Capítulo Dezesseis - Tão Apaixonado

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— Por que você está me olhando assim? — Indaga Louis na manhã seguinte, parado em frente a geladeira de Harry, procurando algo para comerem como se estivesse em sua casa.

— Assim como? — Devolve Harry cruzando os braços, tentando diminuir a intensidade de seu olhar ao fitar as costas nuas de Louis.

— Como se fosse me atacar — responde ele pegando uma garrafa de leite.

Harry descruza os braços e dá as costas a Louis, indo buscar duas tigelas e o cereal.

Quando acordou essa manhã, com seu peito contra o de Louis, seu ouvido na altura do coração dele, com suas pernas entrelaçadas e Harry totalmente em cima do outro, pensou que havia esmagando-o com seu peso, mas quando tentou se mover, Louis o segurou e eles cochilaram por pelo menos quinze minutos naquela posição.

Agora, enquanto Louis procura o café da manhã, Harry olha para ele e tenta compreender seus sentimentos para ter certeza que está apaixonado.

— Tem cereal — comenta retornando a mesa onde Louis já está sentado, colocando a caixa em cima da mesa, no gesto mais impessoal possível.

— Legal — responde Louis sorrindo, enchendo sua tigela com cereal e depois jogando leite por cima. — Me arruma uma colher?

Harry assente e se afasta, indo buscar duas colheres, sem desfazer seu olhar estreito dirigido a Louis.

Ele definitivamente vai pesquisar os sintomas da paixão na internet mais tarde, quando Louis já tiver ido embora e Harry ficar sozinho, pensando em tudo que aconteceu nas últimas horas, mais ou menos como agora, na verdade, porém com mais liberdade para debater em voz alta a situação.

— Você realmente está muito estranho — comenta Louis alguns minutos depois —, tem alguma coisa na minha cara?

Harry avalia o rosto de Louis — seus olhos azuis (que estão bem claros nesta manhã em particular), seu cabelo bagunçado e levantando na parte de trás, as maçãs do rosto, os lábios vermelhos um pouco comprimidos, combinando com o nariz franzido em uma expressão de questionamento.

Talvez ele devesse zoar com ele e dizer que sim, há algo em seu rosto, Louis, mas Harry apenas balança a cabeça e volta a olhar para seu cereal.

— Minha mãe volta só a noite — comenta Harry algumas colheradas depois —, você pode passar o dia aqui, se quiser — sugere ainda sem olhar para Louis.

Após alguns segundos de silêncio, Harry decide erguer o olhar, para se certificar que Louis ainda está ali. E ele está, com uma expressão muito satisfeita no rosto bonito.

O convite parece ter mudado alguma coisa, como se tudo tivesse voltado a ser como eram antes — pelo menos para Louis, porque para Harry ele não poderia (jamais) voltar ao tempo em que não sabia que estava apaixonado por Louis.

Seja como for, isto basta por hora, porque Louis pode pense o que quiser e tirar as conclusões que desejar — desde que isso não afete a missão de Harry de dissecar cada uma de suas emoções e vontades ao pensar sobre Louis Tomlinson.

— Preciso mandar uma mensagem para minha mãe — responde Louis voltando a comer com um sorriso discreto nos lábios —, apenas para avisar que voltarei mais tarde.

Eles ficam em silêncio novamente.

— Talvez você me conte porque está todo estranho — comenta Louis, fazendo Harry sorrir.

— Nos seus sonhos, quem sabe — responde ele, provocando-o com um sorriso maroto, mas, por dentro, seu coração bombeia o sangue com mais força.

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