo sente
E tudo muda tão de repente
Apertando, encolhendo, machucando
Puro veneno de serpente
O caos e a ordem
A ordem e o caos
Devemos nos acostumar, meus caros
Essa é a ordem de todos os calos
De todo o Universo
De toda dor
De toda alegria
De toda a vida atrevida
É possível achar beleza
Onde está presente a destreza
É possível amar sem sofrer
Se alegrar sem perder
A sanidade
O gosto
O prazer
Por isso é preciso aprender
Todas as ordens e fazer
De cada caos, um dever
E cada beleza, um merecer
Mas enquanto isso
É preciso enfrentar toda a dor
Deliciar-se de todo o amor
E seguir, como sempre, sendo uma grande montanha
Com seus altos e baixos
Com toda a sua profundidade
Com todos os seus sedimentos
Cada vez mais alta
Cada vez mais aflita
Cada vez mais bela
Mais bendita
Portanto, eu finalizo
Se o caos bater na porta e adentrar por teu piso
Não o mande embora
Ele é apenas um lembrete
De que a mente não está morta
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Espelhos Quebrados
Poetry❝Sinto-me quebrada com um espelho velho e cálido Como nuvens que se espalham pelo céu cinza Partindo-se em milhares de formas Apenas me contento O fogo que se espalhou por todos os pedaços Amarras de um mundo descontente e mal amado Quebrada como um...