Capítulo Três

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A L E X

A Mulher é pequena de um jeito delicado, porém brava. Quando a puxei, ela me fuzilou com os olhos. Acho que se ela pudesse, pularia e me levaria junto.

Mas depois de cair em si e ver o que quase tinha feito, um choro desesperador se apossou da Pequena. Ela agarrou minha cintura com força, enterrou a cabeça em meu peito e chorou. Eu quase chorei com ela, pois pude sentir, em seu desespero, o tamanho de sua dor. Talvez fosse igual a minha. Os dois com a alma ferida e rasgada.

A princípio fiquei sem saber o que fazer, mas me lembrei da Melissa, que as vezes, muito raramente chorava e eu apenas deixava ela ali quietinha e acariciava seus cabelos. E foi o mesmo que fiz com ela, deixei que chorasse até colocar tudo para fora e fiquei ali, acariciando os seus cabelos e dizendo que tudo ficaria bem.

Por fim, ela me largou e me olhou. Finalmente pude ver melhor o seu rosto. Embora estivesse vermelha e inchada pelo choro, sua feição era suave, pele branca; os olhos eram de um azul intenso e lábios tão róseos que me lembrava uma boneca, uma bonequinha de porcelana, daquelas que se tem vontade de levar para casa e cuidar para sempre. Caramba, ela era uma mulher bonita!

Por que será que uma mulher tão bonita quis acabar com a própria vida? Essa era a pergunta que estava presa em minha garganta. Ela me fitou intensamente. Seus olhos brilhavam.

Depois de muita insistência da minha parte, Amanda, era assim como ela se chamava, permitiu que eu a levasse em casa.

Depois de deixa-la em casa, segui para a minha. A pé. Todos os meus bens haviam sido confiscados. Só fiquei com a casa porque estava no nome da minha mãe e uma pequena quantia em dinheiro que estava como reserva no cofre da minha residência. Pois é, estou ferrado! Ferrado e mal pago! Além do processo que consta em minhas costas. É meu amigo, a vida é dura. Mas não vou me fazer de vítima, porque isso eu não sou. Estou mais para o vilão!

Por algumas horas realmente esqueci—me de tudo o que afligia minha alma.
Amanda me distraiu, passei um bom tempo pensando nela e pensando em uma forma de encontra—la novamente. Precisava de um amigo, precisava ter alguém ao meu lado.

Pensando nisso, fiz uma rápida busca no Google: Amanda era pediatra e trabalhava no Hospital Central. Não havia nada sobre sua vida pessoal, apenas profissional. Já sabia onde encontra—la.

Eu sabia onde Amanda morava, mas não queria que ela pensasse que estava seguindo ou que eu poderia ser algum tipo de risco para ela. Eu queria me aproximar e não espantar. E eu começava a planejar o próximo encontro.

O Homem que me Salvou - Livro 02Onde histórias criam vida. Descubra agora