the girl of black garter || justin bieber

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Mackenzie Laurent, Califórnia.

Obsessão. A palavra obsessão deriva do termo latim obsessĭo (assédio). Trata-se de uma perturbação anímica produzida por uma  fixa que, devido à sua tenaz persistência, se apodera da mente. Este pensamento, sentimento ou tendência aparece em desacordo com o pensamento consciente da pessoa, mas persiste mais além dos esforços por se livrar dele(a).

Ele não queria se livrar disso, e muito menos o faria se fosse preciso, e eu sabia muito bem disso. Quero dizer, onde eu realmente me meti?

Os meus pensamentos definhavam a minha cabeça fazendo com que eu pensasse á todo momento em desistir de tudo á minha volta em questão de segundos, mas logicamente não havia coragem e muito menos o faria, quero dizer, não que eu fosse desperdiçar a minha vida inteira por causa de alguém, mas eu também não conseguia evitar de pensar nessa possibilidade.

Ás vezes parava para pensar como seria a minha vida há anos atrás sem a morte da minha mãe. Como eu enfrentaria todos á minha volta e como lidaria com a solidão, como aprenderia a mexer em uma arma e me pergunto se seria mesmo preciso aprender algo do tipo, qual seria o meu divertimento sem ser uma stripper de uma boate famosa, e de onde eu tiraria tanto dinheiro quanto eu tenho hoje, a não ser por um emprego "formal" depois de ter me formado na faculdade.

Infelizmente o mundo quis que as coisas ocorressem da forma que elas acontecem agora, e ao tirar a minha mãe de mim acabei por me transformar em outra pessoa. Alguém que não se importa com os outros a não ser comigo mesma, ou alguém que independente de tudo honra o próprio nome em todos os atos que comete. Posso dizer também que sou uma pessoa ruim, e de certa forma não me orgulho por inteiro sobre isso, não que eu realmente quisesse ser essa pessoa, mas as circunstâncias me transformaram nela.

Sombria. Era isso o que eu era.

Uma pessoa com um passado assustador e que de forma alguma gostaria de relembrar tudo o que passou, e mesmo que contestassem o meu jeito nunca conseguiriam me mudar, mesmo que todos os dias ao me deitar contra a cama fosse o que eu mais implorasse para energias maiores do que eu, se é mesmo que elas existem.

Ás vezes queria ter o poder de sumir da vida de todos á minha volta, simplesmente desaparecer sem perguntas e nem respostas, apenas para esvaziar a minha mente de tudo o que a inundava. Mas a grande questão era que eu não conseguiria sumir de mim mesma, e bom, era disso o que eu parecia precisar. Não que eu realmente me odiasse, na verdade eu amava-me mais do que o suspeito, a questão era que ser narcisista não seria a saída para tudo na minha vida, e eu sabia bem disso.

Pego-me pensando em como seria a minha vida sem a boate e o que eu estaria fazendo em um domingo de tarde em outra vida minha, perguntando-me se eu realmente teria conhecido alguém como Justin ou até mesmo como Zayn, se eu teria de passar pelas mesmas coisas que eu passo hoje em dia. Não que eu realmente estivesse reclamando do estado em que a minha vida se encontra, o que eu quero dizer é que as coisas poderiam ter sido diferentes, e visto isso, tudo têm um propósito.

Tudo o que eu queria era me vingar por tudo o que eu sofri nessa vida, e se fosse preciso me vingaria até nas minhas próximas vidas. E faria isso da melhor forma: fodendo com as minhas vítimas.

Balancei a minha cabeça encarando os lençóis bagunçados da cama, levando o cigarro até os meus lábios os queimando por sua vez, amassando o mesmo no cinzeiro ao lado da cama, em seguida soltando a fumaça lentamente entre os meus lábios, suspirando sem demora. Finalmente o meu último dia havia se instalado dentro daquela casa, e eu não via a hora de me ver longe daquele lugar.