𝑻𝒂𝒆𝒉𝒚𝒖𝒏𝒈~
Ainda não me acostumei com a idéia de ter um ser quase extinto na minha casa. É como ter um dinossauro de estimação.
Já pensou se você fosse um dos poucos no mundo, ou o único que tem um pterodátimo em casa? Eu não sei quantos híbridos existem, mas eu tenho um em casa e isso é muito estranho. Pelo menos pra mim é estranho ter um garoto de orelhas e um rabo de coelho na minha frente nesse momento e, eu não posso fazer nada com ele, e nem vou.
Acho que seria bem perigoso se as autoridades e a mídia soubessem dele. Posso estar meio confuso e até achar que estou sonhando ou que sou doido, mas eu tenho senso e não quero o mal para ele, mas agora, eu só quero saber como minha vida vai andar daqui pra frente.
Depois de ter me acalmado um pouco, ele se sentou ao meu lado e uma pergunta involuntária saiu da minha boca, ele a respondeu e foi aí que lembrei de todos os sonhos que já tive com aquela silhueta alta e com adereços animais. Era ele.
- É um pouco estranho ver meu coelho como um humano, mas tem um lado bom nisso, agora posso saber o que você quer dizer! -
- Tem razão. Viu? já temos um lado bom! - Ele sorria mostrando dentinhos similares aos de coelhos, e consegui perceber pelo movimento da blusa que ele mexia o rabinho.
Desde que conheci Jungkook ele era menor do que eu, é até meio óbvio né? Ele era um coelho, mas agora, Jungkook é um garoto de pele branquinha, olhos como uma jabuticaba madurinha, ao contrário de sua forma animal que possuía os olhos cinzas.
Cabelos literalmente cobrindo os olhos e orelhas longas, ambos tão negros que acho que nunca vi algo tão escuro assim antes, e, mesmo tendo orelhas de coelho, Jeon possuía orelhas humanas também, pode parecer estranho, mas sério, ele parece bem natural e acho que seria mais estranho se não as tivesse.
Cintura fina apesar de apresentar braços e provavelmente peitoral fortes, alto, praticamente do meu tamanho e como já disse antes, dentinhos iguais aos de um coelhinho, porém não tão grandes já que os de um coelho de verdade são enormes, e os dele, eram alguns milímetros maiores e avantajados.
Ele é fofo e esbanja uma certa inocência pelo seu comportamento meio infantil. Mas, não é por conta de aparecer uma criança que ele tenha a mente de uma. Eu nunca conheci alguém tão inteligente e com um vocabulário tão certinho.
- Agora que sei que é um híbrido, me conta sobre você, quero saber mais sobre meu coelhinho! - Disse fazendo um carinho em seus cabelos, vendo suas orelhas abaixarem.
- O que Jungkook pode dizer? Tenho 17 anos e fiquei durante quatro anos num Pet Shop depois que Jung Yeon me achou na rua! - Sua voz soava normal.
- Mas, como você foi parar na rua? E seus pais? -
- Jungkook não sabe o que aconteceu direito, mas sabe que mamãe e papai estão morando num lugar onde ninguém pode fazer mau à eles! Na última vez que vi minha mamãe, ela disse que a partir daquele dia eu viveria sozinho, que deveria aprender a sobreviver e que não poderia deixar que ninguém visse minha forma humana, a não ser que eu confiasse muito na pessoa, e foi isso que eu fiz! -
- Fico feliz que confie em mim nesse ponto, com uma pessoa errada isso poderia ser perigoso! Mas, eu não entendi direito, onde seus pais foram morar e de onde você veio antes de parar nas ruas? - Admitido, sou curioso mesmo!
𝑵𝒂𝒓𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐~
- Não sei como começou, só sei que quando eu nasci, eu, minha mãe, meu pai e milhares de outros híbridos viviamos num laboratório. Em algum momento de quando eu era criança, meu papai sumiu e mimha mamãe disse que ele me amava muito e que foi morar em outro lugar porque ele não tinha escolha, mas Jungkookie nunca achou o lugar onde papai está, ele só sabe que é bem lá no alto! - Falou dando ênfase no "alto" apontando para cima e, sem saber, indicando que seu pai fora morar no céu.
- Oh, Jungkook.... - Taehyung se calou, preferiu não falar nada à respeito quando percebeu que o pai de Jeon morreu na sua infância.
- Depois de uns anos, pessoas iguais ao TaeTae, sem orelhas, chifres, rabos ou caudas, me levaram pra uma sala, eles viviam nos observando, disseram que minha inteligência era muito avançada e então começaram a me ensinar várias coisas de várias matérias, quando passou mais alguns anos, eu descobri de onde todos aqueles híbridos vinham e nunca mais quis chegar perto dos homens de branco, eles eram malvados! - Fez uma cara emburrada, sem perceber o espanto no roso de Taehyung ao ouvir-lo falar na primeira pessoa.
- E... por quê eles eram malvados? - "Parabéns Taehyung, já pode trabalhar no FBI." Foi o que o mais velho pensou.
- Eles eram malvados P-porque faziam coisas muito ruins.... eu acho. Eles pegavam os humanos e os trancavam numa sala, daí, eles injetavam um líquido que eles chamavam de Q.H1, quando essa química dentro do corpo, entrava em contato com a luz do sol, os humanos se transformavam em híbridos. - Falava com cautela. - Existiam vários de diferentes animais, e uma vez, falaram pro Jungkook que eles estavam fazendo isso sem ninguém saber, e por isso vivíamos escondidos num laboratório bem longe! -
Deu uma pausa em sua história enquanto lembrava de sua antiga "casa".
