o reencontro no cemitério 1

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Midoriya encarou o rosto no espelho depois de acordar. Suas mãos estavam apoiadas na pia, trêmulas depois de agitar-se por causa de um pesadelo distante. Algo a ver com All Might. Eraser Head. UA.

No dia anterior, ao repassar do plano, não pode fugir de ir ao compromisso anual, sua presença era extremamente necessária, porém, fazia tanto tempo que não ia ver o túmulo de...

— All Might. — engoliu seco com os olhos fixos em seu reflexo. Sentiu gotas de suor caírem sobre seus braços. Uma luta solitária consigo ao longo dos anos, o que lhe restava era esperar a agonia frustrante passar para fingir que estava tudo bem.

Todoroki colocou as torradas na mesa e olhou para Yaoyorosu que encarava a janela, ela havia acordado assustada e com um olhar preocupado aquela manhã.

— Preocupada? — perguntou. Foi até ela calmamente e se posicionou ao seu lado. O Sol nascia devagar. O laranja misturado com amarelo brilhou através dos seus olhos. Todoroki a admirava tanto. Bela. Forte. Acariciou levemente em sua mão.

— Hoje parece um dia estranho, não acha? — Yaoyorosu respondeu. — Uraraka e Midoriya vão pela a primeira vez ao cemitério depois desses anos...Sinto que os outros não vão gostar tanto de Uraraka-san lá. Hoje vai ser diferente. Sombrio. Meu coração está...

— O dia mal começou, meu bem. — Todoroki pegou suas mãos delicamente e as beijou. — E eu tenho certeza que dará tudo certo. Não confio totalmente em Uraraka, mas...

— Estou com um mau pressentimento. — ela suspirou. — Shouto, talvez você não precise ir. Midoriya-san deve conversar com eles e...

— Do mesmo jeito que eu confio em suas habilidades, confie nas minhas. — a puxou suavemente para abraçá-la. — E de longe, não posso proteger você.

— Shouto... — não resistiu a um sorriso.

Kirishima corria todas as manhãs. Como não via Uraraka há dois dias, passou em sua rua para cumprimentá-la, porém, ela já estava na frente de casa, vestia um sobretudo preto e galochas. Um contraste com um dia que seria, provavelmente, caloroso.

— Ochaco-chan! — Kirishima a chamou. — Vestida assim a essa hora. — olhou para o céu amanhecido. — Nenhuma nuvem.

— Sinto que hoje choverá... — sua voz murmurou baixa. — Você não vai passar na frente da...hã, UA? — Uraraka meteu as mãos no bolso de maneira constrangida, quase como se fosse um pecado mencioná-la. Kirishima arregalou os olhos no mesmo instante.

— Você vai? — sua boca abriu em formato de “o”. — Nossa, eu não vou fazem dois anos. É doloroso olhar para aquilo e... por que você vai, Uraraka? — a mulher abaixou os olhos.

— Você deveria ir. — ela respondeu.

— Isso tem a ver com aquela chantagem que o  Todoroki fez com você? — perguntou.

Uraraka deu de ombros. Seria injusto se contasse tudo a ele sem a presença dos outros. Se sentia extremamente inútil a altura daquele campeonato depois de ouvir xingamentos e insultos nos dois dias seguidos, primeiro com Shinsou e em seguida Bakugou.

— Se você vai, eu vou para te proteger dos comentários rudes. — Kirishima olhou de modo que a confortasse. Já que a conhecia bem agora, podia apostar que aqueles olhos tristes eram por algo que ouviu. — E como ficou aquele negócio da fábrica? Vocês vão a julgamento?

— Shinsou mandou uma mensagem ontem à noite. Disse que entrou como defesa e estamos em liberdade, parece que explicou nossa situação passada e atual e, por enquanto, Midoriya-san e eu somos considerados inocentes. — suspirou ao falar o nome de Midoriya. — Falando nele, preciso ir.

De volta ao passado [BNHA]Onde histórias criam vida. Descubra agora