Big Bang: Grande Explosão

6 - Mantendo a Sanidade

Já se passaram dois dias. A chuva continua. Ainda há energia elétrica, por incrível que pareça. Mas por quanto tempo? A TV está ligada, embora não haja sinal. As redes sociais estão cheias de mensagens, hashtags e vídeos sobre o fim do mundo.

#Fantasmas.

#Apocalipse.

Há um rádio presente na sala, ele tem sinal e está funcionando, apesar do péssimo sinal que provocava estática. O exército está comunicando as pessoas para não saírem de casa ou dos abrigos em que estão. É extremamente vital que permaneçam em locais seguros.

A casa estava cheia, até que um casal saiu para ir salvar os filhos que estavam na escola. Eles nunca mais voltaram.

São 5 estranhos, agora.

Nathaniel, 28 anos, mora no andar abaixo de Delaney. Já teve alguns conflitos com Ethan, que o chama de "anarcopunk" de merda. Seu cabelo moicano espetado para cima... bem, tudo irritava Ethan;

Sharon, 66 anos, mora no apartamento ao lado de Delaney. É uma senhora bondosa, sempre muito carinhosa com Delaney. É casada com um advogado que fora militar no passado;

Henrique, 59 anos, advogado dos pais de Delaney. Mora no andar de cima. Possui uma vida fitness, é republicano, pró-armas e é casado com uma corretora de imóveis. Nunca sai de casa sem uma arma;

Camilla, 21 anos, está na academia de polícia, é amiga e vizinha de Delaney.

Jefferson, 38 anos, estava caído na rua, até Delaney, que havia saído de casa para ver o que estava acontecendo, ajudá-lo;

Todos estão aflitos dentro de casa. Ninguém sabe o que está acontecendo, nem quando tudo isso vai acabar. As crianças estão dormindo. Não tiverem ferimentos pesados. Sharon cuidou muito bem deles. Ethan estava no quarto com eles.

— Obrigado — Ethan agradece.
— De nada — diz Sharon, com um sorriso. - Eu adoro crianças. Eles me lembram meus netos.
— Onde eles estão?
- Bom, se meu filho foi esperto, eles estão seguros do outro lado do país, em Los Angeles.
— A senhora não conseguiu falar com eles?
— Por favor, me chame de Sharon. E não, infelizmente não consegui desde que tudo isso começou.

Enquanto Ethan conversava com Sharon, Delaney estava conversando com Amanda na sala. Delaney esconde muitas coisas de Ethan, e uma delas é o ciúme.

Que sentimento bobo. Ela não consegue pensar que Amanda apenas os ajudou, que não tinha segundas intenções. Mas será que no fundo ela não desenvolveu algo Ethan? Será que Amanda não viu beleza no jovem rapaz de cabelos negros e sedosos?

— Então... você trabalha na perfumaria no final da rua? — Perguntou Delaney.
— Sim — respondeu-lhe. Quando aquelas coisas estavam atacando as pessoas, eu estava correndo pela rua e vi Ethan caído com seu pai.
— Você disse que uma daquelas coisas estava prestes a atacar eles, e...
— Sim, eu vi o que elas fazem. Um homem foi atacado na perfumaria, ele começou a se contorcer, como se seus ossos estivessem sendo prensados. Deus do céu, ainda posso ouvir o barulho dos ossos estalando.

Há momentos em que você tem que deixar seus piores sentimentos de lado. O ciúme é um dele. Delaney deu um voto de confiança a Amanda, pensando que seu sentimento não era apropriado para aquela situação. Enquanto isso, as demais pessoas na casa estavam na cozinha tentando manter a sanidade. Embora o os celulares estivessem sem sinal, eles ainda tentavam chamar por alguém.

— Quanto tempo nossa comida vai durar? - Indaga Camilla.
— Sabe, alguns de nós, especialmente crianças, não entendem o conceito da palavra "racionamento", então eu suponho que temos menos de uma semana — disse Henrique, com um tom provocativo.
— Você não perde a oportunidade de falar besteiras, não é, Henrique? - Disse Delaney, entrando na cozinha.
— Só estou falando a verdade, minha cara. Mas se ela te incomoda, não está mais aqui quem falou.
— Não precisamos brigar por comida, — diz Nathaniel — nós estamos em um prédio residencial, os outros apartamentos devem ter comida.
— Mesmo que eles tenham, não vamos conseguir invadir nenhum deles — retruca Camilla. — As portas são à prova de furtos, assim como o edifício inteiro.