- Jungkookie já nasceu como um híbrido, e eu fui o primeiro filhote a nascer, então eles chamavam o Jungkook de número um, e deram uma coleira dourada escrito "Jeon Jungkook F N°1 - Q.H1/2". Significa que Jungkook era o primeiro filho da Química Híbrido 1, mas ele nunca soube o porque do número dois no final.... alguns daqueles cientistas já falaram perto do Jungkook sem querer, que ele ia ser o primeiro a ir para a segunda fase do plano deles. - Falava meio confuso. Nem o próprio Jeon entendia o que estava falando, eram apenas informações coletadas escondidas, sem nem saber do que se tratavam. - Acho que é o por isso o número dois, mas eu nunca acreditei que eles fossem fazer algo com o Jungkook porque eles sempre diziam que algo estava dando errado com as máquinas.
Os olhos de Taehyung se arregalaram mais do que nunca, estava assustado, espantado e com medo. Aquele código que viu em seu sonho refletia num laboratório clandestino. Como havia sonhado com isso? E como cientistas foram capazes de criar seres que poderiam ser perigosos ou darem errado, como puderam fazer isso com seres humanos e como puderam aprisionar seres tão dóceis e ingênuos, como criaram isso e o que pretendiam fazer? Humano ou não, nada de bom acontecia com eles lá dentro, ele sabia que não.
- Continue Jungkook! -
- Bem... alguns dos cientistas chamavam os híbridos de monstros, e eles também sumiram, todos sumiram.... Ah! Me lembrei de uma coisa, Jungkookie, até os treze anos nunca havia saido de dentro do laboratório, eles diziam que era perigoso, até que um dia, alguma coisa deu errado com um dos humanos que estava prestes a virar um híbrido, e então, todos os outros híbridos entraram em pânico, derepente tudo virou um caos! Pessoas correndo, gritando, sirenes soando, muitos híbridos tentavam fugir mas os homens de branco seguravam eles, alguns conseguiram sair do laboratório, inclusive eu e minha mamãe, mas..... ela tinha parado de correr. - Abaixou a cabeça.
A feição no rosto de Jungkook mudou rapidamente para uma triste, e sua entonação na voz também, além de ter ficado mais baixa.
- Mamãe disse que queria que eu fugisse e para que não me pegassem ela devia ficar para impedir que chegassem até mim, ela falou que ficaria bem e que moraria lá no céu com o papai, de lá eles me veriam e me amariam, assim como eu sempre vou amar eles, depois de me dizer algumas coisas, ela me deu um beijo, um abraço e mandou eu correr, e eu fiz isso, corri, corri pra muito longe até ouvir o grito dela quando foi pega.... quando eu parei de correr e virei pra trás, eu vi uma explosão, só tinha fogo e fumaça, e eu já não via mais o laboratório..... já não via mais ninguém. -
Taehyung já chorava ao entender a história, chorava por Jungkook não saber toda a verdade, e chorava mais por ver o garoto a sua frente chorando também.
- Eu tô com saudade deles Tae! - Apenas as pontinhas de suas orelhas de coelho eram vistas já que encostavam em seu rosto, o resto, era coberto por seu cabelo.
Jungkook tinha os olhos vermelhos de tanto chorar, o rosto complemente molhado e a ponta do nariz vermelha e escorrendo.
- N-não chore... por favor, não chore, meu coelhinho! - Taehyung tentava não chorar enquanto acolhia Jeon em um abraço.
....
Depois do ocorrido na sala, Jungkook se recompôs mas acabou por dormir por alguns minutos. Quando acordou, Taehyung o convidou à jantar, afinal, a lasanha preparada pelo mesmo mais cedo ainda estava ali, intacta.
- E ai, eu sei ou não sei cozinhar? - O mais velho colocava as mãos na cintura se exibindo.
- Mas nem foi você que fez! Foi o microondas, parabéns microondas! - Disse se virando para o lado e batendo leves palmas para o eletrodoméstico.
Por um momento, passou pela cabeça de Taehyung: "ou ele sabia atuar muito bem, ou realmente estava parabenizando uma máquina. Tão ingênuo."
- Ei! Como ousa dar parabéns ao microondas e não a mim? - Fingia estar bravo, na tentativa de arrancar um riso do mais novo.
- Mas não foi você quem fez, hyung! - Teimava, logo se pondo de pé em frente ao outro.
- Mas fui eu quem esquentei! - Tocou com o indicador, a ponta do nariz de Jeon, onde era vista uma pintinha quase invisível.
- Aish, tá bom! Parabéns hyung, estava bem....quente! - Ao invés de elogiar o sabor, que era o que Taehyung esperava, "elogiou" a temperatura, já que foi a única coisa que o último citado fez.
....
Depois de mais alguns minutos de conversa, os dois novos amigos se dirigiram ao quarto de Taehyung. Sim, Jungkook dormiria com o mais velho, sempre foi assim, e não vai deixar de ser.
- Boa noite Jeon Jungkookie! - Taehyung falava baixo, depositando um beijo no topo da cabeça de Jungkook, assim que ambos já se encontravam cobertos.
- Boa noite TaeTae! - E para a surpresa do mais velho, o garoto havia sumido, tomando a forma de coelho e se aconchegando em seu peito.
- Meu coelhinho! -
𝑪𝒐𝒏𝒕𝒊𝒏𝒖𝒂.....
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ERRO CIENTÍFICO 《Vkook》
FanficOnde em um laboratório, cientistas criavam seres nunca antes vistos, humanos com características animais, que chamaram de híbridos. Porém, uma pequena distração levou os cientistas a tomarem uma decisão: explodir o laboratório. O que não imaginavam...