Meu coração está disparado. O elevador chega ao andar térreo, e eu desço assim que as portas se abrem, tropeçando mais uma vez, mas delizmente não caindo de bruços no chão de arenito imaculado. Eu corro para as largas portas de vidro, e por fim estou livre no tonificante, limpo, ar úmido de Seattle. Levantando meu rosto, eu dou boas-vindas à fresca chuva refrescante. Eu fecho meus olhos e tomo uma profunda e purificante respiração, tentando recuperar o que resta de meu equilíbrio. Nenhuma mulher jamais me afetou desse modo como Mei Grey a fez, e eu não posso entender o porquê. É sua aparência? Sua civilidade? Sua Riqueza? Seu Poder? Eu não entendo minha reação irracional. Eu dou um suspiro enorme de alívio. O que em nome dos céus foi tudo aquilo? Eu me inclino contra uma das colunas de aço do edifício, e valentemente tento me acalmar e juntar meus pensamentos. Eu agito minha cabeça. Puta merda, o que foi aquilo? Meu coração estabiliza, voltando ao seu ritmo regular, e eu posso respirar normalmente de novo. Eu me dirijo ao meu carro. Quando eu deixo os limites da cidade para trás, eu começo a me sentir tola e envergonhada, quando eu reproduzo a entrevista em minha mente. Certamente, eu estou reagindo a algo que está em minha imaginação. Certo, então ela é muito atraente, confiante, autoritária, à vontade consigo mesmo, mas por outro lado, ela é arrogante, e por todos os seus modos impecáveis, ela é ditadora e fria. Bem, pelo menos a primeira vista. Um arrepio involuntário percorre minha espinha. Ela pode ser arrogante, entretanto ele tem o direito de ser, ela conseguiu tanto em uma idade tão jovem. Ele não suporta os imbecis, mas por que ela deveria? Novamente, eu estou irritada por Harumi não me dar uma breve biografia dela. Enquanto cruzo ao longo da I-5, minha mente continua a vagar. Eu estou perplexa por existir gente tão empenhada em triunfar. Algumas de suas respostas eram tão enigmáticas, como se ela tivesse uma agenda oculta. As perguntas de Harumi... ufa! A adoção e a pergunta se ela é lesbica! Eu estremeço. Eu não posso acreditar que eu disse aquilo. Que o chão, me engula agora! Toda vez que eu pensar sobre esta pergunta no futuro, eu vou ficar corada de vergonha. Maldita Harumi taniguchi! Eu verifico o velocímetro. Eu estou dirigindo mais cautelosamente do que eu estaria em qualquer outra ocasião. E eu sei que é a lembrança de dois olhos roxo penetrantes olhando para mim, e uma voz dura dizendo-me para dirigir cuidadosamente. Agitando minha cabeça, eu percebo que Grey está mais para uma mulher com o dobro de sua idade. Esqueça isto, Ana, eu ralho comigo mesmo. Eu chego à conclusão que isto foi uma experiência muito interessante, mas eu não deveria insistir nisto.
Deixe isto para trás. Eu nunca vou vê-lo novamente. Eu fico imediatamente alegre pelo pensamento. Eu ligo o play do MP3 e giro o volume bem alto, me encosto, e ouço o estrondoso rock alternativo quando eu pressiono o acelerador. Quando eu atinjo a I-58, eu percebo que eu posso dirigir tão rápido quanto eu quero. Nós vivemos em uma pequena comunidade de apartamentos dúplex em Vancouver, Washington, perto do campus de Vancouver da WSU. Eu tenho sorte dos pais de Harumi terem comprado um lugar para ela, e eu pago amendoins pelo aluguel.9 Isto já faz uns quatro anos. Quando eu desligo o carro, eu sei que a Harumi vai querer que eu conte tim-tim por tim-tim da entrevista, ela é tenaz. Bem, pelo menos ela tem o mini gravador. Espero que eu não tenha que elaborar muito além do que foi dito durante a entrevista.
— Yuzu! Você voltou. — Harumi está sentada em nossa sala de estar,
cercada por livros. Ela está claramente estudando para as provas finais, entretanto ela ainda está de pijamas de flanela rosa, decorado com coelhinhos fofinhos, aqueles que ela reserva quando acaba com um namoro, quando está doente, e quando está deprimida em geral. Ela pula em cima de mim e me abraça apertado.
