Neighborly Relations | frerard | completa

Capítulo 15

A mão de Gerard estava doendo para caralho. As palavras estavam embaçadas diante de seus olhos, ele realmente não via mais direito o que estava escrevendo. Não estava pensando, não estava contando quantas frases tinha que escrever antes de finalmente terminar - ele só esperava que acabasse logo.

Eu não vou gozar sem a permissão do meu Mestre.

Eu não vou gozar sem a permissão do meu Mestre.

Eu não vou...

As palavras não faziam mais sentido. As letras pareciam arranjadas aleatoriamente, sinais com pontos e linhas engraçadas. Sua concentração piorava a cada minuto que passava, e já tinha cometido quatro erros até agora, deixando de fora uma letra ou uma palavra, assim tinha que riscar e começar novamente. Gerard estava ficando cansado disso, ele queria que Frank simplesmente viesse e o espancasse ao invés de deixá-lo escrevendo essa merda de novo e de novo.

Gerard limpou o quarto ordenadamente. Os móveis estavam sem poeira, o chão aspirado, os lençóis trocados e a lixeira vazia. Ele até mesmo abriu a janela para entrar ar fresco, o que estava o deixando arrependido agora, já que ele ainda não usava nenhuma roupa, e estava ficando frio lá fora - pelo menos o aquecimento estava começando a funcionar. Ele fechou a janela e a temperatura estava voltando lentamente a ficar agradável.

Estava sentado no chão recém-aspirado, uma meio ereção irritante entre as pernas que não saía devido ao cock ring, e um travesseiro na bunda para diminuir a dor. Sua bunda doía tanto agora - ele honestamente não sabia como deveria ficar sentado em sua mesa por várias horas amanhã, enquanto fazia todo o trabalho que havia negligenciado na semana passada. Talvez ele pudesse simplesmente ficar doente, embora supusesse que seu chefe não ficaria muito feliz com isso. Decidiria amanhã de manhã espontaneamente, dependendo do quão severa a dor estivesse.

Gerard suspirou, riscando a última frase que havia escrito porque havia esquecido a palavra 'sem' - seus pensamentos estavam se arrastando novamente, fazendo-o cometer mais erros. Ele realmente precisava se concentrar; e se Frank não aceitasse seu trabalho se houvesse vários erros? E se ele quisesse as frases 200 vezes sem nenhum erro? Gerard teria que começar de novo?

Implorando que não fosse esse o caso, ele decidiu contar quantas vezes precisaria escrever a frase novamente. Ele já havia preenchido três páginas inteiras, e a maior parte da quarta. Certamente terminaria em breve ...

Gerard ouviu Frank conversando com alguém no telefone na sala ao lado. O barulho era abafado, mas ele podia entender palavras de vez em quando, sempre que Frank levantava a voz. Na maioria das vezes ele não parecia muito feliz, e Gerard podia ouvi-lo bufar exaustivamente várias vezes. Ele esperava que Frank ainda estivesse com vontade de continuar o experimento depois que terminasse, ele não queria ver Frank decepcionado ou infeliz.

Após cerca de três tentativas, Gerard conseguiu contar suas frases. Até agora, havia escrito 138 vezes, o que significava que ele tinha apenas mais 62 frases. Apenas 62. Isso não era tão ruim, certo?

Com saudade, seus olhos vagaram do papel na sua frente para a porta que o separava de Frank. Ele desejou que já tivesse terminado e ajoelhado perto da porta com as mãos atrás das costas, como Frank havia dito. Ele esperava que essa fosse a última parte de seu castigo e que Frank o perdoasse depois disso. Talvez eles pudessem fazer algo divertido mais tarde, como aprender comandos! Gerard descobriu que poderia haver vários sinais arranjados entre um dom e um sub, para que o sub soubesse o que fazer imediatamente. Ele tinha visto fotos de sinais manuais que diziam ao sub para ficar em uma certa posição. Uma que queimou a mente de Gerard parecia um sinal de paz que você às vezes faz com a mão, mas ao contrário, os dois dedos abertos apontados para o chão. Esse gesto dizia ao sub que se ajoelhasse na hora, com as pernas abertas e os braços presos atrás das costas, os olhos no chão. Havia outros que faziam o sub se apoiar nos cotovelos e joelhos com o peito para baixo e a bunda no ar ou tirar a roupa, mas Gerard não conseguia se lembrar de como eram esses sinais. Ele adoraria perguntar a Frank se eles poderiam usar esse tipo de comunicação, mas não correria o risco de irritar Frank dizendo a ele como fazer seu trabalho como dom - Gerard imaginou que o havia irritado o suficiente para um dia.