Sadness

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- Sorry, é que acabei por perder a noção do tempo. - disse ollhando para aquele cabelo meio louro, meio despenteado, tudo era meio louco nele e tudo nele me deixava meio louca.

- Não faz mal, vamos andando?! - disse descendo as escadas do prédio.

- Pode-se saber para onde vamos? - perguntei curiosa.

- Claro que sim. - disse pegando-me lentamente na mão, conseguia sentir o choque entre as nossas temperaturas, causou-me os mais variados arrepios por toda o corpo.  - Vamos ao parque. - não me senti supreendida quando ele o disse, porque eu sabia que ali na cidade  não havia mais nenhum sitio assim de jeito a não ser o parque.

- Ok. - disse podendo ver a minha voz a ficar rouca de tanto frio.

Seguimos caminho até ao parque, na rua só se ouviam os nossos passos, mais ninguem se encontrava nas ruas, talvez por estar aquele frio aterrador.

- Tens frio? - perguntou sempre com  aquele sorriso que parecia estar a brincar nos seus lábios.

- Não. - disse omitindo o meu arrepiar de pele e o meu tremer de lábios.

Chegámos ao parque, durante o caminho para lá nao houve muita conversa, entre nós sempre havia mais olhares do que palavras, por vezes faltam as palavras certas.

Entrámos no parque ainda com as mãos dadas, ele guiou-me até ao tal sitio por assim dizer negro do parque, havia algo naquele sitio que me encantava.

Pude ver a malta toda lá ao fundo ao pé de uma árvore, numa espécie de zona proibida/ privada. Cumprimentei aquela gente toda, na maioria rapazes e sentámo-nos todos juntos á conversa.

- Então Bea, já estás melhor? - perguntou-me o Mateus podendo ver os meus olhos a ficarem vermelhos de raiva, nao era precisa aquela pergunta, tinha estado  melhor calado.

- Mas passou-se alguma coisa!!?? - disse logo o Tomás não me dando tempo para algumas das palavras que eu ia dizer fluirem da boca, penetraram o olhar de tal modo em mim que senti-me a corar.

- Não foi nada. - respondi tentando matar o assunto ali, nao me apetecia nada voltar a falar sobre o assunto.

- Desculpa Bea. - consegui ouvir o Mateus a sussurar estas palavras, ao final de contas a culpa tinha sido minha por ter falado sobre esse assunto com ele.

Permaneceu tudo derepente num silencio quase suicidal.

- Depois vais ter de me explicar o que se passou!! - disse pondo a sua boca perto do meu ouvido e com a aquela sua voz rouca que é das minhas sinfonias preferidas, sem dúvida.

Eles voltaram a falar entre eles, eu fiquei um bocado de parte, só de pensar que quando saissemos dali  ele ia-me quase obrigar a contar , eu sabia que ele nao se ia esquecer.

Derepente vejo-o a levantar-se e deu-me uma mão para me ajudar a levantar a mim e foi essa mesma que me guiou dali para fora despedimo-nos da malta e seguimos caminho, para mim era algo desconhecido. Entrámos na zona menos negra do parque por assim dizer, e sentámo-nos num banco de jardim que se encontrava por debaixo de uma das mais variadas árvores.

- Agora já me podes contar o que se passou? - perguntou retoricamente, via-se que estava um bocado irritado por o Mateus talvez saber mais de mim do que ele.

- Foi um mal entendido. - disse ao mesmo tempo que o meu sorriso ia desaparecendo do meu rosto.

 - Estou á espera. - disse olhando fixamente para mim, eu estava para matar o Mateus.

- Lembras-te naquela manha, quando sai do prédio para ir correr e nos encontrámos á porta. - disse podendo ver a raiva a apoderar-se das minhas palavras.

Dark AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora