Meu nome é Yuri Plisetsky, tenho 16 anos, sou o melhor patinador da Rússia, não, do mundo. Do universo. Era o que eu dizia enquanto olhava minha imagem no espelho do banheiro depois de tomar banho, ouvindo minha playlist. I can't stop listening to this voice in my head, got me tearing through the covers on this rusty spring bed. E apesar de saber que sou uma pessoa incrível, minha vida não está tão boa assim. Depois do Campeonato Mundial do ano passado, voltei pra Rússia e inexplicavelmente estou morando com dois idiotas, Victor Nikiforov e Yuri Katsuki. A razão disso era simples, meu avô disse que seria melhor para mim estar ao lado dos melhores, tsc. Como se eu precisasse disso. E foi assim que meus planos de morar sozinho foram por água abaixo.
Saí do banheiro, já vestido e pronto pra mais um dia de treino. Passei pela cozinha vendo a cara velha e idiota de Victor que fazia panquecas enquanto cantarolava algo, ele não costumava se importar por eu ouvir músicas altas no banheiro.
— Dobroye utro, Yurio. — me deu bom dia com um sorriso feliz, ele agora costumava ficar sempre com aquele sorriso retardado no rosto depois que entrou na vida do porco gordo. Sentei num dos bancos que ficava atrás da ilha de mármore branco da cozinha, enchendo uma xícara de café com leite, me servindo com as panquecas que ele colocou diante de mim, sem economizar no mel por cima.
— O porco ainda tá dormindo? — ergui uma sobrancelha ao vê-lo colocar uma montanha de panquecas em uma bandeja, com morangos, geleia, copos de suco de laranja e café. — O que é isso tudo? — roubei um dos morangos colocando na boca, enquanto Victor estava de costas.
— Vou levar para minha bela adormecida. Deixei ele dormir mais um pouco, ele fica tão fofo quando dorme com os óculos na cara. — Victor deu um sorriso enorme iniciando um monólogo sobre os atributos do japonês, revirei os olhos.
— Me poupe dos detalhes. — fiz cara de nojo. Ficava difícil de acreditar que aquele cara ali na minha frente, já tinha sido o mais focado e comprometido com vitórias, o conheci quando ainda era pequeno, e Victor sempre passava um ar de profissionalismo que... eu confesso, me inspirava a ser igual. Melhor. Porém, agora ele era comprometido com outra coisa, na verdade, alguém. E não parecia se importar com mais nada, apenas em parecer um imbecil fazendo coisas de casal com o outro imbecil.
Ele pegou a bandeja com uma das mãos e passou por mim, não sem antes colocar uma das mãos no topo da minha cabeça, bagunçando o cabelo que tinha acabado de lavar e pentear. — Divirta-se um pouco, Yurio, hoje é sexta-feira. — deu um tapa na mão dele, erguendo-me do banco e pegando minha mochila.
— Me deixe em paz. —
Depois de chegar na pista de patinação, apenas os patinadores certificados pela liga podiam entrar juntamente com seus treinadores. Fui para o vestiário me trocar, ignorando as pessoas ao redor como sempre fazia, não queria distrações, a pior de todas ali era Mila Babicheva, uma ruiva insuportável que aparentemente tinha prazer em me encher o saco.
Me preparei para evitá-la colocando meus fones de ouvidos, iniciando o alongamento antes de entrar na pista de gelo, depois de alguns minutos já estava imerso em meus próprios pensamentos enquanto deixava as batidas da música me embalar e esquecer o mundo ao redor.
Maybe I'm a different breed
Maybe I'm not listening
So blame it on my A.D.D., baby Sail!Dessa vez serei eu a escolher minha própria música, estou farto de Yakov e Victor no meu pé me tratando como criança e me dizendo o que fazer e não fazer. Se até o porquinho pode, eu também posso. Irei fazer do meu jeito, no meu estilo, e irei surpreender a todos.
Claro que ate lá tenho que achar a musica que vou usar para fazer a coreografia, e não tinha nenhuma ideia de qual seria, mas confiava que ela iria aparecer no momento certo, é claro que se alguém viesse me perguntar sobre isso nunca iria admitir que tô perdido ainda, e mandaria se foder.
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Descobertas inesperadas
FanfictionYuri Plisetsky, a lenda viva da Rússia, o garoto com olhar de soldado, não costuma assumir sentimentos, mas não podia negar que o único que quebrava suas barreiras era um certo patinador Cazaquistão, Otabek Altin. Yuri nunca foi bom com palavras, en...