DISFRAZ (TRADUÇÃO)

>>9<<

Rapidamente agarrou o jovem que parecia desfalecer frente a ele e se encaminhou a primeira poltrona que se encontrava próxima deles. O medo lhe percorria como grandes bombas dentro dele, não queria perder o seu garoto, e o pior é que não sabia o que tinha.

Ele, agora, loiro gemeu de dor e fechou os olhos quando em pequeno soluço lhe invadiu, pouco depois descobriu que esse soluço era a falta de oxigênio dentro do garoto, coisa que o assustou ainda mais.

―Riddle...

―Tranquilo, tudo estará bem― sussurrou acariciando a cabeça do menor com preocupação.

O de olhos verdes se acomodou na poltrona e estirou seus braços para cima, tratando de fazer algo para respirar.

―Te – tem a poção... A poção somnum? ― gaguejou começando a tossir.

―Sim, mas...

―Me dê― exigiu olhando com suplica― Tom...

―Mas você...

―Não vou morrer, droga― grunhiu antes de que outra onda de dor lhe invadisse e, dando um giro brusco, terminou no piso―... Maldição, Riddle! ― gritou― Mova esse lindo traseiro! ... Já!

Tom quase sorria pela referência que lhe deu ao seu traseiro, mais quando, entre eles dois, o ator ganhava nesse concurso, e sabia disso pelas vezes que se pegou olhando a retaguarda do garoto, a bunda era a mesma de todas as vezes, quase como os olhos.

Correu ao seu escritório com rapidez – embora não é como se fosse a admitir que se rebaixou tanto para correr – pegou a pequena garrafinha que se encontrava no mais profundo da sua estante e regressou a sua habitação sem se importar de ter derrubado a torre de papeis que dias atrás havia arrumado com tanto esforço.

Quando voltou a sala se encontrou com o loiro feito bolinha no seu carpete, devia admitir que se assustou ainda mais quando viu como o disfarçado chorava no piso. É pouco dizer que correu até ele quando, em um segundo, já tinha chegado a seu lado para lhe dar a porção – anteriormente aberta em sua boca.

―Esmeralda? ― perguntou chamando o garoto, quem tinha deixado de se mover segundos depois de ter tomado a poção ―Garoto, não me assuste― murmurou colocando sua mão na testa tratando em saber a temperatura – que era demasiado alta – do jovem.

―Obrigado― foi a resposta que recebeu cinco segundos depois. O ator se sentou no piso e olhou a Tom nos olhos, para logo sorrir com o sorriso mais puro, leal e verdadeiro que havia visto em toda sua miserável vida, embora, claro, depois de ter conhecido, perseguido e assediado o seu ator favorito ―De verdade, obrigado― repetiu começando a se estirar como se nada houvesse passado― ... Faz muito que não me passava isso.

―E... Poderia me dizer o que é isso? ― demandou olhando o jovem ―Droga, quase me mata de susto, esmeralda.

―Harry.

―Quê?

―Não sou 'garoto', muito menos 'esmeralda',― disse ruborizado ― no entanto não me incomoda que me chame pelo último...

―Sigo sem entender...

―Meu nome é Harry.

Se Tom não estivesse sentado no piso, o mais seguro seria ter caído depois dessa frase.

―Harry― sussurrou provando o nome desconhecido em seus lábios― ... Gosto― afirmou fazendo rir ao nomeado.

―O que? O nome ou eu? ― perguntou brincalhão.

―Droga, os dois― sussurrou sorrindo, isso foi até que se lembrou do que se passou momentos atrás, deixando de sorrir num instante ―E o que foi isso, Harry?

O referido o olhou como se o estivesse analisando, coisa da qual já se havia acostumado depois de quase três anos perseguindo seu rastro como um cachorro de estimação, por mais que não lhe agradasse o nome.

―Suponho que posso confiar em você.― Declarou. Tom assentiu ―Se acomode, Riddle. Isto será uma grande história. ― disse sorrindo de forma animada ―Não, melhor vá por alguma comida; pipoca servirá... Oh! Também algum refresco, morro por sentir algo liquido em minha boca.

―E está seguro em querer um refresco?

Harry olhou ao moreno em frente a ele antes de se colocar totalmente de uma cor vermelha depois de entender o duplo sentido.

―Vá antes de que eu esmigalhe esse belo rosto a feitiços― sibilou fazendo um biquinho.

Essa tarde, depois de muito tempo, os lábios de Tom sorrirão.