o início de uma teoria

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Uraraka acabara de fazer vinte anos, suspirou sozinha no quarto enquanto encarava sua janela solitária. Havia encontrado Shinsou depois de uma missão perto do curso que ele inaugurou no mesmo ano para ajudar jovens como ele era a fortalecerem suas individualidades mentais.

— Uma ótima iniciativa. — ela pousou com o garoto que havia tido um surto pela individualidade mental que possuía. — Ele está bem, só cansado. — percebeu que os olhos, que conhecia como revoltados e indiferentes, se preocupavam com o garoto.

— Obrigado... — voltou os olhos para cima em admiração a quem pulou para salvar a criança. — Vou levá-lo para dentro, eu posso falar com você outra hora, ...?— fez a pausa para que ela pronunciasse seu nome de heroína.

— Uravity. — cruzou os braços. Ele a fitou nostálgico, já ouvira aquele nome.

— Uraraka. — ele deu um meio sorriso. — Coragem de voltar às origens de heroína depois do que houve. — o sorriso dela desapareceu.

— Bem, eu vou indo. Foi bom ver você, Shinsou-kun. — agiu de modo indiferente e flutuou entre os prédios, a perdeu de vista. Ele teria ido atrás dela se não tivesse que cuidar do aluno novo.

Ao passar dos dias, caçou Uraraka por todos os lugares onde sabia que frequentava. A encontrou em cima de um prédio durante sua patrulha noturna.

— Uraraka. — se aproximou. — Desculpe minha grosseria naquele dia, eu...

— Não deveria agir daquele jeito comigo, você sabe que... — engoliu seco. — Que sou inocente.

— Eu sei. Testemunhei em sua defesa porque sei que...o controle mental do...

— Não pronuncie esse nome. — Uraraka o interrompeu. — Me destruiu o suficiente para que eu queira ouvir de novo. — Shinsou apenas se sentou ao seu lado observando a beleza da cidade aquela noite. Uraraka estava sem seu capacete, deixando seu rosto e seu cabelo amarrado em uma trança pequena graças aos seus cabelos curtos na época balançarem um pouco pelo vento.

— Faria tudo de novo, Uraraka. Sabe muito bem como eu sei como é te tratarem como um vilão. — suspirou. — Agora somos os dois excluídos da 1A. — a jovem não deu um sorriso, mas suas feições não mostravam sentimentos ruins. — Quer sair comigo?

Uraraka virou nervosa para o rapaz. Haviam estudado juntos, ela nunca o viu como um...amor ou algo semelhante.

— Shinsou, eu...

— Como amigos, Uraraka. — ele sorriu entredentes e aquilo a espantou porque foi um sorriso natural e meigo. Vindo de Shinsou parecia até sobrenatural ocorrer.

— Sendo assim, tudo bem. — sorriu de volta.

Só não esperava que acabariam se aproximando bastante, diferente de Kirishima que aos poucos interagia mais com ela, Shinsou se mostrava interessado em qualquer coisa que Uraraka falasse ou se interessasse. Ela precisava de um amigo e Shinsou veio em um bom momento. Foram alguns meses de saídas e patrulhas com conversas jogadas fora.

— Certo, — ele riu com ela de algo que conversavam. — Preciso perguntar algo.

— Pergunte. — Uraraka tomou um gole do vinho que ele havia levado, estavam no mesmo prédio que se encontraram pela primeira vez meses atrás.

— Você e eu...poderíamos, ah, você sabe. — ele deu uma risada. — Uma mulher perfeita como você ser só uma amiga, é... — ele não encontrou uma palavra e apenas a fitou novamente assustada com aquelas frases diretas do amigo.

— Você é bem sincero, Shinsou. — ela coçou a cabeça. Ele era um rapaz atraente e Uraraka já havia percebido isso. Estava com álcool entre as veias e por que não com ele? Era uma mulher adulta e responsável e...certo, o que está pensando? — Eu não sei. Ando meio carente e também...

— Eu também. Podemos ir levando e...

— Eu sou virgem. — ela mordeu o lábio o interrompendo. — Não namorei ninguém, quer dizer, eu beijei umas vezes um certo garoto na UA e tivemos uns momentos bem...hã. — ela olhou para o amigo que a encarava surpreso. — Certo, você não falava sobre isso especificamente, não é? Você queria dizer namorar e eu levei para esse lado. Estou extremamente envergonhada. Bebi um copo de vinho e já estou falando essas coisas. Shinsou-kun, acho melhor eu ir e... — Shinsou a interrompeu com um beijo.

E assim acabaram em outro lugar aquela noite.

Todoroki sentou todos na mesa onde tomaram café mais cedo.

— Quer dizer que você e a garota que cria... Yaoyorosu estão casados? Por essa eu não esperava. Imaginava você como um cara solitário ou algo assim. — Shinsou comentou sentando ao lado de Midoriya. — E você casou com alguém da UA também?

Por algum motivo Midoriya acabou pousando os olhos em Uraraka, que estava concentrada em Todoroki falando algo sobre um plano que havia trabalhando junto a Yaoyorosu.

— Imagino que não. — Shinsou sorriu. — Não perde muita coisa, de qualquer jeito somos todos heróis e o amor não serve em nossa vida. — encarou Uraraka com desprezo. Midoriya apenas o observou com certo interesse sobre os sentimentos dele pela garota gravitacional e tiraria aquilo mais a limpo quando não tivesse outras preocupações em sua mente.

— Precisamos ir atrás do Criador, ele fez isso com Midoriya e Uraraka porque sabe que estamos trabalhando para descobrir o que aconteceu com a Liga. — Todoroki sentou na beirada da mesa, já que todos já ocupavam as cadeiras.

— Pensei que a Liga estivesse acabada. — Shinsou respondeu com os braços cruzados.

— Também pensávamos. — Midoriya murmurou. — Depois que fomos procurar informações no antigo bar, misteriosamente o lugar explodiu quando achamos uma passagem subterrânea.

— Alguém sussurrou Esse é o futuro para mim. Não parecia ser a voz do...bem, não era ele. Cheguei a conclusão que agora tem seguidores. E estão querendo trazer a Liga de volta, Toga estava lá. — Uraraka explicou.

— Acham que isso tem algo a ver com o acidente da UA há cinco anos? — Shinsou perguntou.

— Não descartamos essa hipótese. — Momo respondeu. — Ela parece mais óbvia quando Shouto encontrou materiais da própria UA no bar.

— A evidência de ser o Criador parecia mais concreta. Ele era aluno da UA. Ele era aluno do...

— Do sensei. — responderam juntos.

— Qual o plano? — Shinsou perguntou de novo, agora com o ar mais preocupado.

— Vamos inocentar Uraraka e Midoriya e em seguida, chamar todos da UA de novo. — Yaoyorosu levanta da cadeira. — Se for ele, precisamos de toda ajuda possível.

— E se a Liga estiver trabalhando com ele, temos que ficar um passo à frente. — Midoriya continua o pensamento.

— O plano é o seguinte...

xoxo

De volta ao passado [BNHA]Onde histórias criam vida. Descubra agora