Capítulo Dezoito - Treze minutos

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— Nós vamos nos atrasar — avisa Louis com a voz entrecortada, sem fôlego depois de tantos minutos beijando Harry.

— Ainda temos... — começa Harry afastando os lábios do pescoço de Louis. Ele olha para o painel do carro, verificando as horas — treze minutos — responde voltando ao se trabalho de deixar uma contusão no rosto de Louis, para que ele fique constrangido ao tentar explicar como conseguiu aquilo.

As janelas do carro estão embaçadas e, apesar de mal estarem se movimentando, Harry se pergunta se alguém percebeu os dois ali, perdendo o almoço para darem uns amassos.

Ele sente que Louis quer dizer alguma coisa, mas se mantém relutante em deixar que a bolha se quebre.

Warm Glow, uma das músicas preferidas de Harry, está tocando baixinho, deixando o clima confortável o suficiente para ele desejar passar o resto da tarde ali.

Harry também pensa muito nos versos da música que dizem "céu passou para um certo tom de azul/ o tipo de céu que está arrumando para você/ garoto, esse desejo é verdade/ mãos cruas batendo o coração na visão esfumaçada".

Há muito sobre olhos azuis também. Na música. Na frente dele. Sorrindo enquanto se aproxima para beijá-lo, uma mão em sua nuca e a outra tocando seu rosto suavemente.

Sentado no colo de Louis, da maneira mais confortável que se pode chegar estando dentro de um carro, Harry pensa bastante sobre estar em um dos melhores lugares do mundo. Mas então Louis diz:

— Faltam três minutos, não treze. Bom, agora faltam dois.

Harry se afasta dele com um pulo, batendo as costas no volante e se atrapalhando para voltar ao banco do passageiro.

— Puta que pariu — resmunga enquanto ajeita seu maldito uniforme, colocando a blusa por dentro da calça e se abaixando para apanhar seus sapatos.

Louis abre a porta e desce, abrindo a porta detrás para pegar seus paletós. Enquanto isso, Harry luta para enfiar seus pés dentro do tênis e descer do carro.

— Sua gravata está toda torta — avisa Louis jogando o paletó de Harry por cima do carro.

Ele veste rapidamente e começa a ajeitar sua gravata, mas desiste e a arranca com um puxão, jogando-a dentro do carro de Louis.

— Seu casaco — disse Louis dando a volta e estendo para ele.

Louis está perfeitamente vestido, mas seus cabelos parecem ter saído diretamente de um motel.

— Coloque a blusa por dentro e pegue nossas mochilas — pede Harry enquanto veste seu casaco e bate a porta do carro. Louis passa por ele e pega as mochilas. — Você tem alguma touca? Seu cabelo está...

— Merda — disse Louis pendurando as duas mochilas nos ombros antes de passar as mãos freneticamente pelo cabelo. — Feche o carro, por favor?

Assentindo, Harry abre novamente a porta e se inclina para buscar a chave no porta-copo. Ele tranca o carro e pega sua mochila com Louis antes de correrem até a entrada.

Todos já entraram na sala e eles estão quase cinco minutos atrasados, ultrapassando o limite permitido e a paciência da professora de filosofia. A sala é a última do corredor e Harry considera seriamente ir embora, evitando a advertência de atraso que receberá.

Isso tudo para dar uns beijos em Louis Tomlinson ao invés de almoçar. Valeu a pena, apesar.

— Com licença — disse Harry abrindo a porta, interrompendo um de seus colegas e atraindo a atenção de todos.

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