Destinados?

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Jungkook morava em uma bela casa na parte nobre da cidade

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Jungkook morava em uma bela casa na parte nobre da cidade. Lá as ruas eram pavimentadas, tinham parques, academias, restaurantes, farmácias e escolas próximas às inúmeras residências luxuosas.

Não haviam muros de concretos ou cercas elétricas, o que dividia os quintais eram apenas arbustos bem cuidados, pois a sensação de segurança não era abstrata, onde se envolvia dinheiro. Apenas a alta classe morava lá, assim como os centros comerciais, que disputavam cada centímetro nas redondezas para atender aquele público.

Jeon Jungkook era uma parte importante dessa massa. Então, não tinha necessidade de ir a parte sul, na periferia, absolutamente nenhum motivo para ir até lá. Mas só depois de admirar o Sol se pondo entre as nuvens que pintavam o horizonte com cores alaranjadas, foi que fugiu o ar de seus pulmões ao tentar similar sua mente enevoada de como chegou até ali, após uma simples caminhada que usou para distrair seus pensamentos da maçante rotina de trabalho.

Foi assim que, em um dia bonito de outono, se encontrou em uma rua na qual se quer sabia o nome, em uma hora que não era apropriada. Para piorar, seu aparelho telefônico avisou, após parar a playlist e desplugar os fones que, infelizmente, a bateria estava chegando ao fim.

Jungkook sempre foi um jovem precavido, mas aquele estava sendo um dia difícil e ter o telefone com pouca bateria era motivo de preocupação, ainda mais em um lugar tão hostil. Namjoon poderia lhe enviar um email marcando a próxima reunião; sua mãe poderia ligar para atualizar sobre sua saúde; seu primo Yoongi talvez mandasse uma mensagem lhe pedindo novamente dinheiro emprestado; até o irmão caçula, que nunca o procurava, dessa vez poderia ter motivos para lhe telefonar. Contudo, estava apenas com 9% de bateria e ainda se encontrava no meio da rua pouco movimentada.

Para todo lado que olhava via pichações e lixo. Aquele lugar fedia a coisa podre e Jungkook se assustou quando viu um camundongo horrendo surgir no meio dos sacos amontoados.

Uma rua errada, no dia errado, na hora errada.

O empresário balançou a cabeça afastando os pensamentos pessimistas e voltou a caminhar para o lado oposto. Olhou ao redor cogitando que estava apenas a um quarteirão da parte perigosa da região, então acelerou os passos na rua cinza e sem vida, para colocar mais distância entre ele e uma morte prematura. Isso foi um pouco dramático, mas Jungkook sabia o que acontecia com pessoas inocentes que passavam sem uma "permissão" da milícia ali.

Com um certo alívio, viu que o fim do quarteirão já estava próximo, porém, em seu íntimo não descartava a possibilidade de ser assaltado, pois, para complicar a situação que em se encontrava, já estava anoitecendo e as luzes dos postes piscavam como em uma cena clichê de filme, onde o mocinho sempre era surpreendido.

Lutando contra seus medos mais sombrios, manteve o ritmo da caminhada para não se cansar rápido ou chamar muito atenção. Sua visão periférica, audição e olfato estavam atentos a qualquer sinal estranho, afinal, não teria como se defender se fosse abordado, apenas entregaria o celular e alguns trocados na carteira, e isso talvez não fosse o suficiente para o ladrão.

A cada passo que dava, olhava para sua sombra crescendo enquanto se movimentava nas calçadas esburacadas, ninguém o seguia. Achou que o capuz preto do casaco de corrida, foi uma boa ideia para se camuflar. Seu rosto era bem conhecido, pois estava estampado por vários outdoors espalhados pela cidade, uma ideia que seu assistente teve para dar mais "identidade a empresa", mas que depois virou um grande inferno na vida de Jungkook, visto que não tinha mais privacidade ao ser reconhecido até quando queria estar só.

