Capítulo 10

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Meu coração estava acelerado e suava frio com certeza, meu pai ia me matar ou melhor nos matar se nos visse tão perto, seria o meu fim.
Luan parecia tranquilo, tanto que sussurrou pra mim um "fica tranquila" como ele consegue.

Luan ficou em pé junto a janela com o seu copo de suco e eu sentei na mesa fingindo mexer no celular, logo meu pai entrou e olhou franzindo o cenho para nós.

_ Luan? _ Falou e deu um aperto de mão _ Não sabia que vinha, não me avisou! _ falou.

_ Estava de passagem decidi parar e só encontrei sua princesa, então decidi esperar com ela! _ Falou olhando para mim com o mesmo olhar sedutor e eu baixei meu rosto sorrindo.

_ Papai você tem fome? _ Perguntei mudando de assunto _ Posso aquecer pra você! _ falei ajudando-o a tirar o casaco.

_ Tudo bem com você? _ Perguntou segurando meu rosto _ Luan fez alguma coisa com você? _ Falou e eu já tremi.

Ambos se olharam e meu pai deu gargalhada, me levando na mesma onda mas totalmente sem graça.

_ Você nunca tirou o meu casaco! _ Falou e beijou minha bochecha_ Pode deixar eu mesmo faço, vai descansar! _ Falou e eu assenti.

_ Eu ajudo o seu pai a comer! _ Luan falou e deu risada acompanhado do meu pai.

Logo eles começaram uma conversa e eu subi as escadas indo para o meu quarto, mal entrei me joguei na cama, fechei meus olhos e flash backs do que aconteceu na cozinha tomaram conta da minha mente, me fazendo sorrir boba.

_ O que está acontecendo comigo? _ falei comigo mesma me sentando.

[°°°]

Dia seguinte
09:05hrs A.M da manhã

Eu e Kellen caminhavamos em direcção a cantina da escola e ela contava entusiasmada sobre o seu primeiro beijo e o dia maravilhoso que teve ontem com o Jay, eu a olhava sorrindo vendo sua felicidade e como viajava no que contava, mas pra falar a verdade eu não prestava a mínima atenção.
Meus pensamentos estavam nele, no seu toque sobre minha pele, seu cheiro, sua voz, só de imaginar chegava no ápice, nunca pensei que ocuparia cinco minutos dos meus pensamentos em um homem vinte e dois anos mais velho que eu, mas fazer o quê, ele é lindo, sedutor, e experiente, não tem como não se sentir alguma coisa.

_ Terra chama Anair! _ gritou Kellen batendo palmas_ No que tanto pensa e que sorriso pateta é esse? _ falou.

Nós já estávamos sentadas e com dois sucos e tosta mista sobre a mesa, quando foi que fiz o pedido?

_ Não foi nada! _ falei comendo da tosta.

_ Certeza? _ Perguntou bebendo o seu suco.

Eu não ia conseguir guardar isso só para mim, com a Kellen eu sentia que tinha que contar tudo, minha boca escorregava, tinha uma verborreia.

_ Eu acho que estou sentindo coisas por alguém! _ Falei e ela arregalou os olhos.

_ Quem? É daqui? _ Perguntou sorridente e eufórica.

_ Não é daqui! _ falei e ela ficou atenta.

_ É de onde? _ Perguntou curiosa.

_ É amigo do meu pai, melhor amigo! _ Falei e ela quase engasga.

_ O quê? Como?

_ Eu não sei, eu só estou sentindo! _ Falei e ela coçou a nuca.

_ Amiga esse amigo do seu pai, tem 16 anos também ou eu estou louca? _ Perguntou e eu sorri.

_ Você está louca! _ Falei e ela respirou fundo esperando a bomba _ Ele tem 38 anos, um pouquinho mais adulto! _ falei gesticulando.

_ Um pouquinho? UM POUQUINHO? ele é muitão mais adulto! _ Falou e eu mordi meu lábio_ Esquece isso Anair, é fogo bravo, seu pai te mata! _ Falou.

_ Ontem quase nos beijamos! _ Falei e ela ficou boquiaberta _ Ele sussurrava  em meu ouvido, me tocava, eu simplesmente não estava resistindo, ele é perfeito no que faz! _ Falei.

_ Anair, ele está te seduzindo e você está se deixando levar, você é só uma menininha perto dele! _ Falou preocupada.

_ Pior que ele me vê como mulher, eu vejo o desejo, o fogo nos olhos dele quando olha para mim, ele não me vê como um simples passatempo, ele sente coisas e eu também estou começando a sentir! _ Falei lembrando de cada detalhe.

Kellen apenas agarrou em seu copo e bebeu sem parar olhando para mim como se não estivesse entendendo nada, eu apenas viajava em meus pensamentos.

°°°
_ Anair, podemos conversar? _ Falou alguém do qual a voz não é estranha.

_ Você de novo garoto? _ Perguntei fechando o livro que lia no pátio da escola.

_ Você pode me escutar por favor? _ Perguntou sem paciência e eu revirei os olhos_ Obrigado! _ Falou se sentando do meu lado.

_ Já agora, como sabe o meu nome? _ Perguntei.

_ Sua amiga depois de muito insistir me disse! _ Falou.

_ E porquê quer tanto falar comigo? Se for pelo machucado eu já estou bem! _ Falei e ele se virou pra mim.

_ Eu sinto que devia explicar o motivo da briga, aí você já não ia achar tão ridículo o facto de eu ter dado uma lição naquele idiota! _ Falou e passou as mãos em seu cabelo _ eu não suporto pessoas esnobes, que pra se darem bem e saírem como heróis precisam pisar nos outros, pessoas de carácter fútil, que ganham sua autoestima destruindo a dos outros, e aquele garoto é tudo isso, nesse dia ele jogou uma garota no chão por ela simplesmente ser pobre e bolsista, e por não ter caído na sua armadilha, digo, no seu charme, eu não aguentei e bati nele e quando ele te empurrou eu... _ Falou com uma raiva profunda e seus punhos estavam apertados.

Ele parecia ter um trauma daquilo que esse tal garoto esnobe faz, tanto que não deixou em branco.

_ Ei, calma, você não precisa ficar assim, você fez bem em defendê-la, foi bom da sua parte, mas precisa se controlar mais, por favor! _ Falei e ele se acalmou_ Ehr...

_ Christian! _ Falou seu nome.

_ Muito bem Christian, agora eu preciso ir! _ Falei me levantando e ele puxou levemente meu braço.

_ Obrigado por me ouvir! _ Falou e eu sorri.

_ Tudo bem! _ Falei e saí andando.

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