Dozentos Dias Sem Ela

|Encontros|

Acordei de manhã com uma puta dor de cabeça da ressaca de ontem, fui até o banheiro para lavar meu rosto, me olhei no espelho com os olhos inchados e com cara de sono
Me lembrei de ontem e da Naomi
E Sorri ao lembrar de suas piadas.

E a rotina era a mesma, me arrumei, almocei, coloquei meus fones de ouvido como de costume e fui direto ao ponto de ônibus para ir a escola, e eu já estava preparado para enfrentar a chatisse diária.

Mas foi diferente.

Encontrei Naomi no ônibus, ela estava de costas e provavelmente não tinha me visto, mas ficava ali parado pensando se chegava nela pra dar um oi ou esperava ela me cumprimentar, ou me perguntava se ela era a mesma garota de ontem alegre e animada, ou se só estava daquele jeito por conta da bebida.
E eram perguntas sem respostas.

Fui pegar meu bilhete e deixei a mochila cair sem querer, e ela olhou pra mim ao ouvir o barulho que tinha feito, sorriu e me fez um gesto com a cabeça me chamando para sentar ao seu lado.

Sentei-me ao seu lado e sorri, olhei pra ela e nós dois sorrimos e de repente caímos na gargalhada sem motivo algum.
Conversamos sobre várias coisas isso em meio de 30 minutos, o que já teria melhorado meu dia completamente, e enquanto a observava falar, me perguntava se a mesma lembrava do beijo de ontem, mas sabia que não poderia me iludir muito com isso.

Me despedi dela e fui direto para a escola, a rotina era mesma e também continuava a ser às mesmas pessoas, mas algo estava diferente.

Encontro meus amigos na escola, como sempre. E cá estava eu sentado na mesa com eles no intervalo, conversavam sobre algo e davam várias risadas, eu nunca me importei muito com o que conversavam, fiquei tomando suco e olhando para a paisagem que ficava atrás dos mesmos.

- Ei.- Marcus, meu amigo. Chegou em mim de canto, parecia querer contar algo.- Tem uma garota aqui da escola muito gata.- disse sussurrando em meus ouvidos.-

- Idai?- disse desinteressado.-

- Ela chegou em mim e disse que está muito afim de você.- ele sorriu ao chegar na parte de "muito afim".-

- É? Quem?- perguntei.-

Eu não me interessava muito em ficar com alguém que nem ao menos conhecia, mas daquela vez eu pensei em pelo menos conversar com aquela garota.
Marcus a apresentou a mim, e e ela parecia simpática, seu nome era Lua. Disse que queria ser minha amiga e para eu ligar pra ela mais tarde. Lógico que eu não iria negar, eu fui educado e pensei "quando tiver um tempo talvez eu faça isso."

Marcus chegou em mim depois das aulas, "cara, você acha mesmo que ela só quer amizade?", Respondi "não sei.", Ele me disse "lógico que não é só isso, acho que ela tem vergonha de dizer, ela quer sair com você e quer ver se você vai tomar uma atitude."

Eu parei e pensei um pouco, eu nunca tinha namorado em toda minha vida, apesar de ser novo, uns 17 anos. Talvez tentar algo com alguém pela primeira vez não poderia ser ruim.

E a Naomi? Bom, eu não sabia nem o que sentia por ela nessa época, éramos apenas bons conhecidos.

Então resolvi ligar para aquela garota, Lua. E a chamar para ir a cafeteria que sempre fui de costume.

E foi assim, ela chegou adiantada, estava feliz e me recebeu com um beijo no rosto e um abraço.

Sentamos e pedi 2 copos cheios de café, ela dizia amar café desde muito nova.
Ela começou a contar sobre várias coisas, ao mesmo tempo eu não entendia nada, era algo sobre vestidos, bolsas e shampoos caros que ela normalmente usava. Lua era super delicada, usava roupas caras,tinha o cabelo ruivo e o sorriso de encantar qualquer tipo de pessoa, mas eu me sentia tão entediado. Mesmo sabendo que qualquer cara do colegial sonhava em estar no meu lugar nesse momento.

- Já reparou em meus brincos? Eles tem uma marca específica, e são de ouro, muitos são foleados a ouro, mas este é diferente...- Ela contava sobre seus brincos enquanto os tocava e elogiava.-

Eu não tinha reparado nos brincos dela
Nem ao menos me importava de onde ele veio ou sua marca.

- Eu gosto de basquete, sabia?- disse a interrompendo.-

- Ah... Não, não sabia. Mas eu também jogo, sou uma das melhores!- dizia ela animada.-

Algo me dizia que não.
Mas eu prossegui com o assunto, e por final nos despedimos e peguei o ônibus para ir ao trabalho.

[...]

Lá estava ela de novo, Naomi.
Dessa vez ela parecia me esperar, estava olhando apreensiva para a porta da frente, e quando me viu, sorriu.

Conversamos novamente, e tudo parecia ser mais legal de novo, e não não me sentia entediado.
Ela me disse que iria aparecer balada perto da minha casa de novo aquela noite.

Ao chegar no trabalho, convidei todos os meus amigos para ir aquela noite, e por fim tudo deu certo, íamos a balada aquela noite.

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