EPÍLOGO

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- Pode segurar, papai - Diz Ruby sorrindo colocando Roselyn nos meus braços. O coberto que a encobre toca meus braços me fazendo arrepiar

Foram dois longos meses de terapia intensiva para voltar ao normal. Por conta do tempo que fiquei em coma sem mover meu corpo, o cérebro esqueceu de como é se movimentar e quase esqueci de como falar

Me sinto inseguro com a pequena nos meus braços e a seguro firme para que não caia. Roselyn é perfeita, olho para a Ruby e depois para minha filha sem acreditar que estou segurando o mundo em meus braços

- Ela.. ela é linda - Encosto seu rosto perto dos meus lábios beijando sua testa. O cheirinho de perfume de bebê me deixa maravilhado - Amo você, pequena

Noto seus traços e principalmente seus cabelos que ainda estão nascendo, encaracolados e clarinhos feito os da Ruby. Vai ter que sair na rua com touca, ninguém vai olhar para esses cachinhos do pai

- Você é o anjo que salvou o papai - Mexo no seu rostinho e ela abre um sorrisinho meigo brincando com as mãos

Roselyn talvez seja a redenção que tanto pedi, tive que quase perder a vida para entender que ela é tudo que sempre precisei. Vejo que estou chorando quando um pingo cai no rostinho dela

A magrela toca meu rosto limpando as lágrimas, finalmente posso segurar a minha filha sem medo de deixar que ela caia. Talvez agora possa começar minha vida de verdade, acertando onde meu passado errou

Sento em uma cadeira de balanço para colocar a pequena para dormir, Ruby ajeita as coisinhas dela na bolsa me deixando feliz por poder admirar a Roselyn cochilando

Não demora muito para que a magrela tire minha alegria ao pegar a bebê do meu colo para por na cadeirinha

- Podia ter deixado ela dormir no meus braços - Resmungo para a Ruby que continua arrumando as coisas da bebê

- Não, você quer colocar a Rose no mal costume de colo - Diz ela rindo - Depois quem vai sofrer com isso sou eu

- Ela ainda é um bebê - Levanto da cadeira indo na direção da Magrela - Sem contar que é a nossa menina, e tem que ser muito mimada pelo pai

Seguro na cintura da Ruby sentindo ela estremecer com meu toque, ela gira em minhas mãos ficando olho no olho comigo

- Também posso mimar a mamãe - Ela morde os lábios - Se ela quiser

- Eu acho que ela quer mas os mimos dela tem que ser diferenciados - Diz a magrela encostando seu rosto no meu, toco seus cabelos cacheados agradecendo a Deus por poder sentir em minhas mãos de novo

Deixo que nossos lábios se encontrem em meio a suspiros, automaticamente a puxo para meu colo deixando que suas pernas envolvam meu corpo para sí

- Não tente morrer de novo - Resmunga ela me fazendo rir - E acho que você me deve um favor

- Devo? - Passo a língua nos lábios - É, talvez eu deva, o que você quer? Que eu mostre meus peitos?

Sorrimos ao lembrar da primeira vez que nos falamos no Maxence College, Ruby puxa meu rosto colando ao seu em um beijo gostoso e quente

Carrego ela pelo quarto derrubando algumas coisas na cômoda colocando ela sentada. Tento tirar sua roupa mas ela recusa

- Que foi, anjo? - Encaro a mesma sem entender nada

- Ainda não estou acostumada com meu corpo depois de ter tido a nossa filha - Diz ela abaixando a cabeça. Minha magrela sempre teve problemas com seu corpo

- Ninguém é perfeita, magrela - Abaixo meu rosto levantando sua camiseta, beijo as marcas perfeitas criadas pela gravidez e parto - Mas você conseguiu chegar nesse nível de perfeição

A poesia que meus olhos foram permitidos observar me encantam. Queria ter visto a minha filha nascer, e Ruby tem como me mostrar isso através do seu corpo

- Você sempre foi e sempre será perfeita para mim - Minhas palavras ecoam no quarto, Ruby deixa suas lágrimas caírem

O gosto salgado de suas lágrimas tomam meus lábios assim que as beijo para seca-las. Ruby me abraça forte permitindo então que eu a ame outra vez

《☆》☆《☆》☆《☆》

Odeio quando Treton marca as coisas e demora de aparecer. Estou na loja e já deveria ter fechado, olho as horas novamente me sentindo angustiado

Felizmente vejo seu carro parar na frente da loja, sem poder raciocinar direito vejo minha mãe vindo em minha direção ao lado de Treton

Gelo de imediato. Ela vem na minha direção me cercando com seus braços e enchendo meu rosto de beijo

- Achei que tinha perdido você, filho - Diz ela e eu ainda continuo sem acreditar que estou em seus braços - Estou aqui para cuidar de você agora

Olho para Treton que esta parado observando a cena sem dizer uma palavra sequer. Ele amadureceu demais durante o tempo que estive em coma e em recuperação

- Mãe, me perdoa por tudo - Não consigo parar de chorar. É como se eu fosse novamente criança - Foi tudo minha culpa

- Shh... - Sussurra ela - Você me salvou filho, e eu sou muito grata a você por isso

Me perco nos braços da minha mãe ouvindo ela me contar que saiu da cadeia no dia que a Roselyn nasceu e que Ruby pode conhecê-la e por isso minha menina se chama Roselyn. Ela não pode me ver antes porque eu estava em tratamento e que Treton não queria que ela visse meu estado

- Estou com saudades da minha neta - Diz minha mãe no meu carro. É tão bom ter ela ao meu lado e saber que agora ela pode ser livre para viver

- Ruby esta em casa com a galera, ainda estamos morando todos juntos - Respondo dirigindo com certa velocidade - Droga, hoje é dia de ação de graças

- Olha a boca, garoto - Reclama minha mãe - E anda que eu estou é com fome

Sorrio com isso, é estranho levar bronca de uma mulher que não é a Ruby ou a senhora Grace. De longe vejo a agitação em casa com as pessoas indo de um lado a outro

- Finalmente chegaram - Diz May brava segurando sua barriga de grávida - Olá, senhora Blake está gostosona

- Yan deve estar satisfeito com essa perfeição de mulher - Diz May e as duas riem. Ótimo, mamãe ficou amiga da amiga tarada da minha mulher

O pai da Ruby esta ajudando Yan na churrasqueira enquanto conversam sobre futebol e carros. Minha mãe permanece conversando com a mãe da Ruby

- Cadê a menina do papai? - Já chego pegando minha bebê no colo que abre o sorriso banquelo para mim - Fofa do pai

Ruby continua temperando a comida e sorrindo para nós dois. Junto com a minha filha sigo na direção da Ruby e beijo sua testa

- Você chegou tarde - Briga comigo - Era para fazer os seus famosos biscoitos

- Digamos que tive a visita da mulher que me deu a vida e trouxe ao mundo essa pessoa que você tanto ama - Ela revira os olhos e a Roselyn resmunga no meu colo - O anjinho do pai esta com raivinha

- Gosta de atenção parece até o pai, ousada e estressadinha - Diz Ruby rindo

As duas avós da Roselyn a tomam de mim, e observo as duas brigarem pela pequena que deve estar se divertindo com toda a atenção que esta recebendo

Talvez, essa é a minha chance, e agora sim consigo começar a viver. Uma rosa negra que floresceu mesmo após todo o caos causado e existente dentro de sí, agora entendo que viver não é apenas ser feliz mas sim se sentir completo

Black Rose Onde histórias criam vida. Descubra agora