— Eu estava começando a me preocupar. Eu esperava que você
voltasse mais cedo.
— Oh, eu acho que compensei o tempo considerando que a entrevista
funcionou. — Eu aceno com o mini gravador para ela.
— Yuzu, muito obrigada por fazer isto. Eu fico te devendo, eu sei. Como
foi? Como ela era? — Oh não, lá vamos nós, com a Inquisição de Harumi taniguchi.
Eu luto para responder suas perguntas. O que eu posso dizer?
— Eu estou contente que terminei, e que eu não tenha que vê-la
novamente. Ela era bastante intimidante, sabe. — Eu encolho os ombros. — Ela é muito focada, intensa até, e jovem. Realmente jovem.
Harumi olha com ingenuidade para mim. Eu franzo a testa para ela.
— Você, não se faça de inocente. Por que você não me deu uma biografia? Ela me fez sentir como uma idiota por me restringir as perguntas básicas. — Harumi aperta uma mão em sua boca.
— Jesus, Harumi, eu sinto muito, eu não pensei.
Eu bufo.
— Na maior parte ela foi cortês, formal, ligeiramente sufocante, como se tivesse envelhecida antes do tempo. Ela não conversa como uma mulher de vinte e poucos anos. Que idade ela tem afinal? — Vinte e sete. Jesus, Yuzu, eu sinto muito. Eu devia ter informado você, mas eu estava em pânico. Deixe-me pegar o mini gravador, e eu vou começar a transcrever a entrevista.
— Você parece melhor. Você comeu sua sopa? — Eu pergunto, ansiosa para mudar o assunto.
— Sim, e estava deliciosa como sempre. Eu estou me sentindo muito
melhor. — Ela sorri para mim em gratidão. Eu verifico meu relógio.
— Eu tenho que correr. Eu posso ainda fazer meu turno na Clayton.
— Yuzu, você está exausta.
— Eu estarei bem. Eu vejo você mais tarde. Eu trabalho na Clayton desde que eu comecei na universidade. É a maior loja de ferragens de Portland, e durante os quatro anos em que eu trabalho aqui, eu conheci um pouco sobre quase tudo que vendemos, embora ironicamente, eu sou um desastre em trabalhos manuais. Eu deixo tudo isso para meu pai. Eu sou muito mais o tipo de garota que se enrosca com um livro em uma confortável cadeira junto à lareira. Eu estou contente que eu possa fazer meu turno, pois isto me dá algo para me concentrar que não seja Mei Grey. Nós estamos ocupados, é o inicio da temporada de verão, e as pessoas estão redecorando suas casas. A Sra. Clayton está contente por me ver.
— Yuzu! Eu pensei que você não fosse vir hoje.
— Meu compromisso não demorou tanto tempo como eu pensei. Eu
terminei em algumas horas.
— Eu estou contente por ver você.
Ela me manda para o deposito para começar a reabastecer as prateleiras, e eu logo fico absorvida na tarefa. Quando eu chego em casa mais tarde, Harumi está com os fones de ouvido, trabalhando em seu laptop. Seu nariz está ainda rosa, mas ela está super envolvida no seu trabalho, concentrada e digitando furiosamente. Eu estou exausta, completamente drenada pela longa viagem, a entrevista cansativa, e por permanecer de pé na Clayton. Eu afundo no sofá, pensando sobre a redação que eu tenho que terminar e todos os estudos que eu não fiz hoje, porque eu estava com… ela.
— Você tem um bom material aqui, Yuzu. Você fez um bom trabalho. Eu não posso acreditar que você não aproveitou a oferta dela para mostrar a você o lugar. Ela obviamente queria passar mais tempo com você. Ela me lança um olhar fugaz e brincalhão. Eu ruborizo, e minha frequência cardíaca inexplicavelmente acelera. Estou certa que não foi isso. Ela só queria me mostrar o local, para que eu pudesse ver que ela é o senhora de tudo aquilo. Eu percebo que eu estou mordendo meu lábio, e eu espero que Haruminão note. Mas ela parece absorvida em sua transcrição.
— Eu entendo o que você quer dizer sobre formal. Você tomou algumas anotações? — Ela pergunta.
— Hum… não, eu não tomei.
