Capítulo 9

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Jeon Jungkook

- é uma grande honra.

digo fingindo normalidade, mas essa pequena frase havia feito meu coração acelerar.

- eu tô indo pra Bighit. Quer ir comigo? Você aproveita pra conhecer lá - olho ao redor do jardim, encantado com algumas borboletas.

- claro. vou só pegar minha bolsa e nós vamos.

ela se levanta sorrindo e entra pra dentro da casa. em pouquíssimos minutos ela volta, me chamando, indicando que a saída é do outro lado. a sigo pro lado de fora, com as duas mãos nos bolsos da frente da minha calça.

- vamos com o meu carro - ela diz calma - daí a sua mãe vai embora com o seu. mas não se anima não, você dirige.

ela diz divertida e joga a chave pra mim, ligo entrando no carro e sentando no banco frontal do passageiro. brinco com as chaves nas mãos e dou a volta no carro, sentado no banco do motorista.
olho pra ela por alguns minutos, ela olha o celular. suspiro nasal, e me inclino em sua direção, envolvendo sua cintura com minhas mãos. ela me olha assustada, e eu encaro seus olhos sorrindo. puxo o cinto, dando a volta em sua cintura, prendendo-o do outro lado.
me levanto novamente, arrumando minha postura, e dou partida no carro, deixando-a meio surpresa.

                               * • ° *

- chegamos. fica perto de mim, a empresa é bem grande - digo saindo do carro, dando as chaves pro manobrista.

vou até a porta frontal do prédio, esperando a garota que me seguia. as portas se abrem quando chegamos perto, e entramos no edifício, seguindo para o hall dos elevadores.
o elevador demorou bastante pra chegar, o que foi meio irritante, mas não dei muita importância pra isso. quando ele chega, nós entramos e nos sentamos nos pequenos bancos que há em volta da cabine apertada.

- aqui é realmente muito grande - ela diz após me ver apertar o botão do andar 27.

- sim, bem grande. mas você se acostuma. - sorrio dando de ombros.

o elevador sobe lentamente, causando aquele friozinho habitual na barriga. assisto os números na pequena telinha que ha na parede.
andar 14, 15, 16, 17... e o elevador parou.
ele faz um tranco seguido de um barulho alto, e as luzes se apagam.

- elevador quebrado, sério bighit? - digo nervosa - é a terceira vez esse ano.

cruzo os braços e olho pra garota ao meu lado. ela parece muito tensa. seu maxilar está travado, ela está apertando uma mão na outra, e parece estar suada.

- Jin-ah? Você está bem? - pergunto preocupado.

- E-eu estou bem - ela diz fraca.

- não me parece.

- eu assisti uma série que o elevador quebra e cai no poço e as pessoas morrem - ela diz rápido, mas baixo, e eu rio nasalmente.

- a gente não vai morrer, relaxa. vem cá - puxo seu braço, a fazendo chegar mais perto.

ela se ajeita ao meu lado e eu passo meu braço por cima de seu ombro, deitando sua cabeça em meu peito.

- hum, você sabia que os golfinhos dormem com um olho aberto? - digo tentando a distrair.

- sério? eu amo golfinhos! Não sabia disso - ela diz animada, com um sorriso fofo.

- pois é. um dia a gente vai conhecer os golfinhos, o que acha?

- acho ótimo! eu quero nadar com eles - ela diz cada vez mais animada, com a voz aguda.

- você pode - falo com a voz calma - você pode tudo no mundo.

ela sorri e repousa a mão em meu joelho direito.

- se você fosse um tubarão, seria um tubarão bonzinho ou um que mata as pessoas na praia? - ela pergunta divertida, levantando a cabeça pra me olhar.

- eu ia assustar eles, mas não ia matar. ia ser engraçado - rio alto, mas paro ao sentir sua mão em minha boca.

- fica quieto. se a gente ficar falando ou rindo muito vai acabar o oxigênio no elevador e a gente morre!

olho em seus olhos, que não dava pra ser visto nitidamente por conta do escuro, e sorrio, mesmo sendo impedido por sua mão. levo minha mão esquerda até a sua, a tirando dali. dou um beijinho em seu nariz e ela recua pra trás, me fazendo rir baixo.
o elevador da outro tranco pra baixo, e ela pula com medo. desta vez ela tremia, e eu acho que até consegui ver uma lágrima descer de seu rosto.

- ei, fica calma. tá tudo bem.

sussurro dando um beijinho em sua cabeça, e a ajudo a sentar em minha perna direita.

- eu tô aqui, não vai acontecer nadinha - dou outro beijo, e ela se encolhe em meu ombro.

ficamos assim por um longo tempo, até que a luz do elevador voltou e ele continuou seguindo o seu caminho para o 27º andar. ela sai de meu colo, arrumando os cabelos em frente ao espelho, e o elevador para, nos deixando no andar indicado.

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