O poder secreto de Gregory

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A jovem princesa Samantha foi sonhando acordada por todo caminho até o palácio Peony. Já estava encantada com Adam Griffin desde o dia que o viu, imaginava que ele seria alguém totalmente diferente e a surpresa dele ter pedido para conhecê-la primeiro e iludiu ainda mais. Mal sabia o quão errada estava por confiar nele.

Mas aquele dia quente, diferente dos dias normais de Winpine, estava longe de acabar com as surpresas.

Samantha saiu do carro boquiaberta.

— Você não pode falar comigo, mal chega perto — ela fez uma pausa dramática — Mas pode me esperar e me ajudar a sair do carro?

Dylan a olhou de rabo de olho, manteve toda a pose de guarda-costas, que passou a vida ensaiando, mas tinha um discreto sorriso no canto da boca.

— As coisas estão tão feias, que nosso morto e enterrado caso não tem mais importância.

Ouvir aquelas palavras deu um leve aperto no peito da jovem, que tirando os óculos escuros fez o possível para seus olhos verdes não encontrarem os castanhos olhos de Dylan.

O sentimento pelo segurança era algo tão concreto que ela imaginou e sabia que aquilo nunca teria um fim, pelo menos ela deseja que nunca tivesse. Mas de uma maneira inocente e até confusa Adam invadiu sua cabeça.

— Você está diferente — comentou Dylan enquanto abria a porta para ela.

A morena engoliu em seco e fez todos os pensamentos sobre Adam sumir, não sabia o que responder, até seu estoque interminável de mentiras tinha se secado e ela não conseguia pensar em algo para dizer. Foi salva pelo grito de Alexa.

— VOCÊ É UMA CRIANÇA — gritava a rainha fazendo Ophelia recuar alguns passos e ficar cabisbaixa.

Parecia que o ódio era para criada, que tremia levemente, e não para o homem que caminhava tranquilamente até a irmã e dava um breve abraço nela.


— MIKA — gritou chamando atenção do filho que mudou totalmente a expressão ao se virar para mãe — Você já começou o treinamento, não tem para onde fugir.

— As vezes tenho vontade de desenterrar os Davalos — bradou o moreno cuspindo as palavras em cima da mãe, no mesmo momento que Gregory e Julian entravam na sala.

O fato de Mika citar os Davalos fez a respiração de todos ficar presa e pesada.

— Mika — chamou o pai, de maneira calma e serena.

Como se fosse uma pessoa de outro mundo Gregory tinha o dom de mudar o clima de onde estivesse. Os azuis daqueles doces olhos, sua expressão amigável e tranquila e seu tom de voz firme e pacificador. Mika fez uma sincera e curta reverência, mostrado respeito. Gregory deu um breve sorriso e caminhou até a porta de sua sala, abriu a mesma e gesticulou para dentro.

— Poderia falar com meus filhos em particular?

— Eu também ? — perguntou Samantha dando um passo para o lado de Dylan, procurando ajuda, mas o homem recuou outro dois passos para ficar longe dela.

— claro — certificou Gregory.

Samantha e Mika se olhavam tentando pensar em um plano de fuga mas não tinham nenhum e muito menos o poder de escolha. Os dois entram na sala e Alexa começou a seguir eles.

— Não — bloqueou Gregory — Apenas meus filhos — repetiu fechando a porta na cara da esposa e rainha.

Os dois se largaram no sofá da sala do pai e esperaram, Gregory tirou o terno verde musgo, soltou a gravata e desabotoou alguns botões da camisa, ficando totalmente confortável, ele puxou uma cadeira e se sentou virando para os filhos e apoiando os cotovelos no encosto da cadeira.

— Bom — começou ele fazendo uma pausa e passando a mão nos cabelos, do mesmo jeito que os quatro filhos faziam — Isso — ele sinalizou para a sala e para os papéis na mesa — É um saco ! — afirmou mantendo a expressão do mesmo jeito que estava.

Os dois filhos se olharam surpresos.

— Mas, sair daqui, olhar para todos aquelas pessoas que te admiram, saber que pode cuidar de todos eles e saber que eu, vocês, nós podemos dar uma vida melhor para todos eles e o que importa.

A paixão que Gregory falava, fez os olhos de Mika e de Samantha se encherem de orgulho, admiração e paixão por ele.

— Vocês dois são os próximos na linha de sucessão — o tom de voz era tão aveludado que causava sorrisos involuntários — Eu conheço cada um de vocês, meus filhos, sei todas as suas qualidades e seus defeitos e nenhum de vocês tem o dom para parte burocrática.

Mika concordou logo de cara, Samantha pensou que talvez Erin se daria melhor nessa parte, mas concordou com o pai.

— Mas eu sei como eu e sua mãe criamos vocês e sei que são aptos para isso — ele se virou para Mika e continuou — Você nasceu para isso, sei que vai se tornar o melhor rei que esse país já teve.

— Não melhor que você — assumiu Mika fitando suas mãos.

— Mika — chamou tocando carinhosamente o rosto do primogênito — Você precisa seguir seu caminho, estou aqui e vou te apoiar em tudo. Você vai ver o quão maravilhoso vai ser, ser rei é algo muito bom, você vai conseguir ajudar seu povo.

Mika olhava no fundo dos olhos do pai, sentia grande medo em seguir os passos dele e o desapontar, queria viajar o mundo e ajudar as pessoas e não ficar sendo seguido por seguranças e ter que ficar medindo suas atitudes. Mas não tinha o que fazer, sabia que era seu destino.

Samantha conhecia as dúvidas e os medos do irmão, não sabia o que poderia fazer para ajudar, estendeu sua mão e entrelaçou na dele, mostrando que iria estar sempre ali com ele.

— Eu posso contar com você ? Fique comigo veja tudo com outros olhos e com suavidade você vai entender seu real papel e vai ver que é algo bom.

Mika olhou para o pai e para a irmã. Samantha sabia que se Mika respondesse não ela iria se tornar a primeira na sucessão e seria a próxima rainha e conseguiu assumir que não estava pronta para aquilo.

— Está bem — confirmou dando um sorriso de aprovação.

Os três saíram da sala sorrindo e bem, Alexa que estava sentada em uma das poltronas se levantou e ajeitou o vestido verde com pedras preciosas que usava. Ela olhou para eles com a sobrancelha arqueada.

— Mika vai ser o príncipe regente por um período estipulado, até ser declarado rei.

Alexa não falou nada, até tentou mas nada saia de sua boca, Samantha que nunca iria perder a chance de irritar a mãe, se aproximou dela rindo.


— Nunca mande um gremlin fazer o serviço de um doce ursinho de pelúcia — provocou fazendo a rainha revirar os olhos e sair dali com Ophelia em seu calcanhar.

Notas Finais


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