Capitulo 9

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O fim do mundo em um segundo

Como num jogo de poker, na vida é preciso saber blefar. Construímos grandes sonhos em cima de pequenas pessoas e então fazemos nossas apostas. Alguns jogadores não são tão confiáveis, outros temos que derrotar mesmo sem querer, apenas por uma questão de sobrevivência. Uma jogada errada pode acabar com tudo, mas temos que lembrar que mesmo após mostrar as cartas alguém deve traçar o baralho mais uma vez, para o jogo recomeçar antes que fechem o Cassino.

Um novo dia amanheceu e o que ela mais queria era uma explicação. Passava por ele nos corredores do colégio e nenhuma palavra era dita entre ambos, nada de olhares ou beijos desta vez. Parecia que algo havia mudado ou que nada existia mais entre os dois. Com seu irmão não foi diferente. A semana se passou e nada foi resolvido. Porém o que melhor que tomar um porre com os amigos pra esquecer os problemas diários? Apenas se deixar levar pelas musicas de um bom DJ. O fim de semana chegara e a noite prometia ser mais que uma criança, afinal somente a boa e velha adolescência é que sabe verdadeiramente pintar o sete.

Casa cheia, musica no ultima volume, luzes em câmera lenta, estatuas vivas, tons avermelhados e trajes a rigor. Karen, Pilar e Marry chegavam discretamente, ainda muito calmas, ou melhor dizendo ainda sóbrias, observavam tudo ao redor, das roupas mais bregas escolhidas pra aquela noite ate mesmo a bebida mais consumida da festa, diferente de Walter que se requebrava, mesmo se não houvesse musica.

Bem próximo estavam Rodolfo, Olavo e Sebastian numa mesa, acima a vodca mais cara do bar e a mão, seus copos que não paravam vazios um só minuto.

Pediam alguns drinks no bar, enquanto a pista de dança lotada gritava ao som eletrizante de David Guetta, era impossível não levar uma cantada do bar-man ou ser simplesmente encarada por qualquer garotão. Musica e álcool era a mistura perfeita pra aquela noite, ao balcão elas recordavam mais um episodio de Sex in the city, clássicas e glamorosas, pernas cruzadas, batom vermelho e seus drinks exóticos a mão, ate mesmo aqueles em que se coloca fogo elas topavam tomar.

Dali elas observavam os garotos e suas típicas manias de homens, conversas sobre futebol, um gole atrás do outro, parecia competição, sem falar que qualquer garota que passava era alvo fácil para eles, grandes semelhanças com os velhos políticos da década de 30, expers em cigarros, licor e prostitutas. Depois de algumas doses, a musica não tocava mais despercebida, seus corpos pareciam ter vida própria e a elegância enfim se desfigurava numa coreografia excitante e sedutora.

Sebastian fixou seus olhos em Pilar, que não parava de dançar ao mesmo tempo que notava seus olhares constantes. Enquanto seus amigos conversavam ou dançavam, ele ficava lá, parado e concentrado, com seu copo a mão, uma hora ou outra tomava um gole, mas não deixava de observa-la. Por um instante a mesma parou de dançar, foi ate o balcão e pegou seu drink, o levantou em sua direção como num brinde e sorriu, ele notara que ela havia percebido. Voltou a dançar, enquanto Karen dispensava o mesmo garoto pela terceira vez, tentava se sentir bem consigo mesma, entretanto seus pensamentos estavam num outro alguém. Aos poucos ele se aproximava de Pilar e sem que ela notasse a tocou por traz, surpresa ela pode ouvir sua voz sussurrar ao seu ouvido.

Não sei o que está acontecendo comigo...

Ele tentava acompanhar seu ritmo.

...Não aguento mais ficar te olhando!

Então feche os olhos.

Você me entendeu! Dança comigo?

Já estamos dançando.

Não aqui! E nem assim.

Ele então a estendeu a mão como que numa valsa e ela o acompanhou ate o centro da pista. Apenas com o piscar de uma incandescente luz floresceste, o lugar era iluminado, parecia estarem em câmera lenta, ele então a agarrou pela cintura e colando seus rostos um no outro, desfrutavam da forma mais excitante as batidas frenéticas daquele som. Com as mãos em sua nuca e quase que levada por sua voz, ela não conseguia resistir a tanto charme. Para tal clima, nada melhor que um beijo. Foi só seus lábios se tocarem para seu coração disparar num ritmo incontrolável, parecia querer sair pra fora do peito, rapidamente um dejavú e seu corpo implorava para que não desgrudassem, como se de uma hora pra hora fossem um só. Algo inexplicável acontecia.

O que há por trásOnde histórias criam vida. Descubra agora