— Tudo bem. Eu ainda posso fazer um artigo bom com isto. Pena que não temos algumas fotos originais. Bonita aquele filha da puta, não é? Eu ruborizo.
— Eu acho que sim. — Eu tento duramente soar desinteressada, e eu acho que consegui.
— Oh vamos, Yuzu, até você não pode ser imune a sua aparência. — Ela arqueia uma sobrancelha perfeita para mim. Merda! Sinto que minhas bochechas ardem. Assim eu a distraio lisonjeando-a, sempre é um bom truque.
— Você provavelmente teria conseguido muito mais dela.
— Eu duvido, Yuzu. Ora... ela praticamente te ofereceu um emprego. Mesmo depois daquela pergunta que impus para você fazer, você foi muito bem. — Ela olha para mim especulativamente. Eu faço uma retirada apressada para a cozinha.
— Então o que você realmente pensou sobre ela? — Maldição, ela é curiosa. Por que ela não pode simplesmente deixar isto passar? Pense sobre algo, rápido.
— Ela é muito mandona, controladora, arrogante, realmente assustadora, mas muito carismática. Eu posso entender o fascínio, — eu digo sinceramente, com a esperança que ela encerre este assunto uma vez por todas.
— Você, fascinada por uma mulher? Está é a primeira vez, — ela bufa Eu começo a juntar os ingredientes de um sanduíche, assim ela não pode ver meu rosto.
— Por que você quis saber se ela era lesbica? Alias, está foi uma pergunta muito embaraçosa. Eu fiquei mortificada, e ela ficou puta ao ser questionada também. — Eu franzo a testa com a memória.
— Sempre que ela está nas páginas da sociedade, ela nunca está acompanhada.
— Foi vergonhoso. A coisa inteira foi constrangedora. Eu estou contente que nunca mais tenha que por os olhos nela novamente. — Oh, Yuzu, não pode ter sido tão ruim. Eu penso que ela parece estar bastante interessado em você. interessado em mim? Agora Harumi está sendo ridícula.
— Você gostaria de um sanduíche?
— Por favor.
Não conversamos mais sobre Mei Grey aquela noite, para meu alívio. Uma vez que nós comemos, eu posso me sentar à mesa de jantar com Harumi e, enquanto ela trabalha em seu artigo, eu trabalho em minha redação sobre Tess de D 'Urbervilles.10 Maldição, esta mulher estava no lugar errado, no tempo errado, no século errado. Quando eu termino, é meia-noite, e Harumi já tinha ido há muito tempo para a cama. Eu faço meu caminho para meu quarto, exausta, mas contente que eu fiz tanto para uma segunda-feira. Eu me enrolo em minha cama de ferro branco, embrulhando uma colcha de minha mãe ao meu redor, fecho meus olhos e durmo imediatamente. Naquela noite eu sonho com lugares escuros, sombrios pisos brancos frios, e olhos roxos.
Pelo resto da semana, eu me dedico em meus estudos e no meu trabalho na Clayton. Harumi está ocupada também, compilando sua última edição de sua revista estudantil, antes dela ter que cedê-la para o novo editor, ao mesmo tempo estudando para seus exames finais. Na quarta-feira, ela está muito melhor, e eu não tenho mais que suportar a visão de seus pijamas com rosa e coelhinhos. Eu telefono para minha mãe na Geórgia para saber como ela está, mas também para que ela possa me desejar sorte em meus exames finais. Ela começa a me contar sobre sua mais nova aventura: está aprendendo a fazer vela. Minha mãe adora aprender coisas novas. Basicamente, ela se entedia e busca coisas novas para preencher seu tempo, mas é impossível ela manter a atenção durante muito tempo em alguma coisa. A semana que vem será uma nova aventura. Ela me preocupa. Eu espero que ela não hipoteque a casa para financiar esta nova aventura. E eu espero que Bob, seu relativamente novo marido, muito mais velho, esteja de olho nela agora que eu não estou mais lá. Seu terceiro marido parecer ser um cara centrado.
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Cinquenta Tons Mais Profundos
RomanceA estudante de literatura Yuzu Steele, de 21 anos, entrevista uma jovem bilionária Mei Grey, como um favor a sua colega de quarto Harumi Taniguchi. Ela vê uma Mulher atraente e brilhante, e Mei fica igualmente fascinado por Yuzu. Embora seja sexualm...