A Última Guerra - O Fim

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"[...] - Minha senhora... O óleo já acabou, e logo as flechas também acabarão. - alertou Podrick. - Se ficarmos aqui morreremos.
Brienne nunca fugira de um inimigo em toda sua vida, mas sabia que de queda de seu portão era questão de tempo, além de que ela e seus homens seriam mais uteis protegendo os muros que ainda não foram rompidos, os da Fortaleza Vermelha.
- Retirada! Todos para a Praça Central! Rápido! - ordenou ela.
E como a mesma previu, era só questão de tempo para a invasão. Com a falta de óleo as parede dos muros ficaram desprotegidas, possibilitando o amontoamento e consequentemente a escalada dos Mortos, que nem precisaram romper o portão de aço para invadirem."

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PORTO REAL

- Outro portão pereceu. - observou Qyburn ao ouvir as trombetas.
O pânico começou a tomar conta dentro Fortaleza de Maegor. As donzelas e esposas de senhores ricos começar a rezar e algumas até já se entregavam às lágrimas. As irmãs Starks estavam ambas desoladas com a falta de informações do irmão, principalmente Sansa.
- Majestade... - um soldado entrou pela porta. - O Portão do Ferro cedeu, estão vindo para o castelo.
O Portão do Ferro era o único dos cinco portões atacados, que caso fossem rompido, os mortos não precisariam passar pela Praça Central para chegar até os muros da Fortaleza Vermelha.
- Minha Rainha, temos de fazer algo.
Cersei sabia a que Qyburn se referia.
- Acenda.
Tyrion provavelmente era o único da sala que entendeu sobre o que isso se tratava. O soldado recebeu ordens da Mão em cochicho, e se retirou imediatamente.
- O que houve? - perguntou Arya ao anão.
- Precisamos fazer algo, ou invadiram o castelo. - respondeu.

Do topo das ameias da Fortaleza Vermelha, Sir Davos gritou:
- Eles estão vindo! Preparem-se!
A enorme balestras com as pontas dos escorpiões já incendiadas apontaram para a principal rua que vinha do Portão do Ferro, que não tinha mais de três metros de largura. Os mortos vinham amontoados perante ao pouco espaço, uns subindo por sobre os outros, pareciam um cardume de piranhas brigando por um pedaço de carne.
- Ao meu sinal... - Ele esperou os mortos estarem perto o suficiente para o impacto dos escorpiões terem mais afeitos. - Fogo!
As enormes flechas foram disparadas rompendo o ar e atingindo seu alvo com uma força monstruosa. O impacto causava uma pequena explosão de chamas que era o suficiente para incendiar uma duzia de mortos. Não demorou muito para a pilha de cadáveres queimados bloquear a passagem dos mortos que atrás vinham.
- Parem! - Davos observou que os mortos pararam de avançar contra a barreira de corpos e começaram a escalar as casas e se locomoverem por cima dos telhadas. - Malditos. Fogo, fogo, disparem.
E novamente dezenas de escorpiões foram de encontro a seus alvos moribundos. Muitas casas e construções eram destruídas e incineradas com o impacto das flechas, atrasando um pouco o avanço dos mortos, mas o ataque foi cessado quando todos ficaram assustados com o que viam na cidade, Fogo Vivo.

Por todos os pontos da cidade enormes explosões de chamas verdes iluminavam a capital e engoliam muitos mortos, mas também, muitos soldados. Era um risco que todos concordaram em sofrer caso as coisas saíssem do controle. Não tinha como controlar quem as chamas iriam consumir. Do lado de fora da cidade, enquanto usava Drogon para queimar os últimos inimigos que tentavam entrar na cidade, Daenerys teve uma clara visualização das explosões verdes por toda Porto Real.
Apesar de ser uma faca de dois gumes, o fogo vivo conseguiu por os homens de volta a batalha, os tirando do sufoco da enorme massa de mortos que estava se formanda na Praça Central. Mas um rugido vindo da névoa trouxe um calafrio a espinha de todos. O dragão de gelo surgiu novamente, mas não indicava nenhum ataque. Viserion planou sobre a Praça Central, com o Rei da Noite olhando atentamente o que acontecia abaixo. Daenerys rapidamente instruiu Drogon a ir até o irmão morto, Davos olhava apreensivo da Fortaleza Vermelha.
O Rei da Noite então ergueu ambos os braços e corpos começaram a tremer no chão. Olhos antes negros e verdes, abriam azuis e corpos mutilados erguiam-se do chão por todas a cidade. No Portão do Leão, o único portão atacado ainda de pé, Jaime e seu Exército foram surpreendidos, quando seus próprios homens mortos, começaram a se erguer e matar. Jaime fora ferido na perna e acabou caindo da ameia, mas por sorte o telhado de uma casa amorteceu sua queda, embora não tivesse aliviado a dor. O Regicida sabia que não podia ficar ali, seu regimento logo seria derrotado e as centenas de mortos que ainda estavam do lado de fora do portão, invadiria a área oeste da cidade.
Nos céus, os rugidos indicavam o início do combate. Drogon e Viserion se chocaram com ferocidade em frente a Fortaleza Vermelha, com o impacto quase derrubando Daenerys, que permaneceu agarrada fortemente nas escamas de seu filhos. Drogon conseguiu prender Viserion com suas garras e sua mandíbula arrancava pedaços do pescoço do irmão. Daenerys tinha convicção que era questão de tempo para Drogon conseguir decapitar o irmão, assim como os homens nas ameias da fortaleza, que vibravam com cada mordida do dragão negro. Sem cabeça, mesmo que sobrevivesse, Viserion não iria impor nenhum grande risco, e o Rei dos Mortos estaria sem montaria.
Mas um grito agudo de Drogon quase a ensurdeceu. Devido a Drogon estar sobre o oponente, Daenerys não tinha visão do Rei da Noite, que vendo a eminente derrota nos céus, lançou uma uma lança de gelo no flanco de Drogon, que instantaneamente -soltou Viserion e começou a cair. O dragão negro lutava para permanecer no ar, mas não tinha movimento da sua asa direita, uma vez que havia um buraco jorrando sangue onde a asa encontrava seu corpo. O dragão caiu dentro dos muros do castelo, matando dezenas de pessoas esmagadas que ali se protegiam. Drogon forçou um pouso de peito, dentando usar as pernas para amortecer a queda, já que se caíssem de lado ou de costas, Daenerys também morreria esmagada. Mas mesmo com o zelo de seu filho quase morrendo, Daenerys fora arremessada de sua cernelha.
Davos vendo a queda da rainha a cem metros de onde estava, rapidamente ordenou que homens fossem a socorrer.
- Vão até ela, rápido!
Mas ele não podia se distrair, em sua frente, dezenas milhares de mortos tentavam invadir a Fortaleza.
- Despejem o óleo! - ordenou.

The Last War - Game Of ThronesOnde histórias criam vida. Descubra agora