introdução

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O inverno havia chegado. Foi inesperado por aparecer mais cedo naquele ano; as noites pareciam mais longas, os dias eram tão frios que todos se recolhiam ao entardecer sombrio das 18h e até os crimes tinham diminuído, em tese. O Sol mal surgia no céu, os dias passavam-se nublados e aquela correnteza fria uivava sobre os cidadãos do Japão. Não era ruim, talvez o deserto das ruas incomodasse por ficar mais perigoso, porém, com a estreia dos novos heróis...

— Uravity! Uravity! É a Uravity! — uma garotinha gritava ao ver no ar a moça da gravidade levitando. Ochaco Uraraka se superou nos últimos dois anos em seu ensino médio na escola para super-heróis, U.A.

Alcançou limites insuperáveis de sua individualidade, a cada descoberta, se sentia mais invencível. Não de uma maneira ruim, passou a trabalhar como heroína em regiões mais afastadas da capital; mais do que ninguém, Uraraka sabia as dificuldades dos interiores e ajudar as pessoas era o que mais desejava depois de lidar tanto com vilões em seus estágios e imprevistos na escola, como uma cidadã afastada da cidade central, era uma obrigação sua em atendê-los.

Pousou no chão, um banco na esquina teria sido roubado se ela não estivesse presente a tempo. Uraraka se tornou a heroína mais conhecida e aclamada dessas regiões com apenas 21 anos de idade, antes almejava trazer uma vida confortável aos seus pais que tanto trabalharam por ela, hoje ela clama por paz e humanidade em um futuro cada vez mais insaciável de sentimentos. Após sua formação na Academia, estagiou com Gunhead e tornou-se especialista em artes marciais, sua postura em combate além de impecável, deu aberturas estrategistas ao uso de sua individualidade. A mulher se tornou uma arma poderosa para as cidades que servia.

— Estão todos bem? — gritou ao ver alguns com feições de espanto — O perigo já passou, está tudo sob controle! — Avisou-os, naquele instante pode escutar suspiros vindos de todos os lados, em um sorriso comemorativo em seu rosto, viu uma garotinha aproximar-se dela.

— Uravity! Uravity! — ela gritou — Você lutou tão bem! Eu vi tudo! — a jovem curvou para escutar orgulhosamente cada palavra daquela menininha alegre e empolgada. – Foi tão legal, você acabou com eles em um piscar de olhos!

— São seus olhos, mocinha — piscou, em emoção. Suas palavras perdiam-se dentro de si, crianças viraram seu ponto fraco desde que salvou um garoto de cair de um penhasco.

— Eu quero ser como você, Uravity! — a nova heroína sentiu seu rosto enrubescer com as palavras da criança.

— Você já é uma heroína, menina. Até se cair o lápis do seu amiguinho no chão e você juntá-lo, a faz uma. Obrigada por me ajudar neste trabalho! — O sorriso da garotinha abriu-se mais, Uraraka foi vencida a retribuir mais radiante. Em um pequeno aceno, voltou a flutuar, todos agradeciam no chão, em admirações por sua extrema carisma e proteção.

Fez mudanças em seu traje, antes um rosa claro, agora escureceu-se. Usava luvas de gravidade para ajustar seu nível de utilidade, também suas botas a permitiam flutuar ou ficar presa ao chão quando ativava a todos de um devido lugar ficassem no alto. Por segurança, optou o uso de uma máscara preta, na verdade parecia mais com um óculos tecnológico com detalhes pequenos de rosa laterais, cobria somente os olhos e um pouco do nariz. Quando chegou a janela de casa, abriu-a, rapidamente tirou seu uniforme de trabalho e jogou-se na cama em seguida, apenas com suas roupas íntimas. Suspirou ao chegar em um lugar que poderia respirar e descansar, o fim do expediente era bom por um lado. Depois de alguns minutos deitada, levantou-se, tomou um banho demorado, trajou roupas confortáveis e desceu a escada de sua residência.

— Sabia que tinha chegado — Sua mãe a cumprimentou, comia um biscoito quente que havia saído do forno.

— Oi, mãe — Olhou para eles estendidos na mesa, atreveu-se a pegar um mesmo sentindo o valor.

— Sua tia está vindo aí — Avisou-a. Uraraka estava naquela idade onde parentes sempre gostavam de perguntar sobre suas vida amorosa, escapava quando podia. Antes de responder, a campainha tocou, não tinha escapatória. A mãe fez um gesto para que sentasse, foi o que a mulher fez, aproveitou para comer, já que não havia se alimentado direito durante o dia.

— Ochaco-chan! — A tia, Saruno Uraraka, sempre sorridente e com a ponta da língua afiada.  Uraraka riu e respondeu ao seu cumprimento, logo sentaram as três à mesa. Passou-se um tempo até que a vida da heroína tornasse o assunto da conversa. – No que você trabalha mesmo, Ochaco?

— Trabalho aqui perto, em um curso de lutas marciais. Sou a sensei dos meninos. — respondeu, seu tom de voz até saiu orgulhoso até olhar a cara de julgamento da tia.

Em resumo, somente a mãe e pai sabiam sobre seu real trabalho, era claro que seus demais parentes tinham conhecimento sobre sua formação na Academia, porém, por segurança não só à eles, mas a preservação de investigações e de sua vida profissional, decidiu ocultar sua identidade. Era óbvio, mas alguns revelavam suas identidades por causa da fama.

— É uma pena não ter conseguido tornar-se uma heroína, querida. — sorriu. Uraraka entendia bem quando se tratava de indiretas de constrangimento relacionado a sua vida, por isso riu de volta para mostrar que aquilo não a incomodava, porque, de fato, não tinha sua atenção. — Mas já há alguém em especial por lá? Já deveria ter um namorado.

— Não estou pensando nisso no momento, tia. — aquele assunto certamente mexia com ela em alguns pontos de sua mente, não que a jovem quisesse um amor para a vida toda, já não pensava mais assim. Mas Uraraka não se interessava em alguém desde a Academia e este alguém, infelizmente (ou não), ela ouvia falar todos os dias.

O herói número um, Izuku Midoriya.

xoxo

De volta ao passado [BNHA]Onde histórias criam vida. Descubra agora