Jungkook passou a segunda-feira toda no escritório, sem tocar no nome do desconhecido que acolheu em sua casa. Namjoon também não mencionou nada e tudo continuou normal, como se nunca tivesse conhecido Jimin, embora o empresário não conseguia tirar o homem da cabeça e o seu amigo soubesse disso.
Então, não foi à toa que Namjoon o convidou para tomar uma bebida após um longo dia de reuniões e decisões importantes na parte financeira. Jungkook sempre ficava sensível quando se tratavam de "cortar gastos", pois isso incluia, consequentemente, algumas demissões. Todavia, precisou recusar o convite quando soube que nos planos estava incluído Jin, o assistente do assistente, o subsecretário cujo sempre colocava em dúvida sobre sua saúde mental e Jungkook não queria ouvir seus sermões.
Então se despediu dos dois com o intuito de clarear a mente sobre o que tinha acontecido nas últimas 24 horas: sua discussão no telefone com o pai, as ações da empresa sendo divida para o pagamento de dívidas, a saúde frágil da mãe, o amigo de infância dividindo sua atenção com uma paixonite e o homem misterioso que não saia de seus pensamentos. Em todas essas situações Jungkook se sentia impotente, preso em divagações e questionamentos.
Por tudo isso, mais uma vez buscou refúgio e respostas caminhando. Ao respirar o ar puro, livre de paredes e câmeras de momitoramento que mais pareciam prisões de luxo vigiadas, ele conseguia raciocinar. Sim, essa foi desculpa que teve ao pegar qualquer roupa e sair apressado de casa. Ele só precisava fazer isso para se sentir bem e ir na direção oposta a que encontrou Jimin. O empresário poderia rumar para o norte, leste, oeste, só não poderia ir na direção sul, no entanto, foi exatamente o que fez.
Aparentemente, seus pensamentos estavam tão profundos que só percebeu que estava indo para o lado errado, ao ouvir gritos e sons de sirenes. O barulho parecia bastante próximo, só assim saiu dos seus devaneios e se deu conta que estava no meio da rua. Ao ir para a calçada mais próxima, os sons ficaram mais altos como se fossem surgir a qualquer momento na esquina e ele tinha certeza que se tratava de uma briga, algo que não estava preparado para lhe dar. Ele poderia se virar com um ou dois caras, não com uma multidão inteira. A última coisa que queria era arrumar alguma tipo de confusão, a mídia cairia em cima, Yoongi o chamaria de burro, Namjoon, dessa vez, não teria como esconder algum escândalo da matriarca e isso poderia arruinar sua posição na empresa. Ele teria que admitir que fracassou em algo e isso serviria para nunca mais encarar o pai de cabeça erguida.
Não que isso incomodasse, mas tudo que acontecia de ruim o culpava por sua "escolha sexual". Não, isso não poderia acontecer e a única forma de evitar possíveis erros era voltando para casa, contudo, mesmo ciente disse, Jungkook parecia ainda estar hesitando.
Houve um som diferente atrás de si e, de repente, algo tocou seu ombro. Jungkook virou e uma mão ágil foi colocada em sua boca. Ele ficou imóvel olhando para Jimin, que tinha o indicador pressionado nos próprios lábios em um pedido de silêncio, então balançou a cabeça em uma direção e Jungkook simplesmente
assentiu, confiando que o loiro estivesse lhe levando para um lugar longe do perigo iminente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Preço da Felicidade
Hayran KurguVocê ajudaria um estranho que encontrou ferido no meio da rua? O levaria para casa, cuidaria dos seus machucados, lhe ofereceria um teto, alimentaria seu corpo e a alma, lhe amaria incondicionalmente mesmo sabendo que se tratava apenas de um prostit...