Jungkook até conseguiria levar o homem em seus braços pelos quarteirões seguintes, já que o loiro era definitivamente mais baixo e, consideravelmente, leve, mas temendo ser seguido pelos valentões que fizeram aquilo, sinalizou como pôde assim que viu um táxi e se enfiou lá. Pediu para o motorista arrancar em disparada, logo chegando seguros em frente a sua casa. Mesmo com o olhar curioso do taxista, não pediu ajuda ao sair do veículo. Seu coração ainda estava acelerado quando se atrapalhou em digitar o código para destrancar a porta, porém conseguiu usando os pés para empurrá-la e fechá-la com um sonoro estrondo. Entrou na sala espaçosa e miletricamente arejada como gostava, mas dessa vez nem se importou em tirar o tênis sujo da caminhada. O que fez foi levar o homem, imediatamente, até o seu quarto, deitando o loiro gentilmente no colchão para acender a luz.
O empresário podia ver claramente agora que os cortes eram todos superficiais, contudo, era o fato do homem em sua cama ainda estar inconsciente, que o preocupava. Não tinha nenhum diploma de doutorado, mas pela respiração regular, o outro ainda estava vivo. Supôs que a primeira coisa que deveria fazer era limpá-lo. Então, tirou os sapatos do estranho e correu para o banheiro, trazendo de lá uma caixinha com álcool, algodão, esparadrapo e uma pomada, que sempre usava quando se machucava ao barbear.
— Ele vai precisar também de algumas roupas limpas. — sibilou indo de um lado para o outro do cômodo.
Colocando tudo que precisava ao seu alcance, começou a limpar os arranhões do braço, para depois desinfetar o local, aplicando uma camada de pomada e depois fazendo um pequeno curativo no lado direito da face alheia, acima das pálpebras gordinhas.
"Seu rosto é tão harmonioso: o nariz pequeno e delicado em contraste com os lábios volumosos; rosto redondo moldado com uma pele macia, que deve ser mais bonita ainda sem esses machucados. Oh, tem algo diferente nele que me intriga".
A camisa que o mesmo usava estava suja e manchada, por isso, Jungkook afastou o incômodo por estar despindo alguém que se quer sabia o nome, para um bem maior. Escolheu uma de suas camisas mais macias, sentindo um pouco de dificuldade em encaixar as mangas, que eram compridas demais para o corpo do menor.
O empresário ainda pensou em acordá-lo, mas vendo seu rosto sereno, resolveu deixar um analgésico com um copo d'água na mesa de cabeceira desligando as luzes, mas não antes de cobri-lo com um cobertor quentinho e sair do quarto deixando a porta aberta. Pois, queria ouvir quando o outro acordasse.
Já na espaçosa sala, seu laptop tocou com um som que indica um novo e-mail, tirando dos seus devaneios. A pilha de papeis sobre a mesa também lhe diziam que não teria tempo para pensar nos seus atos impulsivos.
— É... não há descanso para os empresários.
[...]
O homem acordou gradativamente, percebendo a dor aguda na cabeça e costelas à medida que tomava consciência. A última coisa que lembrava era de uma voz suave e dedos macios em seu rosto. Um forte contraste aos golpes duros que estava acostumado a levar em todos esses anos.
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O Preço da Felicidade
ФанфикVocê ajudaria um estranho que encontrou ferido no meio da rua? O levaria para casa, cuidaria dos seus machucados, lhe ofereceria um teto, alimentaria seu corpo e a alma, lhe amaria incondicionalmente mesmo sabendo que se tratava apenas de um prostit...