O moreno olhou para trás ao ouvir um cão uivando e vários outros lhe acompanharem. Entendendo aquilo como um sinal de mau agouro, ficou angustiado, aumentando seus passos gradativamente. Então, foi com um misto de alegria e alívio perceber que estava a poucos metros da avenida principal, mas quando dobrou a esquina acabou chocando-se com alguém.

O impacto foi tão forte que a pessoa grunhiu de dor caindo como uma pilha descoordenada de membros esparramado pela calçada, ficando lá sem se mexer.

Jungkook se sentiu zonzo, engolindo em seco o susto que lhe paralisou por um instante, mas, bastou entender o que tinha ocorrido para segundos depois já estar se agachando ao lado do estranho, cheio de remorso.

Então, um calafrio percorreu seu corpo, como se o vento do destino soprasse em seu ouvido: era um garoto, ou melhor, um homem deitado na calçada imunda sob à luz amarelada do poste público. Os lábios carnudos estavam machucados, com um pequeno corte na lateral. Seu rosto exótico tinha manchas arroxeadas no queixo e ao redor do olho direito.

Jungkook tinha certeza que haviam mais partes afetadas, mas estavam encobertas pelo moletom azul, que não deixava ver mais que o pescoço alvo e um pedaço dos pulsos.

Outro gemido de dor e o estranho se mexeu, apertando o estômago como um sinal de que as suspeitas do empresário estavam corretas.

Ele poderia ligar para alguém se desse sorte do seu celular durar mais de trinta segundos, afinal, o rapaz poderia estar gravemente ferido. Quando essa possibilidade passou em sua cabeça, buscou o aparelho no bolso, todavia, uma mão agarrou seu tornozelo, lhe tirando do transe.

Se aproximando mais, Jungkook conseguiu escutar:

ㅡ Me ajuda... ㅡ a voz melodiosa filtrou dos lábios rachados, os olhos em súplica fixos no empresário mostravam medo, mas também solidão.

Jungkook, gentilmente, tocou a testa do estranho, afastando o cabelo loiro para verificar o ferimento. Parecia ser mais um arranhão, do que qualquer outra coisa, acima do supercílios. Seu dedo roçou ali e um gemido saiu quando pressionou demais.

ㅡ Ah, me desculpe, você está com muita dor?

Jungkook abaixou as mãos para puxar a blusa do estranho, os braços do mesmo caíram frouxamente na lateral do corpo.

ㅡ Sem feridas abertas, graças a Deus. ㅡ sussurrou ao baixar o tecido com cuidado.

Ele verificou mais um pouco e viu que tinha contusões em tons de roxo e verde em ambos os braços.

"Talvez um sinal de defesa? Mas ele parece tão indefeso, quem teria feito isso e por quê?", pensou atordoado.

Quando o empresário olhou de volta para o rosto do loiro, percebeu que não adiantava lhe bombardear com perguntas, pois o mesmo tinha desmaiado.

Ele não encontrou documentos ou celular ao verificar seus bolsos e por alguma razão, Jungkook estava relutante em, simplesmente, levar o homem para um hospital. Também não tinha como se sentir indiferente ao ver a tensão estampada no rosto do alheio, mesmo esse ainda estando inconsciente. Todavia, foram as vozes alteradas que o fizeram agir rápido, levantando o corpo do outro sem muita dificuldade, saindo dali o mais rápido que pôde.

Eles não sabiam, mas seria a partir daquele encontro desastroso, que a vida de ambos mudaria para sempre.

Continua

Oi, oi? Aproveitando essa quarentena e tempo livre em casa, comecei a reescrever esse drama

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Oi, oi? Aproveitando essa quarentena e tempo livre em casa, comecei a reescrever esse drama. Será uma shortfic, 'tá? Já está concluida, logo postarei os capítulos.

Collab feita em parceria com Melzinha632

O Preço da Felicidade Onde histórias criam vida. Descubra agora