''Narra Ana"
Já havia passado dois meses que eu me reencontrei com Bia e com minha família. No início, todos ficaram em estado de choque, muito surpresos. Já era esperado que tivessem essa reação, pois achavam que eu estava morta.
Mas apesar de tudo, eles ficaram muito felizes, além do mais, não conseguiram acreditar que eu estava aí, com eles, depois de tantos anos.
Eu não pude controlar a minha emoção, estava tão feliz. Reencontrá-los era tudo que eu mais queria.Depois que a notícia se espalhou, era inevitável que Victor ficasse sabendo. Ele queria me ver imediatamente. Claro, contra a vontade de seus pais. Mas ele precisava ver com seus próprios olhos que aquilo era realmente verdade.
Quando nos encontramos, fiquei imaginando qual seria sua reação.
Fiquei paralisada, não conseguia pronunciar uma palavra. Nem ele. Ficamos um bom tempo nos olhando. Acho que ele ainda estava processando tudo. Mas depois de longos minutos, ele quebrou o silêncio.
- Helena? Eu nãoo... acred.. - ele estava surpreso
- Sim, sou eu - eu o interrompi e eu pude ver um brilho no seu olhar
Passamos horas e horas conversando. Eu expliquei tudo que tinha acontecido. Disse que adotei o nome de Ana, e agora gostaria de ser chamada assim. Já que foi dessa maneira que recomecei minha vida.
Depois de ter esclarecido tudo, ele me abraçou. Finalmente eu pude tocá-lo novamente. Pude sentir seus braços em volta de mim, e ver que a saudade havia nos consumido.
Logo depois, nos afastamos e resolvemos falar sobre nós. Ele me questionou:
- Você ainda me ama? - ele perguntou com receio da resposta
- É claro - eu respondi com um sorriso estampado no rosto
Minha mente estava confusa. Eram muitos sentimentos para processar. Mas uma coisa eu sabia, eu o amava. É claro que eu o amava, e depois de passar tanto tempo longe dele, tive a certeza disso. Afinal, a gente nunca esquece o primeiro amor. E já que agora nada nos impedia, com certeza não queria mais perder tempo.
O único problema eram os seus pais. Mas Victor disse que daria um jeito e não deixaria que nada nem ninguém nos separasse. E não foi diferente.
Depois de tantos anos, ele conseguiu contar a verdade sobre o acidente, que quem estava dirigindo era Lucas. A mãe dele não conseguia acreditar no que ele tinha dito, ela ficou transtornada. Disse que ele estava dizendo essas coisas pra me proteger. Ele sempre iria me defender, sem dúvida nenhuma, mas inventar uma história dessas? Jamais.
Foi quando, o seu pai contou de uma vez por todas, a verdade, com toda precisão.
Todos ficaram chocados. Eram tantas notícias, tantas descobertas em tão pouco tempo. Iria ser complicado para processar tanta coisa.
Naquela noite, Victor me ligou, e contou do ocorrido.
- Meu Deuss. Eu não estou acreditando - fiquei abalada
- Pois é.. finalmente. Eu estou tão aliviado, parece que tirei um grande peso das costas - ele falou em um tom animado, podia imaginar o quanto ele estava contente com o acontecido
- Eu só tenho que te agradecer. Sem você isso não seria possível - digo no mesmo tom, tão animada quanto ele
- Obrigado meu amor. Eu disse que não deixaria ninguém nos separar - as palavras que ele acabara de proferir, me fizeram sentir confiança. Ele defenderia o nosso amor, eu sabia que ele era capaz, nunca duvidei. - Bom, tenho que desligar. Eu te amo, Helen.. Ana. Desculpa, eu ainda não me acostumei - e mais uma vez ele me pegou de surpresa
- Tudo bem, eu também te amo - respondi. Assim que desliguei, comecei a pensar nos últimos vocábulos pronunciados. Será que ele ainda me conhecia depois de tanto tempo? Será que ele realmente me ama, ou ama a pessoa que ficou para trás, Helena?
Muitas dúvidas começaram a surgir na minha cabeça. Muita coisa mudou nesses anos, eu mudei. Já não me sinto mais a mesma. Mas é algo que vou descobrir com o tempo. E agora que reencontrei com a minha família e com o Victor, me sinto realizada.
Assim que os pensamentos foram me consumindo, acabei pegando no sono.
E aí pessoal? Gostaram? A opinião de vocês é muito importante!!

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Yo te esperaré
Romansa"Na vida, há muitas conexões. Mas aquelas em especiais, são poucas. Aquelas de alma, que antes mesmo das apresentações, é possível reconhecer no olhar, pois já há uma certa proximidade. E por mais que faltem explicações, encontram-se semelhanças e s...