Passada a tempestade, Zoa fez café e leu a última página do livro do Bruno Fontes sentada no sofá da sala, o coração aquecido com cada palavra e intimamente agradeceu por ter ter lido o livro que falava sobre a saudade. As luzes da casa ainda estavam fracas e o silêncio e o frio estavam presentes depois que a chuva caiu, Zoa pegou cobertores e meias e voltou novamente para o sofá, um bocejo e os olhos ardendo indicavam sono, Zoa cochilou por alguns minutos até ouvir um som estranho do lado de fora da casa, como se alguém estivesse andando por perto, o coração logo acelerou, o som de pisadas ficou mais forte, alguém estava na varanda da casa e se aproximava da porta, Zoa caminhou com cuidado e apagou as luzes que estavam ligadas, imaginou-se em uma daquelas cenas de filme de terror e o medo a consumiu. Ficou parada observando cada movimento, foi na cozinha e pegou uma faca, precisaria de algo para se defender de quem quer que estivesse alí, pela brecha de baixo na porta viu uma sombra. Uma batida, duas batidas e na terceira o barulho foi mais forte, levada pelo medo Zoa gritou e correu para o quarto, sabia que ninguém a ouviria e o pedido de socorro seria em vão, ficou trancada no quarto, quem estava lá fora não insistiu muito e Zoa não ouviu mais nada, não conseguiu pregar os olhos a noite inteira e ficou acordada até o dia amanhecer.
Depois do sufoco que passou na noite passada, Zoa estava ainda mais convicta de que o homem da lágoa estava querendo se vingar e aquilo já estava passando do limites, estava decidida a ir até a antiga cabana tirar satisfações. Zoa passou o dia inteiro oculpada, parte dela queria ir logo até a cabana, mas a outra parte dizia que não, como se ainda não fosse a hora certa do encontro com o misterioso homem que se abrigara no vilarejo.
O dia passou inteiramente nublado, nada de pássaros cantando, nem barulho das árvores balançando pelo vento e Zoa não saiu de casa, mas arriscara sentar na varanda, antes foi no jardim olhar as plantas, pegou uma margarida que se destacava no meio das outras e colocou atrás da orelha, sentada alí ficou tentando imaginar quais os motivos que o homem da lágoa teria para querer assustá-la. Não o observei por mal, ele apenas estava no lugar que antes era só dela e de mais ninguém. Olhou no relógio eram quatro da tarde, decidiu ir até a lágoa, talvez ele estivesse por lá. Entrou dentro em casa para trocar de roupa, usava agora uma blusa curta florida que mostrava a barriga, uma short jeans preto e arrumou o cabelo, atravessou a estrada de terra e seguiu para à lágoa.
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Zoa e Eliot
RomanceA história de Zoa Miles e Eliot Royal. Zoa de tanto sofrer por amor acabou se tornando um "monstro" e Eliot que nunca viveu um amor e que sempre buscara vivê-lo já acreditava que quando o encontrasse seria seu primeiro e último e ele sempre esteve c...