Sombras Gemêas

Companheiros de Batalha

Naquele momento, o silêncio ecoava por todo aquele lugar, Urie e a misteriosa moça dos cabelos ruivos se encaravam. Yuuki ainda escondida e agarrada a Urie o perguntou:

- Senhor Urie... quem é essa pessoa?

A moça expressou surpresa ao ouvir aquilo.

- Urie? – disse ela rindo – Você ainda acredita nisso Kurai?

- O meu nome é Urie... – disse ele fechando os olhos e saindo da postura de combate.

Ela percebeu que ele ficou incomodado ao ser chamado daquele jeito, mas continuou.

- Você não precisa usar um nome falso comigo, eu sei quem você é.

- Por que ela te chama de Kurai senhor Urie? – disse Yuuki confusa.

A moça riu novamente, se abaixou e olhou pra pequena que se escondia atrás de Urie.

- Por que esse é o nome dele menininha – afirmou – E alias... quem é você? Até onde eu me lembro Kurai não tinha filhos...

- Ela não é minha filha – disse Urie irritado.

- Então porque leva ela com você? Está se colocando em risco carregando alguém que não pode se defender – disse a moça ainda abaixada olhando para Urie.

- Ela sabe se defender... – respondeu.

- Qual é o seu nome Senhora? – perguntou com inocência.

- Nada de senhora pra mim, eu sou muito nova pra isso! – exclamou ela com uma expressão e incômodo – Meu nome é Kayah, e qual é o seu menininha?

Ao ouvir o nome dela a cabeça de Urie doeu por um instante, algumas memórias haviam voltado.

- Nada de menininha pra mim, meu nome é Yuuki! – disse a pequena tentando imitar Kayah.

- Certo, Yuuki então – disse ela rindo da reação da garota.

Os olhos de Urie nesse ponto estavam alaranjados, e ele olhava fixamente para Kayah, de alguma maneira, ele sabia que era ela que ele procurava, mas não se lembrava do por quê.

- Seus olhos continuam te entregando não é Kurai? – disse ela enquanto se levantava.

- Urie... – disse ele sério.

- Certo... tanto faz. Então Urie, o que te traz aqui? – perguntou.

- Eu quero... me lembrar... – disse ele enquanto colocava a mão na cabeça que voltava a doer.

Ela novamente ficou surpresa, mas logo essa expressão de desfez num sorriso. Ela se aproximou de Urie que estava um pouco abatido e colocou a mão sobre o seu ombro.

- Aqui não é um lugar bom pra conversarmos, vamos para um lugar mais reservado.

Urie, apesar de relutante, aceitou o convite, eles então foram até uma casa bem simples na parte leste da cidade, um bairro pobre e pouco movimentado, um bom lugar para se esconder. Ao chegarem, Kayah puxou uma cadeira para Urie e Yuuki, porém ela mesma prefere ficar de pé, encostada na parede a frente da mesa.

- Querem um pouco de água ou algo assim? – Perguntou ela.

- Não... – respondeu Urie ainda com dor.

- Também não – disse a pequena.

Kayah puxou de sua cintura uma adaga com lâmina vermelha, muito bonita por sinal. Ficou arremessando-a para cima, e quando a pegava, girava-a em sua mão antes de arremessar novamente.

- Então você perdeu a memória não é? Isso explica muita coisa.

Urie permaneceu em silêncio.