inseguranças de sonhar um futuro com você

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Pelo resto da madrugada, apenas pequenas palavras que Uraraka e Midoriya foram trocadas. Poderia ser algum pensamento abobalhado e cansado de Uraraka, mas ela podia jurar que ele vigiava alguém específico do lado de fora, como se acompanhasse seus passos. Se pegou cochilando várias vezes, quando sentiu que iria dormir pesadamente, levantou e bebericou um copo de café.

— Não deveria se entupir de café desse jeito. — Midoriya olhou para a mulher escorada na janela do outro lado da sala. — São cinco horas, por que não dorme um pouco?

— Porque é meu trabalho também. — Uraraka bocejou. — Além disso, não estou tão cansada assim.

— Faz quanto tempo que não dorme? Digo, de dormir em uma cama por oito horas. — Midoriya virou para sua posição e acompanhou o reflexo da heroína.

— Essa pergunta é difícil. — segurou um riso preocupado consigo mesma. — Talvez esse meu estresse explosivo seja por causa do sono acumulado.

— Você acha? — Midoriya sorriu.— Sério, você pode dormir um pouco. Se acontecer qualquer coisa, chamo você.

— Duvido. Capaz de em três segundos você derrotar qualquer coisa. — Uraraka revirou os olhos.

— Isso não é verdade. — Midoriya riu de novo. — Se deixar, você pega todos sozinha.

Os dois riram baixo. Os olhos ainda se estreitando entre desvios e encontros. Como aqueles dois poderiam ser tão lentos? Uraraka foi vencida pelo travesseiro fofo de sua "cama feita" no sofá e deitou. Respirou profundamente e encarou Midoriya. As últimas fagulhas de pensamento antes de cair em um sono profundo e cansado foram os cabelos bagunçados de Midoriya balançando contra a brisa da janela entreaberta que ele encarava. Não mudaria aquela visão por nada.

— Midoriya! All Might! — Uraraka gritou tanto que sentia sua garganta arranhar.

Eu disse que eles eram escórias. Porcarias inúteis que não possuem valor porque não tem individualidade alguma. Lixos que roubaram uma de nós.

Eu te disse, Ochaco. Disse para você escolher entre morrer com ele ou juntar-se a mim. Agora assista. Assista!

O Criador sem rosto cortou a garganta de Midoriya.

Uraraka pulou do sofá ofegante, Midoriya estava do seu lado apoiado no chão olhando de volta para ela assustado. Segurava sua mão direita que caía pelo sofá. Quando ela se sentou, o rapaz a soltou levemente. Sentiu tanto alívio de ser apenas um sonho, um sonho que talvez se tornasse realidade amanhã à noite.

— Você estava sussurrando algumas palavras. — ele disse preocupado. — Está tudo bem? Foi só um pesadelo. — sentou ao seu lado no sofá e acariciou seus cabelos vagarosamente. Uraraka não queria que parasse até que ela se acalmasse. Olhou para ele calmo e atento a qualquer movimento que fazia. Olhou para sua boca e novamente para seus olhos.

— É por isso que eu não durmo por oito horas seguidas. — Uraraka tentou descontrair para aliviar a culpa de deixá-lo preocupado. Engoliu seco ao olhar em seu rosto e lembrar do que havia visto há poucos segundos em seu sonho. — Eu estou bem. Quanto tempo dormi? — levantou.

— Meia hora e alguns minutos. — olhou para o relógio. — Daqui a pouco o sol começa a nascer.

— Podemos ver o nascer do sol. Posso fazer café de novo. — olhou para a cozinha.

De volta ao passado [BNHA]Onde histórias criam vida. Descubra agora