Black Rose

S U M M E R

Já teve a sensação de que nada valia a pena?

Que mesmo você tentando sobreviver, em qualquer instante sua alma poderia ser submersa em um vazio sem fim?

É assim que me sinto toda vez que estou em casa. Dessa vez seria por um longo verão aguentando coisas que creio eu, maioria das pessoas não suportariam

Passo maior parte do meu tempo trancado dentro do meu quarto com uma guitarra antiga que encontrei quando mudamos. Aprendi a tocar algumas músicas o suficiente para tentar criar as minhas

- Querido, seu pai estar para chegar - Minha mãe diz entristecida - Guarde o violão, você sabe muito bem o que ele pensa sobre isso

- É uma guitarra, mamãe - Respondo vendo ela sorri - Qual o problema de gostar de música?

Mamãe procurou palavras em sua boca mas não as encontrou. Meu pai nunca gostou de sabee que eu me libertava através de canções, já que seu primeiro filho homem deveria ser um fodido como ele

- Apenas guarde, Travis - Ela diz encostando a porta do meu quarto - Vá tomar banho e leve seu boletim para o almoço, seu pai quer ver as notas de vocês

Suspirei pesadamente. Levanto da cama puxando o bag e guardando a minha guitarra lá dentro, escondendo debaixo da mesma

Deixo meu boletim escolar sobre a cama e para minha sorte não tem uma nota ruim, Casey não era muito gentil quando via notas consideradas ruins em nossos boletins, e eu não estava muito afim de ser castigado

Tomo um longo banho para tentar deixar em paz a minha alma, algumas músicas que gosto começam a tocar na minha cabeça e não me contenho em canta--las

Assim que concluo meu banho, visto uma roupa que minha mãe deixou separada sob a cama, odiava o modo como tudo era controlado por ele nessa casa. Todos tinham que arcar com as consequências caso as ordens fossem quebradas

Isso é uma merda total, e eu apenas o obedecia porque odiava ver o que ele fazia com minha mãe.

A mesa de jantar bem organizada pela mamãe e minha irmã mais velha. Cassidy tem dezoito anos, e assim como a mamãe sobre com o meu pai que a "odeia" por ser a primogênita, ele queria um garoto para ensinar a ser um babaca como ele

- Sente-se ai, garotão - Casey diz batendo no meu ombro - Você também, Treton

Treton é o meu irmão caçula, tem nove anos, e sou mais velho que ele três anos. O mesmo senta do outro lado da mesa perto do Casey

- Anda você também, Cassidy - Diz ele - Quero ver se ao menos é inteligente, já que reprovou no ano passado

- Só um minuto, senhor - Diz ela terminando de ajeitar o bolo de carne sobre a mesa. Minha mãe e ela se organizam em seus devidos lugares

- Então, cadê seus boletins? - Casey indaga. Olho para Treton que faz um cara nada boa, e de imediato sei o que vai acontecer com ele - Leonard, me entregue seu boletim

Odiava essa parte do meu nome, tudo porque ele vivia me chamando assim, sendo que Travis é o meu primeiro nome

- Aqui - Empurro meu boletim na sua direção, seus olhos avaliam meticulosamente. Sua mão esquerda vai para sua barba mal feita e um sorriso surge nos seus lábios

- Olha, isso ai meu garoto! - Grita assustando a todos - Hoje você pode comer o que quiser, e amanhã irei te preparar para ser homem

- Em que sentido, Casey? - Minha mãe se intromete, e o mesmo a encara frio

- No sentido que eu bem entender, querida - Diz ele - E espero respeito, você não pode me chamar pelo nome

Meus olhos atravessam rapidamente para o da minha mãe, ela me encara como se entendesse o que eu a dissera. Não quero que ela se machuque, farei de tudo só para manter ele longe dela