Capítulo 7

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Lee Jin-ah

arregalo os olhos, congelando assustada. depois de alguns segundos eu acabo cedendo ao beijo, mesmo sabendo que não era certo. fecho os olhos, e sinto sua mão acariciar minhas costas, subindo até a minha nuca, onde ele apertou com cuidado.
passo meus dois braços pelo seu pescoço, e ele coloca a outra mão em minha cintura, juntando ainda mais nossos corpos. ele pede espaço com a língua, e eu concedo, sentindo-a explorar cada mini canto da minha boca que não queria desgrudar da dele.
quando a maldita falta de ar tomou o espaço, nos separamos devagar, e ele deposita 3 selinhos finais.

- me desculpa. eu não consegui me segurar - ele diz limpando o batom no canto de sua boca, como se soubesse que estava ali, mesmo sem ver.

- não se preocupe. eu... vou pegar mais suco.

me levanto depressa e pego os copos de cima da mesa, saindo do estúdio.

- caramba... - digo baixinho - caramba!

sorrio pra mim mesma, correndo até a cozinha. coloco mais suco nos copos e pego o pudim na geladeira. arrumo meu cabelo e limpo minha boca, olhando no reflexo do microondas, e volto para o estúdio.

- aqui. experimenta esse pudim - coloco as coisas em cima da mesa e me sento no chão.

- está delicioso - ele diz depois de comer um pedacinho

- que bom que gostou. é receita da minha mãe, mas eu nunca consegui fazer igual ao dela.

dou de ombros.

- enfim, você tem alguma ideia pra letra? - pergunto evitando qualquer contato visual.

- não, a sua está perfeita. a gente só precisa acrescentar mais alguns parágrafos pra não ficar tão curta, mas vai ser essa. - ele sorri, e eu sinto minhas bochechas esquentarem. elas me denunciam, essas idiotas.

- tá bom. teclado ou violão?

- os dois. - ele se levanta e pega o violão preto, sentando na poltrona que estava anteriormente.

eu faço o mesmo, levantando do chão, e me sento na cadeira do computador de frente pro teclado.
nós passamos muito tempo criando uma melodia pra música. não sei quanto exatamente, mas a presença de Jungkook me diverte e deixa o ambiente descontraído, então a hora passou voando.

- que horas são? - ele pergunta como se lesse meus pensamentos.

- hummm... - procuro o horário na tela do computador - meu Deus! são 23:47 - digo assustada.

- nossa, a hora passou rápido - ele se espreguiça sorrindo.

- eu nem vi. que loucura - digo sem graça - desculpa por tomar todo seu tempo. Você passou o dia inteiro aqui.

- não foi sacrifício nenhum. foi um prazer - ele sorri ladino, e eu transfiro meu olhar pra outro lugar qualquer que não seja seus olhos.

um barulho ensurdecedor se estabelece do lado de fora, e eu pulo da cadeira assustada. como se fosse automático, as luzes da casa se apagam, nos deixando em um total breu.

- J-Jin-ah - Jungkook diz baixinho, assustado. ele tem medo do escuro?

- tô aqui - respondo calma.

- onde? - sua voz sai um pouco mais fraca. ele parece ter mesmo medo.

- aqui - digo novamente, tentando achar sua silhueta no escuro. claro, falhei.

ele fica em silêncio, e eu grito ao sentir seus braços envolvendo minha cintura.

- QUE SUSTO. VOCÊ É LOUCO? - grito ouvindo sua risadinha.

- para de ser doida, por que você ta gritando? - ele ri ainda mais.

- besta. - mais um trovão faz a casa quase tremer com seu barulho.

Jungkook aperta mais minha cintura, e esconde o rosto em meu pescoço. sorrio e coloco minhas mãos em suas costas, dando leves tapinhas.

- calma, Jãocu. não tem bicho papão aqui - digo divertida - mas tem eu. eu sou pior.

ele sorri nasal, e eu sinto seu ar em minhas costas, arrepiando.

- ta sensível, Nana? - ele brinca, e eu reviro os olhos.

- me solta - tento o empurrar, mas ele é mais forte.

- não. me desculpa, não me deixa sozinho - ele me aperta mais ainda.

Hum. Jungkook fica todo vulnerável no escuro. que coisa fofa.
tento nos guiar até a sala, batendo em alguns móveis de vez em quando.
rio ao ouvir ele choramingar por bater o dedinho do pé. encontramos o sofá, e eu sento, jogando minha cabeça pra trás.

- eu acho melhor você sair de cima de mim, senão o bicho papão serei eu.

Jungkook diz baixinho em meu ouvido, e eu me levanto num pulo.

- me desculpa. - procuro o sofá, me sentando no lugar certo dessa vez - não foi de propósito.

- sei - ele sorri.

as luzes acendem, e eu comemoro batendo palma.

- ate que enfim! pensei que ia ficar a noite inteira - me levanto do sofá, arrumando minha roupa.

- eu vou embora. o motorista tá vindo me buscar. - ele diz calmo, se levantando - amanhã a gente começa a montar a coreografia. tchau.

- tchau - faço um tchauzinho com a mão, e o vejo sair.

me jogo no sofá, suspirando.

- que merda foi essa?

suspiro, fechando os olhos, e acabo dormindo de cansaço alí mesmo.

Shining StarOnde histórias criam vida. Descubra agora