capítulo 4

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Harumi está em êxtase.
— Mas o que ela estava fazendo na Clayton? — Sua curiosidade escoa
pelo telefone. Eu estou nas profundezas da sala de estoque, tentando manter
minha voz casual.
— Ela passou por aqui.
— Eu acho que isto é uma coincidência enorme, Yuzu. Você não acha
que ela estava ai para ver você?

Ela especula. Meu coração bater forte com a possibilidade, mas a
alegria dura pouco. A triste e decepcionante realidade é maçante, ela esteve aqui a negócios.

— Ela veio visitar a divisão de agricultura da universidade. Ela está
financiando algumas pesquisas, — eu murmuro.

— Oh sim. Ela deu ao departamento uma doação de $2.5 milhões de
Grant.13 Uou.
— Como você sabe disto?
— Yuzu, eu sou uma jornalista, e eu escrevi um perfil sobre o cara. É meu trabalho saber disto.
— Ok, Carla Bernstein,14 fique fria. Então você quer as fotos?
— Claro que eu quero. A questão é, quem vai fazê-las e onde.
— Nós podemos perguntar-lhe onde. Ela disse que vai ficar na área.
— Você pode contatá-la?
— Eu tenho seu número de telefone celular.
Harumi ofega.
— A mais rica, mais esquiva, mais enigmática solteira do Estado de
Washington, apenas lhe deu seu número de telefone celular.
— Ah… sim.
— Yuzu! Ela gosta de você. Não há dúvida sobre isto. — Seu tom é
enfático.
— Harumi, ela está apenas tentando ser agradável. — Mas mesmo
quando eu digo as palavras, eu sei que elas não são verdade.
— Mei Grey não é agradável. Ela é educada, talvez. E uma
pequena voz sussurra silenciosa, talvez Harumi esteja certa. Fico arrepiada
com a ideia de que talvez, apenas talvez, ela possa gostar de mim. Afinal, ela
disse que estava contente por Harumi não ter feito à entrevista. Eu abraço a
mim mesma com uma silenciosa alegria, balançando-me de um lado para
outro, acolhendo a possibilidade de que ela possa gostar de mim por um
breve momento. Harumi me traz de volta para o agora.

— Eu não sei como vamos conseguir fazer as fotos. Levi, o nosso
fotógrafo regular, não pode. Ele foi para casa em Idaho Falls pelo fim de
semana. Ele vai ficar puto por perder uma oportunidade para fotografar um
dos principais empresários da América.
— Humm… Que tal José?
— Grande ideia! Você pergunta a ele, ele faz qualquer coisa por você.
Então chame Grey e descubra onde ela nos encontrará. —  Harumi é irritantemente arrogante sobre José.

— Eu acho que você deveria chamá-la.
— Quem, José?— Harumi ridiculariza.
— Não, Grey.
— Yuzu, você é a única que tem um relacionamento.

— Relacionamento — Eu bufo para ela, minha voz subindo várias
oitavas. — Eu mal conheço o cara.
— Pelo menos você a conheceu, — ela diz amargamente. — E ela parece
querer conhecer você melhor. Yuzu apenas ligue para ela, — ela estala e
desliga.

Ela é tão mandona às vezes. Eu faço uma careta para meu celular,
mostrando minha língua para ele.
Eu estou deixando uma mensagem para José, quando Paul entra na
sala de estoque procurando por lixas.
— Nós estamos meio ocupados lá fora, Yuzu, — ele diz sem
animosidade.
— Sim, hum, desculpe, — eu murmuro, voltando-me para sair.
— Então, como é que você conheceu Mei Grey? — A voz de Paul
tenta se mostrar indiferente, mas é pouco convincente.

— Eu tive que entrevistá-la para nosso jornal estudantil. Harumi não
estava bem.
— Eu encolho os ombros, tentando soar casual, mas também sou pouco convincente.
— Mei Grey na Clayton. Vá entender, — Paul bufa, pasmo. Ele
agita sua cabeça como se para limpá-la. — E então, quer sair para beber ou
algo assim hoje à noite?
Sempre que ele está em casa ele me convida para sair, e eu sempre
digo não. É um ritual. Eu nunca considerei uma boa ideia sair com o irmão
do chefe, e além disso, Paul é muito atraente como todo jovem americano da
casa ao lado, mas ele não é nenhum herói literário, nem esforçando muito
minha imaginação. Grey é? Meu subconsciente pergunta-me, sua
sobrancelha levantada no sentido figurado.
Eu o esbofeteio.
— Você não tem um jantar de família ou algo assim com seu irmão?
— Isto é amanhã.
— Talvez alguma outra hora, Paul. Eu preciso estudar hoje à noite. Eu
tenho meus exames finais na semana que vem.
— Yuzu, um dia destes, você dirá sim, — ele sorri quando eu escapo para a loja.
— Mas eu fotógrafo lugares, Yuzu, não pessoas, — José geme.
— José, por favor? — Eu imploro. Segurando meu celular, eu marcho
pela sala de estar de nosso apartamento, desviando a vista da janela para a
luz noturna desvanecendo.
— Dê-me o telefone.

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