Capítulo 5

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Às vezes quando buscamos muito uma coisa ficamos cegos para muitas outras. A necessidade de buscar um grande amor já pronto nos impede de conhecer um que seja pouco, mas que se cultivado da forma correta cresce bem mais do que possamos imaginar.

A chuva é forte, os ventos balançam todas as árvores em volta da na antiga cabana em que Eliot se encontrava abrigado, muitas goteiras por todo o telhado e a chuva parecia estar com raiva, o que preocupou Eliot, não podia ficar alí em baixo, mas não tinha para onde ir também, contava agora com a sorte e com o que Deus quisesse. A chuva parou algumas horas depois, o barracão aguentou a tempestade e Eliot estava mais tranquilo, usava uma camisa larga de mangas compridas e calça moletom, depois da chuva um frio forte estava dentro de casa e Eliot fez chocolate quente para amenizar um pouco, sentou-se no sofá e ficou alí quase sem se mecher com uma xícara na mão, ouvindo apenas sua respiração e sentindo a brisa de fim de chuva que entra dentro de casa, assim como todos os tipos de rãs também.
Eliot decidiu sentar-se na varanda da cabana, depois que a chuva passou o céu estava estrelado outra vez e tudo estava claro. Sentado alí na solidão lembrou dos momentos do passado e da vida que tinha antes de encontrar o vilarejo, o sufoco que passava com a família que só se importava com o próprio bolso, como se o dinheiro fosse tudo e comprasse tudo, vazios de alma. Eliot não queria ser mais um na multidão, sempre foi apaixonado pelas coisas simples da vida e embora não vivera feliz antes sentia saudade, daquilo que poderia ter sido e não foi. Um aperto no peito, uma tristeza, queria alguém pra dividir a vida e aquecer seu corpo nessa noite de frio. Voltou pra dentro de casa, começou uma estranha faxina noturna, bebendo bourbon e dançando músicas aleatórias pela casa, sorrindo sozinho, depois de terminar tomou um banho e deitou-se no sofá. A única luz que ainda estava viva era a da lareira, sentiu desejo de novo e voltou sentir sua ereção, colocou a mão direita por entre a calça e fez alguns movimentos, o desejo o consumia por inteiro até quando ouviu um grito, reconheceu a fineza e notou que era uma voz de mulher.

Zoa e Eliot Onde histórias criam vida. Descubra agora