A primeira vez que senti ciúme foi com o Felipe, no primário, naquela época que algumas crianças eram precoces e ficam de "rolo" com os colegas (e fingiam namorar quando só ficavam andando de mãos dadas por aí.) Até então Felipe era meu único amigo, eu que comecei a chamá-lo de Felps quando sem querer errei o nome dele.
Eu por algum motivo senti meu coração apertar, as palavras se embolarem mais do que o normal e minha garganta se fechar, (no momento achei que era um ataque de bronquite) senti raiva e tudo isso porque Maria estava segurando a mão dele e desfilando pelo corredor. Sempre tive contato com ele até porque nossa escola é daquelas que tem todas as séries e todo mundo se conhece dês do jardim de infância. Um saco.— Acha que eu deveria pintar meu cabelo de rosa ou jogar todas as minhas coisas fora e viver pelada? — Alice me tira dos meus devaneios, sorrio.
— Primeira opção. — Ela assente lentamente olhando para as unhas e de relance vejo ela indo colocar o dedo na boca e logo a impeço. Ela tem uma péssima mania de roer unha.
Conheci a Alice no sexto ano, foi igual em filmes americanos quando todos olham torto para "a novata." E dês de então ela é minha melhor amiga.
Claro que tem outras pessoas novas na escola, sempre tem, mas geralmente são no máximo quatro ou cinco por ano e como todo mundo se conhece todo mundo fica encarando, não de maldade mas porque as pessoas tentam lembrar se já viu aquela pessoa.Enquanto eu olhava para o professor de química explicando a matéria eu senti alguém me olhando, como se fosse me perfurar. Me virei na direção do dito cujo e vi que era Felipe que acenou para mim do outro lado da sala, eu faço o mesmo e sorrio voltando minha atenção para o professor.
Esse é o máximo de contato que chegamos, um aceno, um bom dia, "você quer ajuda?," Sim, não. Máximo. Nunca trocamos mais de duas ou três palavras e não acho isso nada mal, até porque não devemos ter mais nada em comum.A inspetora me tirou dos meus devaneios entregando papéis para o professor, cochichando algo em seu ouvido e indo embora.
— Acho que é do passeio do terceirão. — Alice sussurra, animada. Ela adora falar a palavra "terceirão" e sinceramente eu também adoro.
— Terceirão, terceirão! — Dizemos baixinho em comemoração e o professor lê e levanta o bilhete.
— Esse essa é a permissão do passeio dos terceiros anos. Mesmo quem for maior de idade e mesmo assim vai ter que entregar para a pessoa que mora com você para ela assinar também. — Ele diz entregando para o aluno na carteira da frente que já entende o recado e se levanta para distribuir os bilhetes.
O bilhete demorou muito até chegar já que estamos do outro lado da sala em relação ao garoto estava sentado na primeira carteira. Não tinha nada demais nele, só uma lista do que seria bom levar e claro a autorização.
E eu me dei ao luxo de aumentar consideravelmente aquela lista.---------------------------------------------------------
Olá, essa história está sendo publicada em uma conta conjunta, escrevi junto da CemeteryOfHope e eu nineninecents
Da uma passada lá nas nossas contas se gostar dessas histórias.Beijos, <3
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Viagem || Felps
FanfictionFelipe e Beatriz se conhecem dês de pequenos mas perderam o contato e a intimidade conforme foram crescendo mas estavam destinados e ficarem mais perto na viagem do terceiro ano da sua escola.