Viagem || Felps

6

    Eu tentei me arrumar mas nada foi suficiente para acabar com as inseguranças, nenhuma roupa que eu colocava ficava boa então no final eu apenas fiquei de pijama e fui assistir De Pernas Pro Ar com Felps. O clima estava estranho, principalmente da minha parte já que eu acho que posso estar desenvolvendo sentimentos por ele, então estava lado oposto ao dele.

— Por que você está tão longe? — Ele pergunta e eu dou de ombros. — Você sabe que eu não mordo, pode ficar no meio do sofá. — Ele diz e eu nego.

— Prefiro ficar aqui, bem aqui nesse cantinho, abraçada com o braço do sofá. — Ele assente e volta o olhar para a televisão.

— Ok, opção sua. Só queria saber porque está tão estranha. — Ele voltou a olhar para mim e levantou. — Quer pipoca, Bea? — Eu assinto e ele vai para a cozinha, rapidamente pego meu celular.

Beatriz
Gente socorro.
Não sei o que fazer!

Alice
Então não faz
Ai, te amo mas não sei nada dessas coisas e a única coisa que eu quero é dormir. Traça teu homem e boa noite.

Ellora
Ok
Só seja uma boa amiga por enquanto

Maíra
O que tá acontecendo?

Ellora
Bruna acha que gosta do Felipe.

Maíra
Mas isso é óbvio, só notaram agora?

Beatriz
Obrigada pela parte que me toca, Maíra.
Boa noite, Alice.
Sério gente como agir normal agora?

Maíra
Só agir normal.
Tu nunca gostou de alguém?

Beatriz
Não que eu tenha notado, sabe.

Maíra
Então age como se não gostasse dele desse jeito.
Seja amiga dele como você já é.
Então é fácil.

Coloco o celular no bolso e Felps volta.

— Quer manteiga na pipoca? — Ele pergunta e eu sorrio, acenando positivamente com a cabeça logo depois. Me levando indo para a cozinha com ele. — O que foi? — Ele pergunta já na frente da panela.

— Só não quero ficar na sala sozinha. — Dou de ombros.

— Aconteceu alguma coisa? — Ele pergunta, preocupado e eu nego. — Certo, você está estranha hoje.

— Só hoje? — Eu rio e ele me acompanha. Dá para sentir o clima constrangedor no ar. — Felps... — Ele me olha, antes de chamá-lo planejava comentar sobre as minhas suspeitas, apenas como indiretas mas assim que vi seus olhos atentos me encarando eu desisti. Rápido, Beatriz, pensa em algo.
Dou um tapinha de leve no seu ombro.

— Nada demais, tinha caído um bicho. — Ele arquea a sombrancelha.

Sério que isso foi o máximo que você conseguiu pensar?

— Certo. Obrigado. —Ele diz sorrindo

    Eu me meti na pior situação que eu poderia me meter... Se bem que poderia ser pior mas no momento é a pior.

— Bea, como se sente sabendo que você é a pessoa mais linda desse quarto? — Ele pergunta e meu coração dispara.

— Nossa, mas tem tanta gente aqui! — Digo com sarcasmo e ele sorri.

— Se tivesse, você ainda assim seria a mais bonita. — Ele diz e eu sorrio.

    Um jeito bom de dizer Beatriz, um jeito bom. Enquanto eu pensava parecia que o ar sumia dos meus pulmões, a sala ficava cada vez menor. Parecia que eu ia explodir.

— Bea, — Até que Felps interrompe todas as linhas de raciocínio que eu poderia começar. — eu estava pensando sobre você e procurando palavras para dizer isso... — Por favor que não seja um "eu quero ficar com a sua amiga" nem nada do gênero. — e eu quero dizer faz um tempo que eu gosto muito de você. Muito mesmo.

  Respirei fundo, ele disse tudo o que eu queria dizer.

— Olha se você não sentir o mesmo tudo bem, é só fingir que nunca aconteceu porque eu também não me acho lá essas coisas e... — Meu deus do céu, ele não para de falar... Me aproximo e selo nossos lábios rapidamente.

    Ele se cala. Se aproxima novamente e sela nossos lábios de novo só que dessa vez pediu passagem com a língua e nesse momento eu praticamente desliguei, estava tão animada. Eu estava beijando o garoto que eu gosto, coisa que até então nunca aconteceu.

— Ai! — Ele diz com a mão na boca, droga... O que? — Você mordeu minha língua. — Ele diz e eu me surpreendo.

— Me desculpa, me desculpa mesmo. Eu não queria morder... Sua língua e nem nada, sinto muito. — Eu digo olhando para ele. — Acho que estava tão animada em estar aqui com você que eu... Fui meio pra longe.

    Ele sorri. Meu deus como eu amo esse sorriso.

— Certo... Acho que você está meio cansada, te vejo amanhã? — Ele sorri e eu assinto

    Queria tentar beija-lo de novo mas tinha medo de fazer algo parecido com beijar a língua dele então tentei sair de lá de fininho mas ele segurou a minha mão, mas sem usar a força.

— Não vai me dar um beijo de despedida? — Eu pensei em responder mas antes que eu pudesse ele já tinha selado nossos lábios fez as mesmas coisas que dá última vez só que dessa vez nos separamos por falta de ar.

— Boa noite, Felipe. — Ele sorri quando eu o chamo de Felipe de novo.

— Boa noite, Bea.