Iida Tenya | Protetor

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AS DATAS DAS PROVAS tinham acabado de ser anunciadas quando Nezuko percebeu que não duraria muito tempo na U

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AS DATAS DAS PROVAS tinham acabado de ser anunciadas quando Nezuko percebeu que não duraria muito tempo na U.A.

  Suas notas eram bem ruins, mas até o momento parecia ser o suficiente para se manter naquela escola onde ela se esforçou tanto pra entrar no curso de heróis.
 
  A situação dentro de casa era caótica. Sua mãe era muito doente, tinha desenvolvido uma doença rara que fragilizou seus ossos e a impedia de fazer muitas coisas, como trabalhar. Em seu lugar, Nezuko passava horas e horas servindo clientes grosseiros e famintos no Le Royal Café, se dedicando para criar e alimentar três irmãos apenas com o próprio e miserável salário. Muitas vezes, Nezuko perdia aulas e fazia horas extras em turnos esquisitos enquanto pedia adiantamentos, que quase sempre eram concedidos, já que Roberto Carvalho, o dono do café, não fazia nenhuma objeção em ter Nezuko ganhando um pouco mais cedo, ainda que não pagasse tão bem.

  Ele era um homem bom, morava em alguma cidadezinha paulista do Brasil antes de se estabelecer no Japão para descansar e abrir seu Café, ainda que em um bairro meio pobre. Mas mesmo homens bons não podem criar dinheiro do nada para ajudar meninas de olhos bicolores.

  Nezuko tinha uma individualidade peculiar, a Erebocinese, ou como costumava chamar, o controle das trevas. Isso a dava um grande auxílio nas notas nos aspectos físicos por poder ser usada a longa ou curta distância, mas na parte teórica de sua educação sua média caía consideravelmente.

  Instintivamente, apertou mais forte os nós dos dedos ao lembrar das palavras de Aizawa-Sensei quando ele chamou sua atenção na aula de hoje mais cedo.

  "Receio que se não se adaptar ao modelo rígido e exemplar da U.A, terei que recorrer à expulsão", ele disse, a encarando seriamente com aqueles olhos frios. Sua voz rasgava os ouvidos de Nezuko mesmo que apenas em lembranças. Ele já havia avisado sobre os perigos de continuar vacilando com as notas e sobre sua falta de piedade com alunos que não se encaixam no perfil exigido pela U.A, mas precisava ser tão extremo assim?

  Expulsão. Não podia ser sério. Ela precisava conseguir, precisava ajudar a mãe e seus irmãos a sobreviver, prometeu que salvaria todos como ela quando se tornasse uma heroína... Mas isso seria impossível se ela fosse expulsa... Seu estado acadêmico era deplorável. Ela era deplorável. Sentiu uma pontada de agonia em seu peito quando a imagem de si mesma fora da U.A passou por sua mente; todo o esforço de sua família e de si própria foi por água abaixo. Ela ia ser expulsa e não podia fazer nada.

 — Okada Nezuko! Espere!

  Nezuko parou espantada ao ouvir aquela voz implacável e familiar. Seus pés pararam no meio do concreto da calçada, os olhos pesados fitando o chão mal iluminado pelo fim de tarde dourado. Sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao sentir o toque de uma mão em seu ombro, um toque suave que não mostrava sinais de más intenções. A garota se obrigou a erguer o queixo e se virar para encarar a pessoa atrás de si.

𝐍𝐞𝐛𝐮𝐥𝐚, 𝐁𝐍𝐇𝐀 𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬! Onde histórias criam vida. Descubra agora