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Corro os olhos pela sala e está tudo tranquilo, me acomodo e espero. Minutos longos demais para não serem comparados a horas. Discretamente olho para a porta vez ou outra, tentando disfarçar a minha ansiedade. De repente...
A porta é aberta com pressa(gosto de acreditar que é pra me ver), o perfume já familiar que me rodeia, faz com que nem seja necessário me virar para reconhecer a quem pertence.

O "Bom dia" serve para confirmar o que eu já sabia, aquele timbre que eu não conhecia ha tanto tempo assim, mas que já se tornara singularmente diferente dos demais, com certeza só pode pertencer a uma pessoa.

Quando finalmente encaro a silhueta recém chegada, não consigo não sorrir. "Ele veio!" eu penso satisfeita e de algum jeito desconcertado retribuo o "bom dia".
Durante o tempo que segue, qualquer motivo é uma oportunidade pra estar mais perto, mesmo que seja apenas alguns minutos.

O carinho discreto é especial e cada sorriso dele é a prova que existem coisas impagáveis. Recentemente passei a associar a sensação que ele me traz, com uma boa xícara de café... início quente, o meio brando e suave, o fim... é tomar mais uma xícara de café, pois torna-se viciante ter aquele sabor por mais tempo na boca, e seu efeito na mente/corpo.

O cheiro também é familiar ao café, de um jeito suave me envolve, me cativa, me prende e vicia. Quero abraçar mais, conversar mais, sorrir mais, arrancar-lhe mais sorrisos, vivenciar mais toques e mais beijos... de forma que não acabe. Assim como um bom amante de café não deseja que sua xícara esvazie.

 Assim como um bom amante de café não deseja que sua xícara esvazie

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