Amor incondicional

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Marin de Águia 

Faz um mês que eu soube do paradeiro da nossa filha Shoko, que nesse momento se encontra em coma, na UTI do Hospital de Atenas. Quase todos os dias, eu vou visitá-la e fico ali, sozinha mais ela. De vez enquanto o Aiolia também a visita. Eu já estou com três meses de gestação, esperando o meu segundo filho. Estou feliz por ter a minha filha de volta...

Esse é o meu primeiro dia das mães que eu sempre sonhei ter ao seu lado. Eu sei que, quando ela for acordar, ela não vai me reconhecer, pois ela nem sabe quem eu sou. Espero que ela me aceite e que talvez sejamos amigas e nos dermos bem.

Eu sei que, de início, vai ser difícil dela se adaptar a nova vida e a rotina do dia-dia. Será difícil aceitar nós como seus pais — só de pensar nisso estou vendo que não será nada fácil para mim e o Aiolia. Temo muito dela estar com muita raiva de nós, pensando que a abandonamos por não querê-la e, depois não nos aceitar. Porém, não quero pensar nisso. Espero que tudo dê certo...

Eu estava agora do lado dela. Peguei em suas mãos e, logo após comecei arrumar os seus cabelos com cuidado, para não mexer com os aparelhos que estão ligados. Enquanto arrumava os cabelos ruivos, eu tinha certeza absoluta dela ser minha filha.

Minutos depois, Shoko acordou, abrindo os seus olhos e, em seguida chegou à enfermeira que logo ao vê-la acordada, chamou o médico para ver como ela estava e poder examiná-la. 

Shoko

Acordei um tanto estranha, me perguntando onde eu estava.

Pov autora

O médico tentava acalmá-la e, em seguida, examiná-la. A enfermeira pediu para que Marin se retirasse enquanto o médico a examinava. Minutos depois, eles deram um calmante para ela. Em seguida, a jovem dormiu novamente e o médico conversou com Marin, lhe dando uma boa notícia, de que ela estava bem; que não houve sequelas e, que ainda hoje, será transferida para o quarto e que ela poderia ficar aguardando.

Marin de Águia 

Após levarem a minha filha para o quarto, eu fui junto pra ficar com ela. Fiquei alguns minutos vendo-a, muito feliz, ao saber que ela havia acordado sem sequelas. O que me restava era vê-la amanhã, para poder conversar melhor e explicar o que realmente houve com ela. Também irei falar sobre a perda de seus pais, que haviam morrido. Ela ficará chocada com a notícia; eu ficarei responsável por ela. Eu saí do hospital e fui para o santuário — pedi para que a Yasmim montasse o seu quarto o quanto antes, já que em breve ela sairá do hospital. Mandei montá-lo com os seus móveis que vieram do Japão e o resto de seus pertences pessoais. Ela me disse que já estava montado e que fica do lado do quarto da Samara.

Eu fui até lá, abri a porta do quarto dela e dei uma olhada, fazendo alguns ajustes nele. Enquanto eu dava uma olhada nas suas coisas, eu vi em cima da sua escrivaninha o seu álbum de fotos da família Sato, principalmente de quando ela era criança e um de quando era um bebê, tendo seu aniversário de um ano e de todas as idades até agora. Me emocionei ao ver todas elas e, pelo que eu vi, ela foi muito bem cuidada. Por incrível que pareça, eu vi a última fotografia dela com seus pais adotivos e, ao lado da madre Selma, a freira que foi responsável pela sua adoção. Eu presumi que ela sabe que é adotada. Isso já é um bom começo para conversarmos sobre isso. Me senti aliviada em saber disso, mas, por enquanto, serei cautelosa para não assustá-la e ficar com muita raiva de mim...

Depois disso, saí de lá e apaguei as luzes, indo direto para o meu quarto. Adentrei no banheiro, tomando o meu banho. Em seguida, me deitei um pouco no sofá da sala e assisti TV, ficando esperando Aiolia chegar para dar a notícia sobre a recuperação da nossa filha. Minutos depois, ele chegou e foi logo me abraçando. Ele me deu um presente dos Dias das Mães, que é uma pulseira de ouro muito linda.

Dei um beijo terno nele, agradecendo pelo presente que me deu e, depois fomos jantar. Sentamos um ao lado do outro, já que estávamos sozinhos. Dei a notícia de que a nossa filha havia acordado do coma, que já estava no quarto e que em breve terá alta. Ele ficou muito contente por ela ter acordado e que já estava bem. Depois de assistir um filme romântico, fomos para o quarto e, em seguida, pegamos no sono...

No dia seguinte...

Ao chegar ao hospital, acompanhada de Aiolia, fomos visitar Shoko. Fomos direto para o quarto e, ao entrarmos, ela já estava acordada, tomando o seu café da manhã.

— Quem são vocês? E como vim parar aqui? — ela perguntava confusa. — O médico havia me dito que eu sofri um acidente de carro e fui transferida para cá, isso é tudo que sei.

— Olá! Eu me chamo Marin de Águia, sou responsável por você agora. Tenho algo a lhe dizer sobre os seus pais... — eu estava com receio de contar. — Eles morreram no acidente e, só você sobreviveu. Você ficou mais de um mês em coma, na UTI do Hospital do Japão. Depois a trouxemos para esse Hospital, aqui, na Grécia. — ela me olhava bastante atordoada. — Você estava aos cuidados de Saori Kido e, agora eu fiquei responsável por você. Assim que o médico lhe der alta, você ficará morando conosco, na minha casa.

Shoko

Assim que eu soube da notícia de que meus pais haviam morrido, eu comecei a chorar copiosamente e entrar no desespero. Fui consolada pela mulher ruiva que é agora e responsável por mim. Eu me lembrei de tudo que havia acontecido no acidente e, me lembrei dos meus irmãos que infelizmente também morreram. Minutos depois, chegou o médico, dizendo que me deu alta. Enquanto isso, a ruiva conversava com doutor e o homem que estava com ela, ao seu lado e, que havia trazido as minhas roupas para eu poder sair de lá. Ela me entregou o meu medalhão de Pégaso, ajudando a colocar em meu pescoço. 

Eu estava tão triste e abalada com a perda dos meus pais e dos meus dois irmãos. Estou extremamente perdida, sem saber o que pensar e sem rumo com tudo isso que estava acontecendo em minha vida, que mudou de forma drástica. Me sinto estranha na companhia desse casal que mal os conheço.

O médico me deu alta e, em seguida vesti as minhas roupas e fui para casa onde este casal mora. Ao chegar lá, fui bem recebida por todos que moram lá. Depois, fui para o meu quarto que estava montando com os meus pertences pessoais e os móveis de meu quarto. Ali mesmo, me deitei na cama e, em seguida peguei no sono...
 

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