PRÓLOGO

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"Fim"

Uma palavra de três letras que num piscar de olhos pode desencadear emoções pesadas e prejudicar severamente um ser humano.

O fim, Sendo o oposto do inicio, é aquele que geralmente não queremos encontrar.

Por outro lado, em alguns pode causar alívio, liberdade e até uma sensação de missão cumprida.

Mas o sentido mais completo que encontro para a palavra "Fim" neste momento em que me encontro é um misto de toda e qualquer definição, que deixa uma pessoa frágil como um cristal a ponto de que uma palavra ou atitude possa causar consequências completamente opostas.

Talvez eu tenha errado em pensar que pudesse ajudar. Logo eu que não me encontro em uma posição imparcial nessa história e, mesmo que tentasse inibir, que sou tão transparente quanto aos meus sentimentos.

Quando uma pessoa encara o final de algo ela perde seu chão, suas muletas ou qualquer coisa que a dê alguma estabilidade emocional deixando este ser tão vulnerável que chega a ser covardia desejar tal pessoa. Covardia? Talvez crueldade se aplique melhor ao meu caso.

A pessoa busca em quem se apoiar e sortudo é aquele que já tem uma, ou no caso, três bases que prefiro imaginar que servem como camas-elásticas, de forma que mesmo que se chegue no nível mais fundo possível de solidão, desespero e tristeza, elas te jogam para cima e, por puro efeito das leis da física, te fazem chegar mais alto do que de onde caiu.

Mas quando uma dessas camas se torna um colchão que apenas amortece a queda, mantém a pessoa lá no fundo e parece ter inibido qualquer possibilidade de ferimento, talvez aí se instale a crueldade e até o egoísmo. Afinal, ninguém quer alguém que está no fundo. É muito perigoso descer até lá para buscá-la. Talvez a atitude de amortecer a queda seja a de querer privar quem caiu de uma dor, mas...

Não seria a dor necessária? Só aprendemos que o fogo queima quando nos queimamos, afinal. Ficar evitando o fogo nos deixa mais curiosos para saber se ele realmente machuca.

Curioso não? Um ser-humano que encara o fim de algo pode se tornar um masoquista de primeira se ao invés de camas-elásticas, possuir colchões como apoio. Este ser se torna cego por um momento e pode vir a se viciar na suposta adrenalina de cair no imenso buraco do "fim" ansiando por dor na queda. Mas o colchão sempre estará lá e isso se torna um ciclo vicioso.

É estranho pensar desta forma... Onde para ajudar alguém temos três opções: a de deixá-la sofrer sozinha com sua dor, a de jogá-la para mais alto e deixá-la livre ou a de amortecer sua dor e privá-la de tudo.

É nesse momento em que me pergunto...

Quando me tornei colchão? Quando me tornei tão mesquinha e egoísta a ponto de me aproveitar da fragilidade de alguém?

Eu não devia estar aqui...

Minha função deveria ser a de cama-elástica... Ela confia em mim como tal, mas eu... Eu fui fraca e talvez tenha piorado ainda mais as coisas

Eu não devia estar aqui...

Amor não pode ser motivo para tomar posse de alguém.... Ela não é minha... Ela só deixou de ser dele...

Eu não devia estar aqui...

Todos presenciaram aquele choro... Um choro que não suportou ser guardado pelos versos daquela música que diziam que "o amor não é justo"... Um choro que quebrou meu coração... Talvez o choro que tenha convencido ela de que realmente era, como dizia a música, o FIM

Eu não devia estar aqui...

Mas estou...

Deitada nua ao lado da minha melhor amiga... Aquela para quem eu deveria inventar uma quarta opção de ajuda... Onde eu possa ser anjo e resgatá-la até de mim mesma. A fazendo voar e cuidando dela de longe, já que de perto seria, novamente, muito egoísmo. Por mais que eu queira repetir todos os momentos que vivi na noite passada... Seus toques inseguros, seus lábios trêmulos e principalmente o seu olhar choroso me imploravam silenciosamente por ajuda.

Eu vou consertar isso... De uma forma ainda mais dolorosa, é verdade... Dizendo que tinha sido um erro talvez?

Erro... Como algo tão certo pode ser tão errado? Mas é. Ela precisa de mim e não é dessa forma. E eu irei sacrificar o que eu sinto para poder vê-la voar novamente.

E naquele quarto escuro onde dois corpos estavam entrelaçados debaixo dos lençois, um pequeno e leve toque se fezum carinho no rosto e um sussurro quase inaudível disse:

- Por mais que me doa, Eu serei seu anjo Perrie Edwards.

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PRÓXIMO CAPÍTULO: Sexta-Feira, 22 de novembro às 20 horas

Be My Angel | JERRIE (REBOOT)Onde histórias criam vida. Descubra agora